O melhor café você conhece pelo cheiro

segunda-feira, 22 de junho de 2009

LIBERTA E CAMINHA

Você fica entregue às traças, por eu não ter internet em casa, que pena. Mas não te quero assim. Sozinho.


Emtão o que posso, em postagens homeopáticas mas pática:

"Nasci dura, heróica, solitária e em pé".


Nada vai me derrubar, agora. E tenho por lema: Liberta e caminha. E vou caminhando.

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segunda-feira, 1 de junho de 2009

Respostagens corrigidas ou não

Descrição do café - Relatório I

Rio, 30/04/2009 - 19:17 - durante/depois

Um café preto por favor. Quantas gotas? Sem gotas. Puro. O café tem que ser preto. Puro. Acendo o primeiro cigarro. O café está quente, logo o cigarro representa a espera. Ele embaça meus óculos. Tiro os óculos. Tomo todo o cuidado para que os óculos fiquem sobre a mesa, sem arranhar. Sim. Deve haver uma mesa. Para colocar os óculos, o copo de café, e poder no durante escrever. O cigarro logo troca de mão. Vai para a esquerda. Porque sou destra. Me ajeito na cadeira. Lembro de alguma professora que disse, de inglês eu acho, que o cotovelo deve estar na mesa enquanto se escreve. Então, ajeito a coluna. Eixo vertical. Por influência da boa postura. O segundo cigarro é aceso. E não acaba, não pedi um duplo. O café sim. Temperatura ideal. Dou uma olhada curiosa em redor, ou ao redor, mas a atenção está na escrita. O ritual terminará quando o cigarro acaba. Acabou. Me queimo nele. Tenho vontade de pedir outro café, não peço. Ou peço. E recomeço. Termino porque termina a página de rascunho. Não termino. Continuo. O ritual pressupõe que eu me levante e leve a xícara. Ou copo de plástico até a lixeira. E fale do filme "Sobre Café e Cigarros". Por isso sinto a necessidade de estar com desconhecidos para poder falar, mas me contenho. Ou não. E falo. Por isso o olhar ao/em redor. Quando estou sozinha descrevo a mim mesma a questão toda. Não sei  o porquê. E penso em quando poderei tomar o próximo café. 19:29


Sexta-feira, 3 de Abril de 2009

Sobre morte e afins

Eutanásia - Não quero permanecer vegetal. Prefiro ser. Existir. E não considero qualquer tipo de vida em que eu não possa ter minha liberdade, independência e pensamento livre. Como em Mar Adentro, peço que alguns amigos me digam se estão dispostos à fazer minha eutanásia caso necessário.

Sobre vida - Vivo um dia de cada vez e as coisas estão melhorando. Sinto que o sangue que sai da minha vagina é libertador de alguma forma. E sinto que a partir do ano novo serei nova. E calma. Escrever sem trocar letra, escrever trocando poucas, até o momento de não precisar mais escrever. Morrer.

Amigos - Sei quem está realmente do meu lado. Mas não posso depender de ninguém. E eu conto com alguém especial, que nem morreu por mim nem nada, nem fez qualquer coisa pra ninguém, nem era tão bom assim. Eu dependo de mim mesma. Isso é clichê. Mas eu estou só. Está escrito por trás das paredes azuis do meu quarto velho há muito tempo. Estou só e não posso contar com ninguém. Nem com minha mãe, pra surpresa de muitos.

Saudades - Sinto algumas saudades, mas elas não dizem respeito a ninguém a não ser ao meu equilíbrio.

Terça-feira, 20 de Janeiro de 2009


Dezessete

A certeza mais clara nessa viagem é a minha falta de coragem. Atitudes baseadas no meu meio. Quanto mais próxima de A, mas sou A. Mas isso não significa que me sinta A. Muito pelo contrário. Me sinto cada vez mais uma mentira. Um produto mal acabado de mim mesma. Ou do que eu poderia ter sido. Talvez o menor problema seja chegar no ponto que me sinto totalmente sincera. Pensando de um modo geral eu me realizo ao fazer as pessoas rirem. Isso é bem triste. Mas é a verdade de agora. Ou de antes. Ou de sempre. Desde o início, acho, esse foi meu meio de aproximação. Realmente me sinto próxima. Talvez, além de próxima, eu me sinta dona. Mas não é só isso. Me sinto bem quando estou só. Estar só é momento de ansiedade, talvez. Por isso essa espera pela madrugada, os banhos demorados, os momento de escrever, de ler, de observar o céu, o mar. De lembrar. Quando estou só, nada é mais completo. Nada pode interferir em mim de maneira a me angustiar. Me tornar menos dona. Ter controle é, realmente, muito importante, mas esquecer que se precisa ter controle me tranquiliza. E são só pequenos momentos do dias, que vêm como imagens congeladas na memória. Imagens claras, sorridentes. É raro, mas é extremamente precioso. E eu quero mais. Por isso questiono a minha falta de coragem de ser, o meu estado de vigilância eterna, o meu medo de não ser amada caso coisas venham à tona. A minha necessidade de sumir assim que possível pra onde ninguém me conheça. A minha necessidade de ficar e, no final das contas, ser sozinha. Só pra sempre.

Segunda-feira, 5 de Janeiro de 2009

Escravidão

Gosto muito da minha liberdade e descobri, faz pouco tempo, que me irrito e me angustio quando me sinto em situação desonesta, onde eu corrompo a minha própria noção de liberdade.

Me mata um pouco quando digo sim no lugar de dizer não. Quando vou no lugar de ficar. E quando minto, quando me pedem pra isso. Não sou livre, fácil saber. Ninguém é porque não estamos sozinhos. Mas saber que me mato quando simplesmente poderia estar vivendo é no mínimo dolorido agora.

Eu tenho uma tolerância muito grande. E conivência também. Isso nem sempre é bom. Hoje quero brigar com quem nem sabe porque brigo. Isso me irrita mais ainda do que só querer brigar.


Mas sou tolerante, tanto que amanhã vou passar por cima, mais uma vez, da minha liberdade. E no que eu estou acorrentada? Aliás, a troco de quê eu estou acorrentada? Prazer, sou Amanda e estou cada vez mais longe de ser livre.

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