A. Doria
"Às vezes parecia
Que de tanto acreditar
Em tudo que achávamos
Tão certo
Teríamos o mundo inteiro
E até um pouco mais
Faríamos floresta do deserto
E diamantes de pedaços
De vidro
Mas percebo agora
Que o teu sorriso
Vem diferente
Quase parecendo te ferir
Não queria te ver assim
Quero a tua força
Como era antes
O que tens é só teu
E de nada vale fugir
E não sentir mais nada
Às vezes parecia
Que era só improvisar
E o mundo então seria
Um livro aberto...
Até chegar o dia
Em que tentamos ter demais
Vendendo fácil
O que não tinha preço
Eu sei é tudo sem sentido
Quero ter alguém
Com quem conversar
Alguém que depois
Não use o que eu disse
Contra mim
Nada mais vai me ferir
É que eu já me acostumei
Com a estrada errada
Que eu segui
E com a minha própria lei
Tenho o que ficou
E tenho sorte até demais
Como sei que tens também"
Do velho
Vou morrer nos braços da asa branca,
No lampejo do trovão
De um lado ladainha,
Sem soluço e solução.
Nasci no dia do medo
Na hora de ter coragem
Fui lançado no degredo
Diplomado em malandragem
Caminho, luz e risco,
Aflito,
Xingo, minto, arrisco, tisco,
E por onde andei
Eu encontrei o bendito fruto em vosso dente,
Catecismo de fuzil
E creme dental em toda a frente.
Pois um anjo do cinema
Já revelou que o futuro
Da família brasileira
Será um hálito puro.
Nasci no dia do medo, etc. etc.
Pinta -la - inha
Da cana vintinha
Mandei dizer pro meu amor
Faça a cama na varanda
E não esqueça o cobertor
Não quero ser cantador
Só fazer valentia
Também gasto heroísmo
Nos braços de uma Maria.
Nos braços de uma Maria."
Marcadores: batiza esse neném
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