O melhor café você conhece pelo cheiro

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Rio, 29 de maio de 2009 por volta de 12:40

Como sempre espera. Espero "calmamente" pelo meu psicólogo. Novo. Em dois termos. Novo de jovenzinho e novo de ser o quarto, primeira consulta. Quarto? Se cpmseiderarmos uma breve experiência, quinto. Tudo bem. Tem duas pessoas que riem ao meu lado. Rir é divino. Mas ele está atrasado meia hora caminhando pra mais. Rir não é divino, é sublime. Uma coisa não exclui a outra aliás. Ainda bem que meu "poder" entre aspas mesmo, porque sei que não posso nada, é a palavra. Adoro usar as palavras hoje e agora. E esta caneta é maravilhosa. Boa mesmo. Ganhei. Estava perdida na sala de aula. Agora percebo que o rapaz que está na porta anunciando os pacientes é afeminado, não que isso queira dizer mais que isso. Não tinha percebido antes. Escrevendo o tempo passa mais rápido. Não posso dizer se quem está ao meu lado, com sorriso sublime, são duas, qual delas é a paciente. Paciência. Não se pode saber tudo. Agora não sei se esperar é tão ruim assim. Assim o tempo passa mais rápido. Minha consulta com a Dani é às 14h. Sendo às 14h. Ele me atendendo as 13:10, não, já passou de 13:10, ele me atendendo quando der, tenho o tempo de um cigarro para correr para tia Dani. 5 minutos. Depois internet. Gratuita. O nome do cara que esta tentando lembrar ontem era Jackson do Pandeiro. João? Oi. Foste? Fui. Compraste? Comprei. Pagaste? Paguei. Me diz quanto foi. Foi quinhentos réis. Ele é gênio. Sem estresse se lembra nomes. Sem estresse se resgata memórias. 13:15. Está almoçando o Rafael? É com ph ou com f? Difícil saber. Melhor perguntar. E alguém disse teatro atrás de mim. Lembrei que tenho que ir na Tavares Bastos. Assim que der. Talvez depois do Cid. Vou passar a limpo o caderno de direção. Benedito Barbosa. Me lembra Benedict. Um personagem que criei prum livro que desisti de escrever. Não só desisti como queimei, ou rasguei as folhas.. Esse livro tinha vários cadernos. Lindos cadernos. Ou feios, mas lindos pra mim. A melhor parte era da infância do Pedro, namorado de adolescência do Benedict. Mas Benedict partiu e veio a esperança, Hope, na verdade, filha de Pedro. Ela era uma dádiva. Quando Pedro decidiu viver somente bastava morrer. Porque todo mundo morre e o livro, como a vida, precisava acabar.

Marcadores:

Hoje

Hoje vou fazer a postagem que o tempo me permitir. Tenho 6 minutos e vou dizer em poucas palavra que quem me vê sorrindo SABE que eu sou alegre. Amo a vida. E sorrio para ela. Se antes o meu sorriso doía, não mais. E agora a vida parou de rir de mim para eu rir dela.

Episódio digno de comentário:
Quando saio de manhãzinha, da minha casa linda e colorida, vejo uma família. Uma família de galinhas. Uma atrás da outra. A mãe e seus adolescentes filhos. Eu sorrio para isso e você?

Palmas para quem olha para as estrelas e sabe que vai chover quando pisa no chão.
Não tenho guarda-chuva hoje, por que será?
Dormi ao som dos pingos e acordei amando. Intransitivamente.

Marcadores:

terça-feira, 26 de maio de 2009

Não tenho libido em digitar... Mas a vida continua



Mas tudo passa, tudo passará.
Vamos com calma.

Marcadores: ,

domingo, 24 de maio de 2009

Enquete 1 [Espelho]

Bebi e me senti bonito.

Me olhei no espelho e vi que estava mais bonito quando sóbrio.

[1] Eu sou o que sinto?

[2] Eu sou o que vejo?

[3] Eu sinto o que vejo?

[4] Eu vejo o que sinto?

...Podem escolher várias opções, opinar, dissertar.

Marcadores:

Enquete 2 [Contexto]

O que é uma cadeira num país onde não se senta?

Marcadores:

faztempo

faz tempo que a festa acabou e o povo ainda não se foi.
chega de dançar na minha cabeça
atrapalhar meu sono
me pedir dois tempos.
por favor, volte para sua casa
deixe que me corpo tenha saudades
e aí sim, retorne.

acabou chorare.
e eu preciso de meu abelho.

preciso;

Primeiro de um início de uma vida inteira

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Caminhão

Repetição: A cada dia que passa, mais e mais o nó cresce, a vontade de explodir em sons, gestos, palavras e poesia.

Marcadores:

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Respondam:

O QUE TE VIOLENTA?

Marcadores:

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Foto


Única




Feliz e tentando me equilibrar

terça-feira, 5 de maio de 2009

Índios

Rio, 3/05/2009 - 19:40

Índio não gosta de usar sapatos. Meus pés se acostumaram com os chinelos que os índios fizeram para meus pés se acostumarem com o não pisar no chão. Quero pisar no chão, mas quero morar em paz. Estou a um passo da paz. Mas preciso pisar no chão.

Índio não gosta de açucar. Gosta de pintar o corpo. Gosta de se enfeitar e gosta de saber, pela observação da natureza, o que vai acontecer.
Índio gosta de trabalhar no que gosta e esquecer aporrinhação. Índio gosta de saber o quão o céu está estrelado. Gosta de sentir calor e gosta de andar nu.

Índio gosta de higiene.
Índio gosta de receber bem.
Índio gosta de partir.
Índio gosta de Liberdade.

Índio que é índio sorri o sorriso mais aberto e sincero do mundo a quem ele confia. E confiança é gratuita. Índio sabe em quem confiar. E índio sabe fugir de lugar que não o deixa bem. Fugir? Índio sabe o que faz ele bem e vai atrás.

Índio é forte e acredita no Tempo. Sabe a hora de dizer não. Sabe a hora de correr da chuva e sabe quando ela só vai durar trinta minutos. Quando ela vai ser passageira.

Índio sabe o quão pequeno é diante de tamanha natureza e ri de quem acha que é grande demais. Índio sabe pra onde aponta o sul e nem liga de ser chamado de índio por quem sabe - por muito "estudo" - pra onde fica o norte. Índio tem memória mas não guarda rancor. Índio fala melhor que escreve e passa a sabedoria dele. Porque ele é mais sábio que qualquer homem branco.

Índios vivemos em comunidade. Resolvemos nossos problemas dentro dela e não temos líderes, temos guias.

Nós índios, quando queremos brincar com homem branco - somos muito brincalhões aliás - dizemos que somos videntes, que temos poderes especiais. Isso passa. Sabemos falar sério como homem branco, talvez até isso seja uma brincadeira, também!

Para Tainá (ou que nome ela tenha), para Rubs como todo o meu amor, para os índios de toda terra e para Gio.



O texto acima foi escrito com algumas interrupções, natural, sou índio. A primeira foi de uma preocupação que eu tentei amenizar, não sei se consegui. De duas ligações telefônicas que precisei fazer. De uma conversa sadia com pessoa calma que nós índios sabemos identificar somente com os olhos. E para dúzias de vezes para olhar as estrelas que eu não conseguia ver de dentro da casa de homem branco. E pensamentos. Que desta vez não deixei fluir no papel. Só dessa vez.
20:55

Marcadores: ,

sexta-feira, 1 de maio de 2009

O rato morto

...e havia um rato morto dentro de mim. Tive que retira-lo com cuidado, aceitando a responsabilidade sobre sua morte. Porque ele entrou e mim na esperança de habitar-me e se deparou com o vazio. Talvez não tenha morrido de fome, exatamente. Talvez tenha morrido de susto, que do vazio sempre emerge o que é ausente, e o vazio não é não haver – é vestígio. Ou talvez tenha se suicidado diante de uma liberdade absoluta e solitária. E talvez eu também esteja habitando um vazio, talvez o vazio de alguém. E todos estejamos trancados no vazio de Deus. E talvez Deus seja um menino sonhador, cujos pais trabalham fora o dia inteiro. Talvez estejamos na imaginação do menino, ocupando seu vazio. Talvez ele um dia seja atropelado e morra com nós todos. Talvez perca a memória e todos desapareçamos, dando lugar a coisas que nem podemos dimensionar. Talvez estejamos no vazio de seu estômago e determinemos sua fome. Talvez nos vomite um dia, porque posso sentir seu estômago, suas contrações. Estamos entalados na sua garganta! Não vamos deixar que abra a boca e nos diga, nos transforme em sons, em palavras incomunicáveis. Que ele permaneça mudo, e sob nosso comando.

Marcadores: