O melhor café você conhece pelo cheiro

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Poesia

Anuncio aberta a temporada de caça à poesia e aos poetas.

Outra coisa:
Vou me mudar!!!!!!!

domingo, 29 de junho de 2008

Sem-Título

Esse tal de autor morto era para ter ficado no blog da Amanda
Mas estou feliz de estar de volta
Atenção é proibido ler qualquer coisa aqui literalmente
Eu só falo metaforês, língua de criança
Não sei falar a língua maliciosa de vocês
Então não venham ler minhas coisas com malícia senão eu bolo!
Tô precisando tomar banho
Esse negócio de frio é um po... pro... plo... ble...
Não sei falar essa palavra, mas acho que minha mãe vai me obrigar a tomar banho quando eu
chegar em casa isso que dá ter dois anos... não se sabe usar vírgula nem mandar em si mesmo...




A Amigo Morreu - Ass: Foucalt Nietsche

Meu conceito de amizade mudou, por isso sinto a necessidade de atualizar minha lista de (pseudo-)amigos:

Amigos:
Deus
?

Potenciais amigos:
Savana-De-Não-Sei-De-Onde
Marcelo-Da-Célula e Sua-Namorada
Simone-Minha-Irmã

Colegas
Carla-Da-Faculdade
Amanda-Que-Estudou-Comigo
Gabriel-Da-Faculdade
Simone-Minha-Mãe
Marcelo-Meu-Padrasto
José-Meu-Pai

Conhecidos
Todas-As-Pessoas-Que-Eu-Conheço-Não-Citadas-Acima

Pessoas que eu amo:
Todas-As-Pessoas-Que-Eu-Não-Conheço e As-Pessoas-Citadas-Acima

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A segunda lamentação de Amanda

De Lucas Nascimento
Inspirada nos recados de Amanda Doria


(Uma personagem entra no palco. Senta-se na cadeira. Por quinze minutos acontecem coreografias gigantescas, vários bailarinos, acrobatas invadem o palco, uma música agressiva e psicodélica. Tudo começa solto, depois todos os elementos se encaixam e a movimentação vira algo único, seco e tenso. Passados os quinze minutos, eles saem e nota-se que a personagem estava com a boca aberta.)
PERSONAGEM (depois de pequeno esforço) - Ai.
(Cai a luz. Quando ascende-me vêm-se os restos da festa ocorrida na primeira cena. Por quinze minutos, muito lentamente, caem folhas secas. A personagem permanece estática. Passados os quinze minutos, ela, que estava abrindo lentamente a boca, diz:)
PERSONAGEM - Ai.
(Luz cai rapidamente.)

Estréia prevista para o Maison de France no segundo semestre de 2008

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sábado, 28 de junho de 2008

Crocodilo do amor

quero colo, vou fugir de casa, posso dormir aqui com vocês?

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Eu sei

é que nessas horas você precisa se senitir mais você e não consegue.
inteiramente orgulhoso de mim, feliz por minha conduta e por me fazer reconhecer...mas é marinheiro que somos pássaro novo, longe do ninho...e todas essas dores trazem uma dor danada.

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Nara, parabéns!


x = 21-13 = 8
x = ∞

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Caracol

Caracol dentro e fora ali foi alface tomate atira cuspe fuma entorta amola retorce menti sente sonha moneta chifre.


Não sei porque gosto de associações de palavra, escrita automática, fluxo de idéias, livre pensamento.......

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À mim

Amanda,
Não se esqueça de relatar tudo que você tá sentindo. Suas memórias são um dos seus maiores patrimônios. Sem elas os mesmos erros podem ser cometidos. As mesmas relações podem se subdesenvolver. E pior: alguém pode querer te transferir memórias, moldar seu passado para ditar o seu presente. Só confie cegamente nos seus próprios relatos. Não feche os olhos pro passado.
Amanda Doria



Memento

me.men.to
sm (lat memento, lembra-te) 3 Papel ou caderneta onde se anota o que não se quer esquecer de fazer. 4 Marca destinada a lembrar qualquer coisa.







texto do verso das ondas da moça que se matou.
texto pra antes de "à ninguém".
texto pra depois de "e assim te faço herói".
texto pra durante ele mesmo.

texto das ondas do verso da moça que se matou.
texto pra ninguém de antes.
texto pra herói de depois te faço assim.
texto pra ele durante mesmo.

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Alice 118

Relato Andreza Bittencourt – 24/06/2008

O trabalho construído pelo Grupo Alice 118 ao longo de 10 anos foi dedicado há desenvolver uma pesquisa de linguagem própria a partir da trajetória da diretora Ana Kfouri aliada a experiência de cada ator.

Nos dois primeiros espetáculos os atores e a diretora se dedicaram a encenar autores brasileiros, como Nelson Rodrigues, em Eu Sou Mais Nelson e Hilda Hilst, em H H (informe-se). Em ambos os espetáculos os atores e a diretora estudaram a obra a vida dos autores e a partir desse estudo o roteiro foi construído.

Em Eu Sou Mais Nelson cada ator escolheu um personagem que mais se identificava e recortou diálogos ou construiu monólogos dos textos do autor. Dessa forma, Eu Sou Mais Nelson foi construído com trechos de cenas de várias peças (Álbum de Família, A Mulher Sem Pecado, Os Sete Gatinhos, Dorotéia, Toda Nudez Será Castigada, Beijo no Asfalto e A Falecida ), interligadas por frases de Nelson. Ao longo do processo os atores criavam suas cenas e apresentavam para a diretora. A partir daí, a direção criava a unidade necessária para a concepção do espetáculo.

Em H H (informe-se) o roteiro foi criado a partir de fichamentos que os atores faziam dos textos de Hilda Hilst. Cada ator selecionava trechos que mais se identificavam e a diretora criou o roteiro a partir desses textos que também haviam sido selecionados por ela. Depois do roteiro pronto é que o grupo foi para a sala de ensaio. Em H H (informe-se) o grupo teve o privilégio da própria escritora intervir no roteiro. Um dos momentos mais fortes do espetáculo era de um texto que Hilda Hilst sugeriu.

Festim, terceiro espetáculo do grupo, surgiu da vontade dos atores vivenciarem personagens. Ana Kfouri propôs, então, que cada ator escolhesse um personagem ou personalidade da história mundial. Dessa forma, cada ator escolheu e pesquisou textos, biografias, assistiram a vários filmes e o roteiro foi elaborado a partir de diversos textos, sendo utilizado trechos de vários autores, escritores e poetas, como Adélia Prado, Luis Fernando Verissimo, Rubem Fonseca, Drummond, Mário Quintana, Gregório de Matos, Shakespeare, James Joyce, Nietzsche, entre outros, intensificando cada vez mais a fragmentação de textos já desenvolvida pelo grupo. Nesse período os atores se dedicaram ao longo de 6 meses somente para a criação do roteiro. A idéia criada por Ana kfouri era a de que esses personagens se encontrariam numa grande festa na casa de Narciso (personagem escolhido por um dos atores).

Depois de intensificarem essa pesquisa textual Ana Kfouri propõe ao grupo criar seu quarto espetáculo: Comoção. Mergulhando na investigação corporal encenando um espetáculo onde a idéia foi desenvolvida através da tessitura dos corpos, criando uma aventura através dos estados emocionais do homem e suas conseqüentes ações e reações frente às vicissitudes da vida. Se inicia, nesse momento, uma investigação espacial, ao trabalharem pela primeira vez em uma arena e a relação ator-expectador. Em Comoção o grupo pesquisou por 1 ano e meio. Uma pesquisa de muita técnica e experimentação sensorial. Todos os atores passavam por todos os momentos da vida, desde bebês a idosos passando pela infância, adolescência e maturidade. A pesquisa proposta por Ana Kfouri era a de que os atores vivenciassem estados corporais. Não poderiam ser caricatos. Como exemplo, para que os atores descobrissem os bebês a pesquisa foi toda em cima do estado primitivo, os adolescentes pelo corpo desengonçado, o idoso pela exaustão de movimentos, o peso do corpo e o olhar constantemente recontando imagens da memória. Em relação a proximidade com a platéia, Comoção proporcionou aos atores o início dessa pesquisa que mais tarde é intensificada em Potlatch. Em dois momentos os atores entram em contato direto com a platéia, no primeiro fazem uma brincadeira de mímica onde o público tem que descobrir o que o ator está querendo dizer e o segundo distribuindo bombons e saboreando junto com a platéia.

Com Potlatch, uma homenagem à escritora Hilda Hilst, o grupo intensifica essa pesquisa aproximando ainda mais os pólos ator-espectador e explorando a relação espacial promovendo um espaço de convivência artística, compreendendo na própria apresentação, debates e jogos interativos, de maneira convidativa e informal. Em Potlatch, o grupo extrapola essa pesquisa. O espetáculo começa do lado de fora do teatro. São as rodas das Loris e dos Crassos. Cada ator reúne sua roda e narra um trecho do Caderno Rosa de Lori Lambi (as atrizes) e Contos de Escárnio (os atores). Depois o público é convidado a entrar no teatro e se divide em três rodas. Em cada roda três atores. Esse momento foi muito curioso em nossos ensaios porque nós conversávamos com a platéia sobre a vida de Hilda Hilst. Nos ensaios foi a etapa mais difícil pois tínhamos que conquistar uma naturalidade muito grande num texto que era decorado. Essa proximidade com o público foi um exercício de muitas descobertas pois era preciso fazer um esforço para não fazer esforço. Uma suposta tranqüilidade, um grande fingimento que você não está em foco, que você não está dominando aquele jogo, mas no fundo é você quem faz todo aquele clima se instaurar, é uma contradição, você sai do lugar central, mas continua nele e com mais força ainda.

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Silêncio...

Monstro invisível

Adorei o out-door, mas nem sei do que é.

Caso você case
(Vital de Freitas)

É necessário tudo, mudo, surdo, absurdo
É necessário nada, fada, fanada, nada em fá
É necessário nada, tudo, mudo, surdo, absurdo
Nada em fá-fazer

Caso você case
não escreva a nota
não destrave a porta
não esteja morta
não estrague a horta

Caso você case
não escreva a nota no jornal
não destrave a porta do quintal
não esteja morta
não estrague a horta

Caso você case
Não escreva a nota musical
Não destrave a porta do hospital
Não esteja morta
Não estrague a horta.

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seaquicáestivessem






O primeiro disse ao segundo:

- Estou com um elefante no meio da sala.

O segundo a ele respondeu:

- Espere...

- Não tem como esperar. Elefantes geram pestes. Na minha casa...

Disse o primeiro em quase desespero.

Aí foi o segundo quem de novo o respondeu:

- O que é uma casa sem pestes?

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quinta-feira, 26 de junho de 2008

À ninguém - várias vozes

Ninguém sabe se eu tô sentindo.
Ninguém sabe o que eu tô sentindo.
Ninguém se importa.

Eu tô em estado de não dormir. Eu tô no dia anterior a todos os dias. Eu tô esperando qualquer coisa que está prestes. Eu tô guardando pra contar pra alguém. Eu tô imaginando qualquer situação. Eu tô desconfortável pelo que vem. Eu tô extremamente falante. Eu tô calada. Eu dentro. Eu nem sei o que passa dentro. Eu tô gritando. Eu tô respirando mansinho. Eu tô me apertando. Eu tô te alargando. Eu tô me engolindo. Eu tô rezando. Eu querendo. Eu tô engolindo. Eu tô degustando. Eu sou rato. Eu sou incompleta. Eu mudança. Eu sou desterro. Eu tô triste. Eu tô sozinha. Eu tô cheia de gente. Eu tô rindo. Eu tô criticando. Eu tô sofrendo. Eu tô torcendo. Eu tô angustiada. Eu mostro relaxamente. Eu sou esquizofrênica. Eu tô inaudível. Eu tô isolada. Eu sou Antígona. Eu sou Ismene. Eu sou a faca. Eu sou o sangue. Eu sou a água oxigenada. Eu sou bactéria agonizante. Eu tô tensa. Eu morta. Eu sou Édipo. Eu sou mácula. Eu sou Nossa Senhora. Eu tempo do sinal. Eu sou corridinha suicida. Eu sou suicida. Eu tô morrendo. Eu sou abuso. Eu tô abusando. Eu tomo na cara. Eu sofro de trajeto. Eu rasgo a garganta. Eu tô cortada. Eu tô ironizada. Eu sou ironia. Eu nem existo. Eu nem existe. Eu não sou teatro. Eu não sou impressão. Eu não sou metáfora. Eu não quero nada. Eu quero registrar. Eu quero conter nesse silente tec tec. Eu tô acabando. Eu registro. Eu digo. Eu reclamo. Eu exclamo. Em 10 de outubro. Em épocas que não se falava. Em momentos como agora. Em momento de sempre. Em momento de morrer. Em momento de dizer. Em momento de evidenciar ausência. Tô sozinha. Tô triste. Tô brigada. Tô descolada. Tô sofrendo. Tô cisada. Tô partida. Tô sem nada. À 26 de junho digo. À 26 de junho digo. À 26 de junho digo. À 26 de junho digo. Amputada. Amputada. Amputada. Amputada. Mentiroso. Culposo. Doloso. Meloso. Torto. Bico. Tudo. Nada. Matador de passarinho. Assassino. Esquartejador. Vem! Vai sofrer agora. Vou te arrancar os ouvidos. Vou te morder a orelha até sangrar. Vou te desvirgular. Vai ficar sem mão, atenção, apontamento, teorização, despedaçamento, homogeneização. Vai porque não vai sair do lugar. Vai ficar. Vai entrar. Vai deizar.

Ninguém sabe o que eu tô sentindo porque eu não quero!

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Não é apenas um estresse.
Não vai passar.
Negatividade e pessimismo pra sempre.
Juntos e infelizes.
Porque eu sou desses.

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Passos

...O quê? como? Na boca?

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quarta-feira, 25 de junho de 2008

Dias, Piares, Virão

Eu acordo e imediatamente vou fazer o café. O cheiro do café tomando a casa enquanto eu me ensabôo me faz lembrar você, me faz pensar que é você quem esta a preparar a minha manhã com suas mãos. Saio do banho e deixo o chuveiro a gotejar, isso só para lembrar da sua voz me gritando, pedindo para a torneira eu fechar.
Saio de casa correndo e sempre deixo algo para trás. Faz-me bem ter que subir as escadas de novo para ter você ali na porta, com o casaco ou o guarda-chuva na mão, a minha espera. Então ameaço atravessar em meio ao sinal aberto, só para ter que sentir de novo o seu toque preciso em meu braço, dizendo volte, ainda não vá.
Coloco os óculos de sol num dia nublado e paro no meio de uma praça qualquer, só mesmo para ver você balançar a cabeça desaprovando a minha escolha. Então tiro os óculos e deixo a luz do dia me mostrar a intensidade das suas cores.

No trabalho, interrompo os afazeres várias vezes, atendendo o celular para o qual várias vezes você costuma ligar. Peço desculpas, mas não posso aceitar todos os convites de almoço, afinal, já marquei todos os almoços com você. À tarde, na livraria, leio pedaços dos versos que você me obriga a ler, todos os dias. Quando é hora de voltar para casa, faço todos os seus desejos e compro a pipoca bem salgada de sempre, só para que o algodão doce faça sentido logo depois.

Quando a noite começa a cair, entro no carro e não coloco o cinto de segurança. Isso só para ouvir a sua voz me dizendo o que devo fazer. No caminho até a nossa casa, passo na farmácia e compro o xampu que há dias fiquei de comprar: eu demoro a escolher até encontrar o seu cheiro perdido numa prateleira alta demais de se alcançar.

Quando abro a porta de casa, ouço a mesma e doce ladainha, por isso dou meia volta e deixo os sapatos do dia na soleira da porta, entro descalço e tenho que ir direto ao banheiro, caso contrário posso não ganhar o seu beijo. No banho, ouço de longe o barulho da panela, a fome me lembra que estou vivo. Enxugo-me, não sem antes me confundir sobre qual toalha é minha e qual é sua.
Talvez eu nunca vá saber distinguir o que é meu do que é seu porque nossas cores se completam.
Então vou até a cozinha e esquento qualquer coisa no forno de microondas. Ouço a sua voz que vem do quarto me dizer, não retire antes de apitar. Mas é tarde, eu adoro te contrariar. É prova do meu amor por você. Pego dois garfos, dois copos, mas uma só garrafa. Vou para o nosso quarto e lá está você, parada, me esperando.
A luz no topo oscilando, o corpo menor desde quando o dia começou. Faz quase sete dias que você partiu. Janto sozinho, bebo sozinho. A luz do corredor eu já não deixo acessa. Durmo olhando para você, para aquela flama de luz que me adormece e me pacienta.
Acordo e vou imediatamente fazer o café. Às vezes ligo o som enquanto estou no banho. Gosto de ouvir, de longe, a sua voz acompanhando os versos, as rimas... Todas as nossas metonímias.

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segunda-feira, 23 de junho de 2008

Teorização sobre o asco III

"E a gente diz um pro outro:
-Tô com sono, vamos dormir."

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E assim te faço Herói

Se esse era o início
Que um dia maisamigos foram
Que um dia de contrarte viveu
Esse é o fim do nem anjo
Nem sujo, nem café...

Te mato e te faço Herói:
Antes morto que autor;
Antes censurado que livre;
Antes gritar que escutar.

Se supera sempre
a idéia formada,
eu supero agora
minha ingenuidade.
E mudo, como sei
Que posso, tudo naquele
que te engrandece,
que te superlativa.

Que me diminutiva.
Que me põe sob análise.
Que te torna rei,
das ovelhas sem pasto.
Sem destino_ coitadas.

A primeira censurada.
Fui eu?
Ai, conforto amigo.

Ou te ofende,
senão corrijo:
Ai, conforto! amigo?

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Jogo Dramático

" E quando finalmente sentiu-se protegida e úmida, e limpa e sorridente outra vez, e confortável e em paz, deixou que seus movimentos se espaçassem, suspirou e morreu." Caio Fernando Abreu.

A escolha certa para um jogo não tão certo assim. Vejo vocês em ator um jogadores. A arte de dizer, escutar, articular e contar. Dividir a fala, manter o tom, o tempo, a intenção e contar a história. A mesma história de sempre. A repetição do jogo traz uma nostalgia até gostosa. Bom, acho que é só.

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domingo, 22 de junho de 2008

Controlvê

Correção: Marcador fixo do Rubens: *Presente

Amo meus amigos

...qualquer dia amigo eu volto a te encontrar...

Ah ta. Amizade. Amizade é coisa séria, dizem por ai. Vai ver que não se sabe ser amigo, pois fica-se buscando sentido em tudo, todos e no que é dito, ou melhor, no que pode ou não pode ser dito. Eu gosto da minha amizade para com vocês...vinda do nada, de um meio sorriso, talvez, repleta de incertezas, de preferências semelhantes, mas não em sua totalidade, de preservar nossa vaidade. De nos acharmos lindos enquanto nos sujamos cada vez mais por dentro, a cada novo copinho de café que tomamos, engolinos. Nossa, nem sei calcular o somatório final do dia, dos dias. Eu gosto assim...desse jeito abobalhado, onde rimos da nossa própria desgraça e nos juntamos para fazer pouco caso dela. Onde lidamos com felicidades clandestinas sem o medo de ser completamente absorvido por elas. Muitas vezes já me questionei sobre meus amigos.quantos tenho?quantos deveria ter?nenhuma das perguntas obteve uma resposta, pois, logo no ínicio, a análise se desconfigura, levando-se por emoções, momentos, grandes lembranças eternas memórias, que não poderiam jamais não ser de amigos. Se o amigo morreu, então todos morremos também. Pois não consigo me lembrar das coisas que vivi e não dividi com alguém, mesmo não contando tudo, dizendo em pedacinhos. Minha vida está atrelada a outras e assim permaneço, pretendo. Amigos ou não, são todos caros, como diria senhor Mário, e pretendo regá-los.

Amigos ou não no final, tudo é coleguismo.

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sábado, 21 de junho de 2008

Eu, meu duplo e eu mesmo.


Alice Coelho Júlio.

Alice é coelho.

Coelho é Júlio.

Personagem, mente e pessoa.

Quem?

O duplo.

O triplo.

Vocês entedem? Não?

Alice faz merda e enforca seu duplo.

É sempre assim.

E eu fico aqui.

Eu morri mais uma vez. Nos sonhos de Alice.

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!

Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah!

ou

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!A

?

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Amo meus amigos

agradeça que sua irmã drogada tem uma coisa chamada lealdade.
e pense no que ela poderia ter dito no momento da raiva.
mas sua irmã drogada não disse.
cada vez mais você parece com seu pai.
boa sorte.

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sexta-feira, 20 de junho de 2008

Parada

É impossível
Eu sei que é
Mas eu me engano
se for sincero demais
posso acabar me matando.

É impossível, eu sei que é
mas continuo tentando
como se uma hora ou outra
fosse esquecer desse gosto na boca
desse peso sobre o corpo
e dentro
e fora
e sem esse cheiro
eu fico louco.

É impossível, todos parecem dizer
todos na rua o fazem
todos o querem ter

Mas eu avanço, no desespero
nu desespero e já não importa
Se é impossível
ou não

mas que seja por agora

toda a eternidade nesta abstinência.

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Parar

Parada.

Teorização sobre o asco II

A: Ah, meu velho, quanto tempo faz?
O: Uns 20 e poucos...
A: Exatos 27, meu velho.
O: (se sabia por que perguntou?) É verdade...
A: E engraçado
O: (Se é engraçado por que não ri?)
A: é que tudo parece estar como era antes.
O: (Porque você tá velha, surda e cega e não consegue perceber a diferença) Verdade...
A: E o pior.
O: (Pior que sua cegueira, velhice e surdez?!)
A: é o tanto de tempo que a gente ficou longe.
O: Verdade.
A: Se a gente
O: (por que tratar o passado como algo que muda?)
A: tivesse sido mais sincero desde o início.
O: (Sempre fui sincero!)
A: Aposto que hoje seria hoje muito antes de ser.
O: (Quem aposta demais perde.)
A: O que você acha?
O: (Por que insiste em me perguntar o que eu acho? Se eu quisesse dizer já tinha dito!) Bom.
A: Só bom?
O: (Como assim só bom?) Muito bom!
A: Adoro o seu entusiasmo!
O: (Adoro sua perspicácia!)Uh!

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Luta I


Ninguém nunca me venceu em uma batalha.
Ninguém nunca derrotou meu coração.
Ninguém nunca me derreteu.
Ninguém nunca me matou.
Nem mesmo Deus.
Superei ascos, medos e despedidas.
Superei vícios e manias.
E hoje estou aqui, frio.
Um falso abraço quente.
Um falso belo sorriso.
Sempre inerte, seguindo o tempo.
Não sei até onde acredito em amor.
Não sei até onde acredito em tesão.
Não sei se acredito em qualquer coisa.
Não me apego, deixo, vou. Paro.
Não acredito em apegos, amores, sexo ou deuses.
Nem em meu coração. Nada. Nem em meu amor. Nada.
Um borrão, como meu olho esquerdo.

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...qualquer dia amigo eu volto a te encontrar...

Esses dias me trouxeram pessoas de volta de maneira muito simples. Abraços. Conversa no metrô. Sentar no colo. Ajudar em trabalho, essas coisas, das quais eu sentia tanta falta. Presença, enfim. Mas hoje me comportei como quem escorrega atrás das pessoas, e vai desmanchando, desaparecendo por detrás delas. Fiquei um pouco poça, água parada, pantanal, e antas e capivaras vêm se banhar, gigantes, em mim, me espalhando pela terra. Aí eu molho um pouquinho a terra, mas não encharco. E a terra fica só com gotas de mim, impressões. Isso me fez pensar se a culpa não é minha. Vou parar de me poça e começar e me sol.
É que tenho me sentido galhos secos. Os frutos não caem, estão vermelhos, amarelos, dourados, esperando. Mas a árvore vai cair. Cair sobre si mesma no verde musgo. Tão sequinha, tão torta. E os frutos cairão sobre seu dono, não serão mordidos, não serão levados? Alguém, por favor, roube meus frutos e me deixe morrer tendo vivido!
Por isso me escorri por aí esses dias. Boca? Supino? Verde? Nana Caymmi? Pão-de-queijo? Pênis? Dança? Voz? Respiração? Blog? Satisfação? Inveja? CCBB? Bergman? Helena? Água? Mãe? Catete? Amigo?
"...que amava toda quadrilha."
Vem me visitar? quando?

Ah, entrem no meu blog: http://agnuslucas.blogspot.com/

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quinta-feira, 19 de junho de 2008

Postando antes de Amanda pra zoar o barraco.

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ATA I

A Comissão Administrativa do habitado Cortiço, vem por meio desta, estabelecer certas regras de convívio:

Dos marcadores:
Cada habitante deste cortiço terá como chaga de sua existência um marcador. Portanto é vedado o esquecimento da chaga. Está deve estar presente sempre e colocada pelo próprio "autor" do texto. O esquecimento constante poderá ser levado a instanças superiores de repressão. Segue abaixo os marcadores e seus donos:

Júlio

Macabeto

Caio

Avenca

Diogo

Filhos

Lucas

Cais

Rubs

Personalidade 3.4


Outros marcadores foram criados. O seu uso não é vedado, no entanto, DEVE ser acompanhado da chaga. Segue abaixo os marcadores não essenciais.

Júlio

Alice/nonsense/bêbado

Caio

Avenca.namorados/começo.toque.retoque

Diogo

Filhos

Lucas

Cais

Rubs

Autor morto


Lembrando que: NÃO é vedada a criação de novos marcadores.

Das postagens:
Os relatos não seguem qualquer censura de tema, linguagem, estrutura, cheiro; dado isso não deixem de se entregar.

Dos diálogos:
Os diálogos podem e devem acontecer, estejam abertos à escuta. Não criem diálogos somente entre seus próprios textos.

Da expulsão:
Fica à critério da Comissão Administrativa avaliar condutas que atrapalham o bom desenvolvimento do cortiço.
A quebra do bom desenvolvimento está relacionada ao que a Comissão Administradora supõe ser agressivo e daninho ao cortiço.

Da Comissão Administrativa:
A comissão é formada apenas por um membro vitalício.

Ass: Comissão

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Assim falava a canção...

Ah ta. Amizade. Ao passo do que conversamos hoje posso dizer que as minhas também são erguidas por saudade. Principalmente a saudade das coisas que ainda não vivi e a minha cabeça insiste em planejar, elaborar, desejar. Amizade é coisa séria, dizem por ai. Mas ao mesmo tempo não deveria ser. Vai ver que não se sabe ser amigo, pois fica-se buscando sentido em tudo, todos e no que é dito, ou melhor, no que pode ou não pode ser dito. Eu gosto da minha amizade para com vocês...vinda do nada, de um meio sorriso, talvez, repleta de incertezas, de preferências semelhantes, mas não em sua totalidade, de preservar nossa vaidade. De nos acharmos lindos enquanto nos sujamos cada vez mais por dentro, a cada novo copinho de café que tomamos, engolinos. Nossa, nem sei calcular o somatório final do dia, dos dias. Eu gosto assim...desse jeito abobalhado, onde rimos da nossa própria desgraça e nos juntamos para fazer pouco caso dela. Onde lidamos com felicidades clandestinas sem o medo de ser completamente absorvido por elas. Muitas vezes já me questionei sobre meus amigos.quantos tenho?quantos deveria ter?nenhuma das perguntas obteve uma resposta, pois, logo no ínicio, a análise se desconfigura, levando-se por emoções, momentos, grandes lembranças eternas memórias, que não poderiam jamais não ser de amigos. Se o amigo morreu, então todos morremos também. Pois não consigo me lembrar das coisas que vivi e não dividi com alguém, mesmo não contando tudo, dizendo em pedacinhos. Minha vida está atrelada a outras e assim permaneço, pretendo. Amigos ou não, são todos caros, como diria senhor Mário, e pretendo regá-los.


é.
eu sou mela cueca.
e isso me faz uma felicidade só.

brasil, mil doces.

=*

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quarta-feira, 18 de junho de 2008

atemporalidade de um diálogo surrealista?

Menino – Olá!
Menina – Não se usa mais falar Olá!, não é mesmo?
Menina – É... Então eu devo não existir, ou então acabei de sair do século passado diretamente para o seu quarto!

Menina – O que faz aqui?
Menino – Aquilo que ainda não estamos fazendo...
Menina – Eu não vou transar com você!
Menino – Nossa... Imagino que nem esteja com tanta vontade...
Menina – Ai, menino...
Menino – É, menina...
Menina – O quê?
Menino – Você não quer?
Menina – O quê?
Menino – Você é ingênua, não é?
Menina – O quê?
Menino – E pudica também, não é mesmo?
Menina – O quê?
Menino – E costuma interrogar quando deve responder, não é?
Menina – Ah?Menino – Ou quando não sabe o que responder, usa sempre um gemido interrogatório, como esse seu Ah?...

Menina – Escuta uma coisa, pirralho!
Menino – Diga, amor da minha vida.
Menina – Saia já do meu quarto!
Menino – Não estou no seu quarto.
Menina – Ah?
Menino – Estou na folha de um escritor, sou um personagem, que por sinal é muito chato!
Menina – Ah? Então eu sou uma personagem vazia e perdulária, que quando não sabe o que dizer, fica perguntando coisas, é isso? Responda! É isso?

Menino – Não é preciso responder...
Menina – Ah, ótimo. Voltemos ao começo do diálogo pois.
Menino – O quê?
Menina – Não! Você dizia Olá!, lembrou-se?
Menino – Ah, sim. Olá!
Menina – Olá!
Menino – Eu não deveria existir. Sou daqueles que viveram no século passado.
Menina – E o que faz aqui, a essa hora?
Menino – Vim para aquilo que ainda não pudemos fazer...
Menina – O amor não carece de pressa!
Menino – Nossa... Acabo de me sentir menosprezado...
Menina – Ai, menino...
Menino – É, menina...
Menina – O quê?
Menino – Você não me quer?
Menina – O quê?
Menino – Eu sou ingênuo, não é?
Menina – O quê?
Menino – E pudico também, não é mesmo?
Menina – O quê?
Menino – E que costuma interrogar quando deveria responder, não é?
Menina – Ah?Menino – Ou daqueles que quando não sabem o que dizer, usam sempre uns gemidos interrogatórios...

Menina – Escuta uma coisa, não há nada de pirralho!
Menino – Diga então, amor da sua vida.
Menina – Saia, já pro meu quarto!
Menino – Não estou no seu quarto.
Menina – Ah?
Menino – Estou na folha de um escritor, sou poesia, que por sinal é de péssima categoria!
Menina – Ah? E eu sou uma estrofe vazia, que quando não sabe o que dizer, fica perguntando coisas. Não é isso?

Menino – Não saberia responder...
Menina – Pois isso é ótimo. Nos faz voltar ao começo do diálogo.
Menino – Olá, então!
Menina – Você dizia Olá?
Menino – Ah, sim. Dizia Olá!
Menina – Olha lá, hein!
Menino – Na verdade, eu não deveria existir. Sou daqueles que já viveram...
Menina – E o que faz aqui, então?
Menino – Vim para fazer algo que em vida não pude fazer...
Menina – O amor é eterno, já deu pra ver!
Menino – Nossa... Acabo me sentindo... Prezada senhora...
Menina – Ai, menino...
Menino – O que foi, menina?
Menina – O quê?
Menino – Você...
Menina – O quê?
Menino – Eu sou... não é?
Menina – O quê?
Menino – E também... não é mesmo?
Menina – O quê?
Menino – E que... deveria responder, não é?
Menina – Ah?Menino – Ou daqueles que... interrogatórios...
Menina – Não se usa mais falar, não é mesmo?
Menina – É... Então eu devo não existir e passar diretamente para o seu quarto?
Menina – E o que faz aqui?!
Menino – Aquilo...
Menina – Não!
Menino – Nossa...
Menina – Ai, menino...
Menino – É, menina...
Menina – Oh...
Menino – Você...
Menina – Oh...
Menino – Você...
Menina – Oh...
Menino – É pudica também...
Menina – Oh...
Menino – E... não é?
Menina – Ah!Menino – Ou quando... esse seu Ah?...
Menina – Escuta, pirralho!
Menino – Diga: amor da minha vida!
Menina – Saia!
Menino – Não!
Menina – Ah?
Menino – Estou na folha, no limbo...
Menina – Então eu sou vazia?
Menino – Sim, vadia!

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O Amigo Morreu

ASS: Teixeira Maia Rodrigues Foucault

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As Ações Das Minhas Respectivas Personalidades

---------PENSO VEZO\
SENSO TENSO TESO PESO SÓ Ó!>

---------DENSO LESO/

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Eu? Amigo? Eu? ou 3ª Postagem Sobre Amizade

-título em homenagem a Amanda e seus amigos e colegas, meus colegas de sala-

Concurso de Acesso Às Vagas de Amigo

1) Quem disse que amizade é superior a coleguismo? Que existe hierarquia? Que não são só funções distintas? Que não é possível ter colegas melhores que amigos? (Colocar citação)

2)O que o texto dado pela professora de teoria literária sobre a morte do autor de autoia de Foucault tem a ver com amizade? (Acredite, esse texto tem a ver com tudo)

3)Resolva o problema com base nos seguintes dados:
Só(quase só) tenho amigos homens gays e artistas desde jovem (deve ser hereditário, todos os amigos do meu pai que exerce a mesma profissão que ele também são gays - isso que dá ser artista ou cabeleireiro jejejejejejeje).
Tenho três migas mulheres
E três milhões e meio de amigos homens héteros
Quantos amigos eu tenho? (Arme e efetue e dê a S.M. -sentença matemática).

4) Refiz?

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Substituição da postagem "Liga, não! Sou complexado!"

Esse meu jeito poético de ser apoético atrapalha minhas amizades. Eu não respeito padrões. Existe até um padrão apoético. E nem esse eu respeito. Para ser apoético fale do feio, do sujo, da bosta, do vômito, do arroto, do peido, seja escatológico -não o teológico, mas o medicinal-; se quiser ser sem sentido, fale do sonho, do devaneio e blá-blá-blá. Mas se eu só quiser tomar posse de uma pergunta que não foi feita e se eu só quiser confundir o eu-lírico com o autor. E se eu só quiser criar em elemento coesivo para sair do último assunto e entrar no meu? Bom, mas deixa para lá, essa já é a segunda postagem que falo sobre amizade.

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Triste espetáculo esse...

♫ Srta Sami disse: achei uma coisa na sua mochila e espero que não seja sua. Só te pergunto se Minha mãe merece isso? Depois te ter feito tudo que ela vez pra te dar uma educação melhor pra vc hoje estar na faculdade que você escolheu. Se ela merece isso dps de te dar força pra fazer seu teatro, dps de ela acordar as 5 horas da manhã pra fazer sua marmita pra levar pro seu estágio, se ELA MERECE ISSO DPS DE IR ANOS PARA SER EMPREGADA pra dar uma vida melhor pra nós? Se ela merece isso trabalhando cheia de dor pra bancar você!!! Me responde?! Até ontem eu tinha orgulho de você, pela sua batalha, por vc correr atrás da sua faculdade até conseguir. Agora se isso é seu, o que eu acho que pode ser eu TENHU VERGONHA. Vergonha da minha irmã precisar dessa MERDA pra fugir ou encontrar qlqr coisa que seja. Eu não queria que você fosse embora, mas agora eu prefiro que vc vá do que ver minha mãe descobrir essa merda e sofrer mais do que já sofreu e sofre pra criar a gente. Caralho Amanda, você cara! Pra que?? Por que VOCE precisa disso?

Ela pra você: Laffaet - ela conseguiu CPII
Teatro 50 conto por mês
Vendendo revista de por em porta - Victoria, Belle Joia, Luzon
Empregada doméstica de seguda a sabado a mais de 10 anos e com asma, artrose, osteoporose
Domingo lavando sua loça, sua roupa a mão quando a máquina quebrou
Atura o Bide a 24 anos, 24 ANOS
Te amando e cuidando, protegendo, PROTEGENDO DE MERDAS COMO ESSA

Você pra ela: Preocupações, choro, CHORO. DECEPÇÃO.

O minimo que se pode esperar é você abrir os olhos, se não por vc mesmo faça por ela. Que com certeza esse mínimo é o máximo que você vai fazer na sua vida toda. Só espero isso de você. E outra coisa devolve meu isqueiro cara de pau.

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segunda-feira, 16 de junho de 2008

Alice pára.

Não me espere Sr. Coelho, depois eu vou atrás. Não posso viver correndo em sonhos, são eles que devem me guiar. Queria me apaixonar pelo seu duplo.

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Referências para a constatação do mundo barroco: [influência]

- Vida
- Beckett
- Volubilidade
- Nada
- Muito
- Giros
- Rodas
- Sonhos
- Padarias
- Zé Celso
- Nitty
- Enterno Retorno
- Apoesia
- Eu
- Amanda
- Nascimento
- e Morte
- Amor
- Pedra
- Falta e excesso de Vontade
- Ruína

Sem fotos nem citações, só três pontos pra continuar...

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Referências para a constatação do mundo barroco: [influência]


Segue a mesma razão.


*quarto do Tito

*rococó

*jovens viciados

*movimento da Augusta em SP

*amor

*ódio

*todo e qualquer tipo de subida, ascenção

*anjos de cara suja

*genitálias angelicais

*todo e qualquer tipo de perda, decepção

*dourado

*por fora bela viola, por dentro pão bolorento

*fruto proibido

*desejo

*livros ocultos

*veneno

*aquele cara lá alemão que lemos muito com o Denilson

*santo do pau-oco

*opostos

*renda

*ariana

*calcanhoto e suas depressões

*marinheiro

*o mal do século literário

*delegada chefe brenda


outros.


-foto para ensaio inspirado no barroco.um crime feito.

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domingo, 15 de junho de 2008

Referências para a constatação do mundo barroco: [influência]

“Os herdeiros da melancolia são habitantes de uma época em permanente insegurança, sem ídolos, sem paixões utópicas. Sob o Sol cinza, um mundo em permanente trânsito para lugar nenhum. As catástrofes da modernidade são o solo para a retomada do pensar catastrófico do Barroco” (LOPES, 1999, 135)
  1. Camus
  2. Beckett
  3. Meu pai
  4. O supra-citado
  5. Minha vida
  6. Tantas coisas. Quero mais listar não.
Visitem: http://agnuslucas.blogspot.com/

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Sono

tenho vontade de escrever agora várias coisas mas não vou. tenho sono. só quero dizer que sinto falta de algumas coisas. sempre sinto falata mas a falta tá grande agora. queria não escolher caminhos errados. sinto que errei cada vez mais. queria abraçar cada um de vocês que aqui escrevem por motivos diferentes. sinto falta. talvez de coisas que nunca tenha tido talvez de coisas que tive e tenho muito medo de largar. caminhos errados. erros. respostas erradas. e algumas coisas. e muito sono.

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Teorização sobre o asco

Qualquer corpo atrai outro corpo com força proporcional à sua massa. Como A atrai B, B atrai A, se a massa for igual A e B não vão se encontrar. O encontro só acontece se A tem uma massa desprezível em relação à B. Ou vice e versa. Se A possui uma massa maior que a de B e este não tiver massa desprezível é provável que este se fixe à órbita de A. Ele acaba girando por qualquer motivo que não lembro e não vem ao caso. Muitas luas entraram para órbita de Saturno. Uma lua entrou na órbita da Terra e ela se chama Lua, porque e somente por isso. Alguns planetas estão na órbita do Sol. Existem outros sóis, mas como eles não tem a Terra como planeta só o Sol é chamado de Sol. Com uma visão mais focada descobrimos que nós estamos, com nossa massa desprezível, grudados na Terra. E nós temos nomes próprios por isso e somente por sabermos disso. Como não há _ de tamanho suficiente digno de ser lembrado_ nada na órbita do homem, gostamos de imaginar tal situação.

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sábado, 14 de junho de 2008

Enlaçado

O mar fedia. Depois de tanto tempo, surgem novas provas. Era lindo, mas fedia. Eu sempre repito isso: nasci para contemplar o mar. Não sei nadar. Me afogaria. Então foi melhor assim, não foi? Ainda bem que não foi com alguém que eu pudesse invejar. Foi alguém improvável. Por detrás das ondas se escondem duras linhas - o horizonte é reto. Mas o que me encantou não foi a imensidão. Era a areia, os pedaços, os grãos. Mas as ondas queriam sempre engoli-los, encondê-los. A atriz no palco diz "se você me ama..." e eu choro. É que era assim e eu não sabia como provar. Mas não me matei. Será que a criança está viva ou morta? A criança ainda nem nasceu. Está apertado lá dentro, não é, meu bebê? mas meu bebê não sabe como é o mundo lá fora. Dorme, meu neném, dorme.

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compartilhar com vocês

que o friozinho que dá na barriga em dia de estréia ainda é uma das melhores sensações do mundo.é isso.


ixxxxxxxpiãn, zele por mim.

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Tou bêbado. como um bêbado escreve? bêeeeeebado. hahahaha. sei que bêbado gosta de rir do que ele fala. eu rio. eu rio sempre. até sóbrio. tou bêbado de cansaço. bebado de de acool (pq cansei de acentos). bebado de ciumes. bebado de tudo. queria não cometer erros quando tou bebado. bebado de indecisão. bebado de vaaaaaaarias vezes. hueheuheueh. outra piada sem graça de bebado (sem hifen), cansei de escrever. só sei que errei mais uma vez. e para de ser egocentrico. e de ser melancolica. quem souber sabe. a vida é assim, um sonho pra mim, e quano eu fte vvereo v d

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Texto que fiz para uma amiga, uma auto-descrição. Ela também se chama Amanda. Eu não entregeui o texto pra ela. O texto ficou cafona.

SEI: METADE DO QUE SEI E METADE DO QUE NÃO SEI

O AMOR QUE SINTO POR TODOS DIMINUI. AUMENTA O AMOR QUE SINTO POR MIM E, DE CERTA FORMA, PELO MUNDO. NÃO SINTO SAUDADES DE NINGUÉM, SÓ SINTO SAUDADE DE MIM, DAS COISAS QUE EU QUERIA FAZER. ESTOU NAS COISAS, NOS LUGARES, NO MEU QUARTO. NÃO SOU EM LUGAR NENHUM.

NÃO SOU ALEGRE, MAS SOU FELIZ. FELIZ NAS PEQUENAS COISAS. OU ENTÃO EU NÃO SEI SER FELIZ. SOU UMA PESSOA QUE ESPERA. UMA PESSOA QUE É CREPUSCULAR NA ESSÊNCIA, MAS TEM SENTIDO A IMPOSIÇÃO DAS EXTREMIDADES PELO MUNDO. SOU MUITO PEQUENO. SOU MUITO QUERIDO OU MUITO INDIFERENTE. ALGUMAS PESSOAS GOSTAM TANTO DE MIM QUE ME OFENDEM, ACHANDO QUE NÃO SOU PASSÍVEL DE ÓDIO. MAS EU TAMBÉM POSSO ODIAR, POSSO SENTIR DOR, E NÃO ENTENDO TUDO, EU NÃO ACEITO TUDO. SOU UMA PESSOA QUE CONTINUA ESPERANDO. EU VEJO E NÃO DIGO NADA, VEJO PASSAR, NÃO CONSIGO IR ALÉM DE VER. CHEGO EM CASA E SONHO. SONHAR É MELHOR QUE VIVER. ESSE ESFORÇO DE ESTAR VIVO. COMER. AMAR. ESTOU VIVENDO AUTOMATICMENTE. MAS A MÁQUINA ESTÁ DEGRINGOLANDO. JÁ NÃO CONSIGO SORRIR SEM TER VONTADE. JÁ NÃO CONSIGO FICAR ATÉ O FIM DA FESTA. JÁ NÃO CONSIGO ESCONDER A DOR. CANSEI. QUERO QUE ME QUEIRAM PELO QUE EU SOU, NÃO QUERO ESTAR ALÉM DE MIM, POSSO ESTAR ALÉM DO QUE EU POSSO – É UMA MISSÃO COMO ARTISTA – MAS NÃO POSSO ESTAR ALÉM DO QUE EU SOU E DO QUE EU É. NÃO QUERO SER MAIS SIMPÁTICO PARA QUE GOSTEM MAIS DE MIM. NÃO QUERO DANÇAR BEM PARA QUE SE APAIXONEM.. SE NÃO BASTA MEU OLHAR, ENTÃO... BASTA.

ENTRE O QUE EU SOU E O QUE É HÁ UM ABISMO.

CÂNDIDO – EU APENAS QUERIA DIZER PRA TODO MUNDO QUE ME GOSTA QUE HOJE EU GOSTO MUITO MAIS DE MIM – VOCÊ DEVIA CASAR COM UM MARINHEIRO, QUE É UMA PESSOA QUE VAI. VOCÊ NUNCA PARTIU – É O QUE É – SABIA QUE QUERIA IR, MAS NÃO SABIA PRA ONDE – UM MOVIMENTO. EU SOU UM MOVIMENTO. OLHA: EU TÔ MEXENDO, MINHAS MÃOS, MEU CORAÇÃO BATE, SERÁ QUE É PRECISO MAIS QUE PULSAR?

TENHO UM METRO E CINQÜENTA E SETE. SOU ARTISTA. AMO. SONHO. SOU RETRAÍDO E TRAVADO, MAS POSSO FINGIR QUEM SOU SIMPÁTICO E CONVENCER A TODOS. É SÓ SORRIR, BOTAR AS MÃOS NOS BOLSOS PRA QUE NINGUÉM PERCEBA QUE ELAS SÃO TENSAS E SE ESFREGAM O TEMPO TODO COMO ALGUÉM QUE NÃO CONSEGUE IR ATÉ O FIM E SE CULPA TENTANDO LAVAR SEUS ERROS COM ÁGUA DA TORNEIRA. MAS SE QUISER VER QUE EU SOU, ME ARRASTE PRA DANÇAR SEM QUE EU ESTEJA PREPARADO. PEÇA PRA EU CANTAR UMA MÚSICA DE REPENTE. MEXA NA MINHA MOCHILA. ME DIGA A VERDADE.

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quinta-feira, 12 de junho de 2008

oi?dia dos namorados?oi?ah,tudo bem!

Feliz dia desses
pra quem tem
e quem não tem também
feliz dia desses
de escrever cartões
pensar em conteúdos
de grandes embalagens
colorindo tudo
sempre
de vermelhor.
Feliz dia desses
onde se celebra o gostar
o gosto azedo
a idiotice de amar.
Feliz dia desses
de navegar
conhecer mais o corpo
brincar.
Feliz dia desses
de dizer bobeiras
reafirmar.
Feliz dia desses
de ficar de grude
dizer tudo em lingua estrangeira
vulgo amorzinho.
Feliz dia desses
de jantar
dois pratos
para uma só fome.
Feliz dia desses
de trocar
pirulito
bombom
trufa.
Feliz dia desses
de perder as estribeiras
dançarinar pelo salão
e ser assim
tolinho
como eu
neste
poeminha.

*

amigos, façamos amor.uns com os outros.uns aos outros.

"...um dia desses eu me caso com você, você vai ver ia ia, você vai ver.um dia desses, de manhã cumpadre pompa, você vai ver como eu, me caso com você..."

-só pq tá todo mundo viciado nesse cd.
aliás, show da musa, no canecão.em breve.$ medo.

=*

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Postagem que não é pra ser lida:

Comemorativa do 1818..

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quarta-feira, 11 de junho de 2008

Liga, não! Sou complexado!

CENSURED

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Dizer

Eu nunca vou dizer o que eu quero dizer.
Eu nunca vou dizer o que eu quero dizer?
Fico feliz de algumas coisas. Mas se vocês podem dizer isso é porque podem esconder outro tanto.
Eu escondo todo o tanto.

"Quero ter alguém com quem conversar,
Alguém que depois não use o que eu disse
Contra mim.
Nada mais vai me ferir.
É que eu já me acostumei
Com a estrada errada que eu segui
E com a minha própria lei. "

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Blablablaautorblablablaencenadorblablawagner


Essa imagem não tem autor.

Indício:

Por que eliminar o sujeito?

Surgimento do sujeito.

Questionamento de quem é o sujeito.

Questionamento da existência do sujeito.

Por que não libertar o teatro?

Questionamento das amarras do teatro a partir do não sujeito.

Os vários sujeitos de Bob Wilson.

Simultâneo: justaposição ou fusão?

Porque Wagner só permite um sujeito.

As conseqüências.


O surgimento efetivo do sujeito, segundo Foucault, está ligado diretamente à idéia de transgressão. “Os textos (...) começaram efetivamente a ter autores (...) na medida em que o autor se tornou passível de ser punido, isto é, na medida em que os discursos se tornaram transgressores.”[1] Um discurso só pode ser transgressor se há, antes de tudo, um discurso central e que este esteja identificado como ordem. A ordem se não é total leva a transgressão.

A necessidade centralizada de governo surge porque o homem não pode mais se autogovernar, segundo o olhar de quem governa. Quem fica submetido à nova ordem deve manter-se integrado à massa. Caso a massa comece a dar sinais de heterogeneidade, para distanciar os elementos perturbadores da ordem dos elementos que constituem a unidade, é necessário que se identifique os primeiros. Passando posteriormente a processos exclusivos e punitivos.

Entendo que a primeira identificação do sujeito do discurso não se deu como forma de valorizar o indivíduo, mas para facilitar os meios de diluir a individualidade e o que ela gera: pensamentos próprios, questionamentos. Porém, uma ordem que não emana do coletivo e sim das vontades individuais de alguns e tem como proteção a repressão e a massificação do pensamento está gerando seus próprios algozes. Quando um governo age contra alguém, por mais que ele identifique e o descrimine da massa, por mais aparato propagandista que esse governo tenha, ele está investindo contra a massa. O que gerará mais pensamento, mais dissidências, logo, mais autores. Entrando então em um ciclo vicioso e autodestrutivo.

A ausência de autores indica duas coisas: ou o extermínio imediato de qualquer tipo de autoria, com um governo elegante suficiente para esconder esse extermínio assim evitando possíveis ciclos autodestrutivos. Ou a sociedade ideal, igualitária ao ponto do pensamento ser plural e o questionamento do “quem disse?” ser impensável, desnecessário. Qualquer um poderia ter dito. E melhor, não importa quem disse e sim o que foi dito.
No entanto, nem um governo total nem uma sociedade ideal existem. O autor existe. E existe hoje (e pouco depois do surgimento) pela idéia de propriedade, conceito que norteia a sociedade e conseguiu se estender até o universo do discurso.

Além de inevitável, a existência do autor é reivindicada. Ser autor é equivalente a ser proprietário e ser proprietário equivale a ter poder sobre outros. Há uma hierarquização baseada na autoria. Seja o autor o encenador ou o dramaturgo, no caso da produção teatral, sempre haverá uma escala de poder saindo do autor até outros níveis do espetáculo. A questão piora ao chegarmos à conclusão posterior que não ser autor é sucumbir à idéia de alguém, é estar sob o comando de outros. O caminho natural de quem não pretende estar a serviço de ninguém é tomar parte na autoria.

Porém, brigar pela autoria é mexer na estrutura hierárquica estabelecida. Análogo a uma sociedade, fazer frente à hierarquia do autor suscita revoltas, guerras, mortes...

O predomínio do texto sobre a encenação teatral é ancestral, mas não originário. Não venho, no entanto, questionar origens e sim permanências. O texto já sofreu suas baqueadas, mas permanece até hoje como primeiro elemento do espetáculo teatral. Roubine coloca em cheque o texto mostrando uma mudança na linguagem do espectador. “No fim do século XIX falava-se na Berenice de Julia Bartet, a atriz trágica que acabava de redescobrir a peça de Racine; hoje fala-se na Berenice de Planchon. Vamos ver as Bodas de Fígaro de Strehler, ou a Tetralogia de Chéreau... ”[2] Essa mudança de linguagem e antes, de observação, do espectador é sem dúvida importante, mas ela em si se trai. Berenice pode ser feita pela grande atriz, reformulada pelo diretor, mas será sempre o texto de Racine.

Roubine diferencia Gaston Baty de Antonin Artaud, ambos encenadores que pensaram um teatro não textocêntrico:

O primeiro entende que uma encenação não deve se subordinar aos desejos do dramaturgo _ até por haver lugares em que o texto não alcança _; um encenador deve ter domínio sobre o espetáculo como um maestro sobre sua orquestra (metáfora do próprio Baty encontrada na p. 62). Ou seja, Baty não põe de lado o texto, ele questiona a idéia de monossemia presente na época. Há apenas um sentido e esse vem do dramaturgo, não do encenador. Isso se comprova com suas montagens com forte presença do elemento texto “Baty reclamava a derrubada de sua majestade a palavra do trono, enquanto perpetuava nas suas próprias realizações o teatro mais literário que se possa imaginar: obras-primas do repertório dramatúrgico (Racine, Musset), adaptações teatrais de romances (Flaubert, Dostoievski) etc...” [3] Além da vontade de assassinar o autor para ficar com o seu texto, evidenciada nas suas escolhas: “Isso explica as escolhas de Baty: autores e obras modernas de segunda ordem.”[4]

O segundo seguiu muito de perto os passos de Baty, discordando da existência de apenas uma única leitura para o texto, atacando a submissão ao dramaturgo. Contudo, Artaud deixou Baty para trás, ao entender o texto como meio e não como fim em suas realizações “O texto, para Artaud, torna-se, em primeiro lugar, um instrumento, o veículo, o trampolim de uma materialidade sonora, de uma energia física. ”[5] Entender o texto como palavras, sons desligados de um sentido, abre a brecha de repensar cada elemento já catalogado no palco. A iluminação, a música, a dança, a mímica entram também em foco para uma nova utilização. Tudo isso guia Artaud a uma radicalização da arte teatral como nunca se vira, Roubine, inclusive, não dá muito importância se ele conseguiu ou não colocar em prática sua teoria, mas acredita que serve à reflexão do teatro e todos os seus cânones.

Por mais esforço que se faça de colocar o encenador como autor, se este sempre parte de um texto para a sua criação, é o texto quem está no grande topo da hierarquia ainda.

A analogia social continua... O governo que vê sua ordem ameaçada e não consegue domar os revoltosos adere a políticas reformistas. Estas vêm para acalmar os insatisfeitos e preservar o estado de coisas. Dizemos que o palco hoje pertence ao encenador mais raramente nos deparamos com o não uso da palavra ou o uso da palavra sem texto. O palco é dominado por Batys enquanto Artauds são postos à margem da criação teatral, normalmente admirados (quando são) pelos espectadores pertencentes à própria classe, o que leva a uma manutenção da ordem do Texto Rei.

O que alcançou Artaud foi mais que questionar o encenador como autor ou não do espetáculo teatral, está aí sua genialidade, ele questionou a necessidade de autoria. Exatamente por isso, Roubine o coloca como criador de uma utopia. Acima expus que o desaparecimento do sujeito somente seria possível em dois momentos: em uma sociedade inteiramente totalitária ou em uma sociedade plenamente igualitária. Artaud propõe um novo teatro, com o extermínio do autor e predomínio do acontecimento teatral. Um teatro que surgirá “do confronto entre espectador e espetáculo. De uma sacudidela violenta, de uma comoção, de uma transformação do primeiro pelo segundo. ”[6] Que vai além de qualquer texto ou qualquer encenador, que não necessita de um sujeito único.

Artaud questionou primeiro o texto até chegar ao questionamento do outros cânones do teatro tradicional. Buscar a inserção de dança, pintura, música, texto em um espetáculo teatral se assemelha a proposta de Robert Wilson e de Richard Wagner. Aproxima-se ao encontro da obra de arte total, o Gesamtkunstwerk.

A relação que Robert Wilson tem com a palavra claramente variou, senão ao longo de sua vida, ao longo de sua obra artística. Galizia relaciona as dificuldades na fala que ele teve na infância com uma produção artística da mesma época voltada para desenhos, pinturas e teatro não-verbal. Vou mais longe, ao atribuir toda a sua produção artística a esse primeiro momento de sua vida. Exatamente por não dominar uma técnica tão banal (a fala) passou a questionar o que raramente é objeto de reflexão: o uso do texto no teatro. Sua primeira fase como encenador foi marcada pelo uso módico da palavra. Como notado por Roubine, é provável que Wilson tenha percebido quanto o uso cego do texto leva o “espetáculo ocidental para o trilho do mimetismo e do ilusionismo. O que significa que as possibilidades específicas do palco e do teatro não foram exploradas, nem sequer experimentadas, senão de modo intermitente.”[7] Supondo que o palco tenha mais possibilidades do que o uso do texto, um primeiro momento com baixo uso da palavra é plausível. Assim como é perfeitamente sensato o uso exaustivo da mesma depois. Na segunda fase de seu trabalho, Wilson se utiliza da palavra como se utiliza dos outros elementos cênicos: em favor da teatralidade.

Da descrição de duas de suas experiências: “ao invés de um texto tradicional, Wilson organizou uma colagem de trechos de conversas e de diálogos de filmes e de programas de televisão, obtendo como resultado uma composição não linear de centenas de mininarrativas, ou ‘minidramas’. As experiências de Wilson com a palavra passaram a desenvolver-se numa série de performances individuais bem como em suas performances com Christopher Knowles, com quem passou a criar as chamadas ‘peças-diálogos’ verdadeiras demonstrações públicas do processo dinâmico desencadeador de um tipo peculiar de criação literária, os sound-texts ou ‘textos-sons’. ”[8] vemos claramente o novo lugar em que coloca o texto teatral.

A relação nova é também com a recepção. Ele tinha a “crença de que o público deveria vivenciar a visita ao teatro da mesma forma que vivencia uma visita ao parque.” [9] Isso é um exercício de desprendimento. Que diretores construiriam uma cena, investindo tempo e dinheiro, para a platéia “usar” somente o que quisesse? Nesse exercício, no entanto, está o princípio do seu teatro. Enquanto houve “revoltas, guerras, mortes” pela autoria do espetáculo teatral; brigas intermináveis entre defensores do texto e defensores da cena, Wilson entrega nas mãos do espectador essa função. Acredita que sua função é entregar imagens, não prontas de sentido, nem muito menos indutoras de sentido, para que o espectador as una e forme ele mesmo a terceira imagem, enfim, o significado.

A duração das peças e sua lentidão e estrutura contribuem para o estado criativo do espectador. Em uma peça longa (de 12 horas, uma semana) o assistente é obrigado a sair e quando volta uma nova imagem lhe é entregue. A ligação não linear dos objetos apresentados é inevitável.

A lentidão promove um estado próprio de relaxamento do público que pode levar inclusive ao cochilo. E cochilar não é ruim. A semelhança com o ambiente onírico não é uma escolha apenas estética: associações que relacionam o consciente com o inconsciente trazem a liberdade criativa e distante da lógica formal presente somente em sonhos.

Sendo o público o portador e criador de significado é ele também o autor. Em uma platéia de mil pessoas temos mil peças distintas sendo assistidas e mil novas formas diferentes de encarar o mundo.

“Um corredor atravessa o palco da esquerda para a direita, ao fundo. Um corredor bronzeado de sol leva uma carta e corre, entrando pela esquerda e emitindo um IIII muito agudo; sai pela direita. Um grupo de crianças surdas, fora do palco, emite um IIII. O corredor atravessa o palco da esquerda para a direita, ao fundo. O corredor bronzeado, sem a carta, corre da direita para a esquerda. Uma tartaruga, na esquerda baixa, começa a cruzar o palco em direção à direita, movimento que será executado em 25 minutos. Três figuras, nuas até a cintura e usando calças bem largas, cruzam o palco da esquerda para a direita, executando urna série de movimentos lentos...” [10]

Simultaneidade é a característica principal da arte total de Wilson. Primeiro o catálogo de imagens desconexas que passam pelo palco como paisagens que se observam da janela de um carro em movimento. Segundo a simultaneidade de modos de expressão artística apresentados sem a obrigatoriedade de harmonia ou encaixe.

A concepção de obra de arte total para Robert Wilson não poderia acarretar a criação de uma nova arte. Wilson apresenta as cores, sem misturá-las, cabe ao público determinar essas misturas se se sentir à vontade. O que cabe ao encenador é deixá-las o mais nítidas possível. Ele revela a especificidade de cada arte fazendo ressaltar a multiplicidade de cada uma, o que pode acarretar a multiplicidade inclusive de sentidos.

Nesse ponto, outro pensador da obra de arte total entra. Enquanto, Wilson toma parte pela simultaneidade de imagens, modalidades artísticas em justaposição, Wagner parte da simultaneidade através da fusão. Wagner cria um objeto final que é a obra de arte total. Ele mistura as cores que cada modalidade lhe dá e entrega a nova cor ao público. Ele desejava a arte irreconhecível.

Galizia coloca a diferença de Wagner para Wilson como uma diferença que pertence aos conceitos de unidade de cada século.

Provavelmente, o século de cada um influenciou bem mais do que o próprio conceito de obra de arte total. Influenciou (e influencia) a recepção da arte, seja pelo público seja pelos estudiosos que se levam a uma reflexão maior sobre seus produtos artísticos. Por ser o teatro uma arte efêmera (mais uma vez poderíamos entrar na questão do texto para o teatro. O texto não consegue ser nem meio de levantar uma cena nem meio de documentá-la. Não existe registro que contenha o fazer teatral como existe o livro para a literatura ou a película para o cinema. Cada apresentação carrega sua própria sentença de morte.), os objetos de estudo desse trabalho são duas obras literárias de pensadores. Duas visões parciais e também influenciadas por seus séculos. Enquanto Galizia mal consegue se conter ao descrever a genialidade de Wilson, Nietzsche mal consegue esconder, nem tenta, seu desprezo pela arte de Wagner. Por isso, pouco se tem filtrado de opinião pessoal para a minha própria reflexão.

Por exemplo, Nietzsche questiona a existência do todo em Wagner. Ora, mas Galizia acabou de dizer que o que guia Wagner em seu conceito de obra de arte total é exatamente a unidade. “O todo já não vive absolutamente: é justaposto, calculado, postiço, um artefato”[11], argumenta. Sinto até a presença de dois Wagners. Mas, enfim, penso nos moldes em que Nietzsche está envolvido e que, por extensão temporal, Wagner está se desprendendo e, por fim, Wilson já quase se libertou. São dois prismas. Tento então ver entre eles.

As principais diferenças entre Wilson e Wagner são a justaposição contra a fusão e o caráter de autor que Wagner apresenta e Wilson se liberta. Nietzsche avisa: “Nada se percebe de Wagner, enquanto não se percebe o seu instinto dominante. ”[12] Vejo nesse alerta o que já observava anteriormente: Wagner é um experimentador artístico autor, já Wilson é um experimentador conjunto com espectadores. Isso está presente na sua opção por colocar os elementos da arte em harmonia, seu objetivo é a criação do novo, não a experiência da criação coletiva.

Das semelhanças pode-se falar bem mais. Nietzsche questiona se Wagner é realmente músico por ele distorcer a música em prol da sua arte total. Vejo que Wagner entende a música como Wilson entende as palavras. Não como meio de transmitir mensagens mas um vasto campo de pesquisa sonora. O que deixava Nietzsche enfurecido: ele quer a velha música! A velha música é o que ele chama de verdadeira música. Diz que o encenador somente se utiliza dos elementos da música “O elemento basta_ som, movimento, cor, em suma, a sensualidade da música. Wagner não calcula jamais como músico, a partir de alguma consciência musical: ele quer o efeito, nada senão o efeito. ”[13] O que a Nietzsche parece uma afronta à mim parece genial.

Com as mesmas convicções imutáveis ele questiona o enredo das peças de Wilson “O drama requer a lógica dura, mas que importava para Wagner a lógica?”[14] O que diria se assistisse aos espetáculos de Robert Wilson?

Acredito que a extinção do autor na sociedade da propriedade é praticamente impossível. Mas métodos de arte que procuram questionar essa autoria me interessam bastante. Wilson desenvolveu uma arte capaz de contemplar a quase totalidade de expressões humanas e a quase totalidade de sentidos. Fazer com que cada um possa ser sujeito, ou antes, fazer com que não haja mais sujeitos (afinal “como, segundo que condições e sob que formas, algo como o sujeito pode aparecer na ordem dos discursos?”[15] Não iniciaram-se os discursos com os sujeitos!) num momento como hoje é permitir o avanço do pensamento livre que levará a maiores questionamentos e possíveis libertações mais concretas.



Bibliografia:

FOUCAULT, Michel. O que é um autor? 2ª. Ed., Lisboa, Veja, 1992, 29/87.

GALIZIA, Luiz Roberto. Os Processos Criativos de Robert Wilson. São Paulo, Perspectiva, 2005.

NIETZSCHE, Friedrich. O Caso Wagner/Nietzsche contra Wagner. São Paulo, Companhia das Letras, 1999, 9/89.

ROUBINE, Jean-Jacques. "O Nascimento do Teatro Moderno" e "A Questão do Texto" in A Linguagem da Encenação Teatral. 2ª. Ed., Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1998, 19/80.

Capa: Desenho de Robert Wilson para Alice
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[1]FOUCAULT, Michel. O que é um autor? 2ª. Ed., Lisboa, Veja, 1992, 29/87. p. 47

[2] ROUBINE, Jean-Jacques. "O Nascimento do Teatro Moderno" e "A Questão do Texto" in A Linguagem da Encenação Teatral. 2ª. Ed., Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1998, 19/80. p. 42

[3] Idem, p. 62.

[4] Idem, p. 63.

[5] Idem, p. 64.

[6] Idem, p. 65.

[7] Idem, p. 59.

[8] GALIZIA, Luiz Roberto. Os Processos Criativos de Robert Wilson. São Paulo, Perspectiva, 2005. p. XXXII, XXXIII.

[9] Idem, p. XXXII.

[10] Idem, p. 128.

[11] NIETZSCHE, Friedrich. O Caso Wagner/Nietzsche contra Wagner. São Paulo, Companhia das Letras, 1999, 9/89. p. 23.

[12] Idem, p. 25.

[13] Idem, p. 26.

[14] Idem, p. 27.

[15] FOUCAULT, Michel. O que é um autor? 2ª. Ed., Lisboa, Veja, 1992, 29/87. p. 69.