O melhor café você conhece pelo cheiro

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Tô me sentindo no programa de 12 passos

Mas nem sei em que passo estou, numeralmente.. Sei que tô vivendo o momento das desculpas. E não é ruim. É tirar peso das minhas costas. De anos.
A negligência com as pessoas vai ser desculpada a posteriori, tudo à seu tempo. E eu vivo o presente. E tento sofrer menos do passado. Mas muito coisa eu já esqueci, graças à Deus.



Postagens curtas porque não tenho paciência com o computador.

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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

altosebaixos

VOUNOMÉDICOCOMUMALISTAAMANHÃ.EGRAÇASAIANSÃEOXUMARÊQUEÉAMANHÃ.

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terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

issomeacalmabeijos.edescobriporquequetemquecontar

detrásprafrente.liga.ounão.nãotenhocelularmesmo.

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Faz tempo

Se quando chego, já quero partir, para que me movo? Pra onde? Por quem?
Não quero que nada saia do lugar onde está, mas que tudo cresça e se multiplique.
Querida, quando eu tiver dinheiro vou morar com você. Sempre penso nisso.
Tudo tudo tudo nada nada nada.
Sonhar.

Miguel, filho da minha prima, tem quatro irmãos. Miguel era calado. Hoje está vermelho de sol e muito feliz e falante. Disse que gosta de sol: “eu gosto de sol, vocês não sabem não?” Vitória, sua irmã, gosta de ficar descascada. Vitória se desculpa muito e gosta de passeios. Outro dia me mandou um scrap que Gabriel (o mais velho) falou que sou gay e ela não acreditou. Me perguntou se era verdade. Gabriel é falante, agressivo e gosta de vinho, bebeu vinho do meu tio escondido; Vitória é vaidosa e gosta da gente, é um pouco assustada; Miguel é calado, dizem que tem problemas nos nervos, olhos grandes, sorri com modéstia; Daniel é o loiro, cabelos lisos, nariz sujo, está sempre babando, parece ser o mais amado pela mãe e sabe se fingir de morto; Ana Júlia é a bebê, sempre desconfiada, é a Meg.

Todos os que eu gostaria de ver realmente moram longe, não posso sair e marcar uma cerveja de sopetão. Quintino, Cordovil, Taquara, Nilópolis, São Cristóvão, Tijuca, Campos, Friburgo. Só Botafogo ali do lado. Mas somos todos iguais.
“As aparências enganam aos que gelam e aos que inflamam.”

Todo dia o mesmo grande esforço para sentir prazer. Foca-se nos sorrisos, cria-se um cigarro. Sigo.

Faróis no meio da noite. Numa velocidade não real. Uma velocidade de filme.

Já se perdeu o que eu estava quase encontrando. Quem?

Por que corredores você anda nessas tardes vazias? Essas tardes parecem trazer a lua. A lua mais cedo, e cheia, só por ironia.

A noite vazia e ondulante. Depois de se sentir só, percebeu que seus desejos eram caprichos. Caprichos de lua cheia, de verão. As pernas dissociadas da boca cerrada firmemente. Não havia força para ser sensual. A qualquer pré-sinuosidade, a resposta do profundo senso do ridículo. Cigarros e copos servem de coluna. Saiu sem saudade. Sem nada que o prendesse. O que lhe dava tanta fé? O tempo?
Abandonado, o corpo largado, sem tônus, esticado, os ombros abertos, mas os braços colados. Um boneco de Olinda.
Não vai ser em vão.
A necessidade era a de se sentir desejado nos meios. Desejado sexualmente. Nos trilhos do metrô se fazia de menina inteligente. Tímida. Olhava com reserva, rápida. Outro dia foi olhada por dois de forma bem intensa. Estava linda ou muito feia. Sempre havia a possibilidade da feiúra. Apostava na inocência como atenuante para seu deslocamento, sua ignorância social. Não adiantava. Ninguém tem mais tempo. Quem não sabe dançar que sai rápido da roda, que ela só dura até as seis. Depois todos retornam apagados.

Mas talvez nada tenha acontecido. Vai ser amanhã e pode dar tudo certo.

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amomuitotodosvocêsmasprecisodesilêcionessemomento

E a única pessoa que eu preciso é você.
Apesar de forjar a minha independência e liberdade.

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domingo, 22 de fevereiro de 2009

Gol anulado

(João Bosco e Aldir Blanc)

Quando você gritou mengo
no segundo gol do Zico
tirei sem pensar o cinto
e bati até cansar.
Três anos vivendo juntos
e eu sempre disse contente:
minha preta é uma rainha
porque não teme o batente,
se garante na cozinha
e ainda é Vasco doente.
Daquele gol até hoje
o meu rádio está desligado
como se irradiasse
o silêncio do amor terminado.
Eu aprendi que a alegria
de quem está apaixonado
é como a falsa euforia
de um gol anulado

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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Então fica assim. Nós não precisamos de ninguém pra estarmos juntos. Na verdade nunca precisei de alguém. Mas de você eu preciso.

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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Divino Maravilhoso

Atenção ao dobrar uma esquina
Uma alegria, atenção menina
Você vem, quantos anos você tem?
Atenção, precisa ter olhos firmes
Pra este sol, para esta escuridão
Atenção
Tudo é perigoso
Tudo é divino maravilhoso
Atenção para o refrão
É preciso estar atento e forte
Não temos tempo de temer a morte
Atenção para a estrofe e pro refrão
Pro palavrão, para a palavra de ordem
Atenção para o samba exaltação
Atenção
Tudo é perigoso
Tudo é divino maravilhoso
Atenção para o refrão
É preciso estar atento e forte
Não temos tempo de temer a morte
Atenção para as janelas no alto
Atenção ao pisar o asfalto, o mangue
Atenção para o sangue sobre o chão
Atenção
Tudo é perigoso
Tudo é divino maravilhoso
Atenção para o refrão
É preciso estar atento e forte



com a gal e outras meninas cantando, por favor

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Na China, ou em mandarim, ou num dialeto antigo, não distingue-se duas idéias: o mesmo símbolo, código, conceito, idéia ou vislumbre para CRISE e OPORTUNIDADE.
Artaud via, ou me fizeram acreditar que via, ou vejo, ou víamos, eu e Artaud, ou vemos, o teatro como um fogo curador. Queima, dói, dilacera, mas SALVA.
Não sei do teatro, porque não sei, ainda, quero pensar, quero saber, quero salvar, mas muitas provas na vida são assim. Momentos. De crise, sem sáida, etc.
Quero saber se, no ápice do fogo, quando não há mais a pele antiga, já virou pasta, quando não há mais grito para gritar, a gente consegue saber que uma nova pele e voz virão. Porque elas vem. E puras.
Não sei, foda-se tudo, só quero dizer que te amo muito e me preocupo tanto, mas tanto que dói lidar com isso. Só pra saber que disso já sofreram e pensaram muitos. Eu inclusive. Você nunca estará só. Bom, pelo menos tem eu aqui do lado.
MIL BEIJOS.

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domingo, 15 de fevereiro de 2009

obrilhoeternodeumamentesemlembranças

táfudendocomigoessetroço.
enemseimaisseécoisaruimounão.
elesnuncapararamprapensarquepramesalvareurealmenteteriaquechegarnaporradofundodopoço?
ficarnacamaenãoverodiapassar,sentirapernatremerquandoelanãotreme,sentirdorquandonãodói.
rirquandoéprachorarechorarquandosoerapradarumalamentadinhaumpesar.
eunãosoummaiseu.
etômorrendodemedo.
eunãoconsigomelivrardosmeushábitosassim.
écomoescreversemespaço.
tômeacostumando,vocêpodever.
masdemoromeiahoraamaisdoqueousual.
ecomcertezavocêmelendodemoraotantomaisdetempoqueeudemoreipraescrever.
vouvoltaradormiresenãoconseguirvejo21gramasdenovo.
quandoeuvoltaraviso.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Só pra constar..

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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

terça à noite: pouco a dizer. Esperando alguma coisa, um nome, um papel, um ponto preto no chão. Arrumando as gavetas. Colocando em ordem e falando de existência com o vento. Terça à noite: o essencial é a contingência. Meus pêsames, d. Maria.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Sobre amor e orgulho













Heather Small - Proud


Eu examino a janela da minha mente.

Reflexões dos medos que sei que deixei para trás.
Então estou saindo do normal.
Posso sentir minha alma subindo.
Eu estou no meu caminho.
Não posso parar agora
E você pode fazer o mesmo, sim.

O que você tem feito hoje para se sentir orgulhoso?
Nunca é tarde demais para tentar.
O que você tem feito hoje para se sentir orgulhoso?
Você poderia ser tantas pessoas,
se apenas fugisse para a liberdade.
O que você tem feito hoje para se sentir orgulhoso?

Ainda há tantas respostas que não sei.
Perceba que questionar, é como nós crescemos.
Então estou saindo do normal.
Posso sentir minha alma subindo.
Eu estou no meu caminho.
Não posso parar agora
E você pode fazer o mesmo, sim.

O que você tem feito hoje para se sentir orgulhoso?
Nunca é tarde demais para tentar.
O que você tem feito hoje para se sentir orgulhoso?
Você poderia ser tantas pessoas,
Se apenas fugisse para a liberdade.
O que você tem feito hoje para se sentir orgulhoso?

Precisamos de uma mudança.
Faça-o hoje.
Posso sentir meu espírito se erguendo.
Precisamos de uma mudança.
Faça-o hoje.
Porque posso ver um horizonte nítido.

O que você tem feito hoje para se sentir orgulhoso?
Então o que você tem feito hoje para se sentir orgulhoso?
Você poderia ser tantas pessoas,
se apenas fugisse para a liberdade.
Então o que você tem feito hoje para se sentir orgulhoso?
O que você tem feito hoje para se sentir orgulhoso?
O que você tem feito hoje.
Você poderia ser tantas pessoas
Se apenas fugisse para a liberdade.

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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

O marinheiro

poema dramático de Fernando Pessoa

Um quarto que é sem dúvida num castelo antigo. Do quarto vê-se que é circular. Ao centro ergue-se, sobre uma essa, um caixão com uma donzela, de branco. Quatro tochas aos cantos. À direita, quase em frente a quem imagina o quarto, há uma única janela, alta e estreita, dando para onde só se vê, entre dois montes longínquos, um pequeno espaço de mar.
Do lado da janela velam três donzelas. A primeira está sentada em frente à janela, de costas contra a tocha de cima da direita. As outras duas estão sentadas uma de cada lado da janela.
É noite e há como que um resto vago de luar.

PRIMEIRA VELADORA – Ainda não deu hora nenhuma.
SEGUNDA – Não se podia ouvir. Não há relógio aqui perto. Dentro em pouco deve ser dia.
TERCEIRA – Não: o horizonte é negro.
PRIMEIRA – Não desejais, minha irmã, que nos entretenhamos contando o que fomos? É belo e é sempre falso...
SEGUNDA – Não, não falemos disso. De resto, fomos nós alguma cousa?
PRIMEIRA – Talvez. Eu não sei. Mas, ainda assim, sempre é belo falar, do passado... As horas têm caído e nós temos guardado silêncio. Por mim, tenho estado a olhar para a chama daquela vela. Às vezes treme, outras torna-se mais amarela, outras vezes empalidece. Eu não sei por que é que isso se dá. Mas sabemos nós, minhas irmãs, por que se dá qualquer cousa?

(uma pausa)

A MESMA – Falar no passado – isso deve ser belo, porque é inútil e faz tanta pena...
SEGUNDA – Falemos, se quiserdes, de um passado que não tivéssemos tido.
TERCEIRA – Não. Talvez o tivéssemos tido...
PRIMEIRA – Não dizeis senão palavras. É tão triste falar! É um modo tão falso de nos esquecermos!... Se passeássemos?...
TERCEIRA – Onde?
PRIMEIRA – Aqui, de um lado para outro. Às vezes isso vai buscar sonhos.
TERCEIRA – De que?
PRIMEIRA – Não sei. Por que o havia eu de saber?

(uma pausa)

SEGUNDA – Todo este país é muito triste... Aquele onde eu vivi outrora era menos triste. Ao entardecer eu fiava, sentada à minha janela. A janela dava para o mar e às vezes havia uma ilha ao longe... Muitas vezes eu não fiava; olhava para o mar e esquecia-me de viver. Não sei se era feliz. Já não tornarei a ser aquilo que talvez eu nunca fosse.
PRIMEIRA – Fora de aqui, nunca vi o mar. Ali, daquela janela, que é a única de onde o mar se vê, vê-se tão pouco!... O mar de outras terras é belo?
SEGUNDA – Só o mar das outras terras é que é belo. Aquele que nós vemos dá-nos sempre saudades daquele que não veremos nunca...

(uma pausa)
(...)

SEGUNDA – Contemos contos umas as outras... Eu não sei contos nenhuns, mas isso não faz mal... Só viver é que faz mal... Não rocemos pela vida nem a orla das nossas vestes... Não, não vos levanteis. Isso seria um gesto, e cada gesto interrompe um sonho... Neste momento eu não tinha sonho nenhum, mas é-me suave pensar que o podia estar tendo... Mas o passado – por que não falamos nós dele?
PRIMEIRA (...) – O silencio começa a tomar corpo, começa a ser cousa... Sinto-o envolver-me como uma névoa... Ah! falai, falai!...
SEGUNDA – Para que?... Fito-vos a ambas e não vos vejo logo... Parece-me que entre nós se aumentaram abismos... Tenho que cansar a idéia de que vos posso ver para poder chegar a ver-vos... Este ar quente é frio por dentro, naquela parte em que toca a alma... Eu devia agora sentir mãos impossíveis passarem-me pelos cabelos – é o gesto com que falam das sereias... (Cruza as mãos sobre os joelhos. Pausa). Ainda há pouco, quando eu não pensava em nada, estava pensando no meu passado.
PRIMEIRA – Eu também devia ter estado a pensar no meu...
TERCEIRA – Eu já nem sabia em que pensava... No passado dos outros talvez..., no passado de gente maravilhosa que nunca existiu... Ao pé da casa de minha mãe corria um riacho... Por que é que correria, e por que é que não correria mais longe, ou mais perto?... Há alguma razão para qualquer coisa ser o que é? Há para isso qualquer razão verdadeira e real como as minhas mãos?
SEGUNDA – As mãos não são verdadeiras nem reais... São mistérios que habitam na nossa vida... às vezes, quando fito as minhas mãos, tenho medo de Deus... (...)

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domingo, 8 de fevereiro de 2009

Dalí conversível

Pela primeira vez...!
Acho que pude demonstrar certa técnica. Um pouco simples demais pro meu gosto.

E meus olhos chegaram marejados, fechadinhos e vermelhos. Disse à menina que chorara por causa das janelas no descanso. Estou marejado ainda, a onda, a alma toda marejada, vermelha e fechada. Eu sou Luiz no delírio.
A conversão daliniana. Reparei numa foto de meu arquivo de trabalho (não tenho como refletir agora e buscar o termo mais acertado e eficaz, não, não no puedo). Olhei para o retrato e qual não foi meu espanto ao ver um cavalinho. Na verdade logo notei que eram dois meninos de figurino branco. Confundi Silva com Braga. Eu ando nessa, curtindo essa, entende, "sacô"?
Cuiudado com as coisas.
Ei, ei, vem aqui.
"...e quando estoura a saudade."

...simples demais pro meu gosto. Olhei por rosto dele e vi uma senhora loira. Sim, uma senhora...

- Péra aí! Quantos, Lucas? -
Tudo é tão feliz.
Estou feliz demais.

...uma senhora.
Não tem gosto. Ou é de amor, ou é de líquidos. Entendeu, meu irmão?

"No carnaval a gente vive a festa da carne..."
[Homem na tv]
"Corta os pés e bebe vinagre que manda recado por meio insensato."
[Provérbios, 26;6]
Ela está no forto e a aguardo com fervor.
Está passando, espero que sim.
Riso muito bobo aqui dentro.
"É necessário falar de camuflagem ou, mais precisamente, de exibição? Não será que toda exibição é um disfarce, uma imagem ambígua da realidade que se exibe? Não será que a camuflagem protetora é a contrapartida da necessidade napoleônica experimentada pelo eu para se impor exibindo-se?
(...) delírio alucinatório e mecanismo interpretativo são duas faces complementares de um mesmo ato psíquico." [Dalí, Ignacio Gomez de Liaño]
"Pois o suicídio não é somente um ato voluntário que, por si mesmo, seria um traço diferencial entre a possibilidade humana de suicidar-se e a do escorpião ou a do castor, mas também porque no suicida existe a vontade de não voltar a ter vontade de nada. Existe, pois, uma vontade que se volta contra si mesma. O animal, foi dito durante esta conversa, vive na satisfação e no ser, enquanto o homem, na insatisfação e numa estranha mescla do ser e do nada." [Dalí, Ignacio Gomez de Liaño]

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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Pós Oiticica

Viver o amor é como tocar na juta e gostar. Entender a delicadeza macia do que é áspero. É esconder a luz com a mão. Esconder a luz, toca-la, abrir e fechá-la. É como chorar puramente. É como sorrir menino. Depois que se pisa nas pedras voluntariamente, tudo é mais leve. Sou água, sou ar.
Caminhei nas pedras, na areia, deitei sob a juta. Mas levei a mochila. Tirar os chinelos mas carregar a mochila deve significar. Deve querer significar o que não quero dizer: há coisas que não carecem poesia. É onde a poesia não dá pé. Meus atos são mais que completos e rezo para que a poesia esteja nos olhos de quem os vê. Vagueio buscando poesia nos olhos alheios e, quando encontro, isso dá muito prazer. Ou a poesia só está em mim e para sobreviver me invado de prazer. Poesia é escrever olhos.
Este carro é gordo, aquele outro é antipático e o senhor ali era um Omega.
Este rapaz é avestruz.
Um drama aconteceu na esquina mas há tempo para contemplar folhas.
A bolsa prateada vai adiante de você.
Subir e descer é delicado.
A juventude está em ti.
A igreja é filha da que quis chegar no céu, mas ela própria não quer – só veste as roupas dos antepassados, por isso é atarracada que só ela.
A linha reta destruiria vidas mas não posso dimensionar.
Tem cosias que são boas de olhar e não de penetrar.
Quando o grande está pequeno, escorregar pode ser bom.
Me desses um abraço e um violão.
Se existisse a palavra vipório, seria.
Não deixe sua filha cair.
Nunca se sabe se é sedução ou cumplicidade.

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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Novos companheiros

Amitriptilina

Fórmula molecular
C20H23N
Massa molar
277.403 g/mol
Farmacocinética
Biodisponibilidade
40%
Metabolismo
Hepático
Meia-vida
12-24 horas
Excreção
Renal
Considerações terapêuticas
Administração
Oral

A amitriptilina é um antidepressivo triciclico portanto da classe dos mais conhecidos medicamentos antidepressivos.
Sua principal finalidade é o tratamento da depressão e pode demorar alguns dias para começar a fazer efeito, enquanto os efeitos colaterais surgem muito rapidamente.
Embora numa fase inicial do tratamento se verifique sedação, pode levar de uma a seis semanas até que seja atingido o efeito desejado. Além de antidepressivo, a amitriptilina atua também como bloqueador dos ataques de pânico (Transtorno do Pânico).

Reações adversas

Caixa de Tryptanol, medicamento referência de Amitriptilina
Secura da boca, o que propicia o aparecimento de cáries: para contornar o problema a pessoa deve tomar pequenos e constantes goles de água e evitar comer açúcar.
Obstipação (prisão de ventre) que deve ser regulado com enriquecimento de fibras na dieta e não com laxantes.
Tonteiras, zumbidos ou dores de cabeça, sedação ou mesmo prostração.
Ganho de peso rápido e aumento do apetite.
Taquicardia e crises hipertensivas.
Diminuição da libido.
Facilita o surgimento de crises convulsivas em pessoas com epilepsia.
Problemas de visão.
Sensação de cansaço e/ou fraqueza muscular.
Dormência da língua.


Clonazepam
Nome IUPAC (sistemática)
5-(2-clorofenil)-1,3-diidro-7-nitro-2H-1,4-benzodiapina-2-ona
Identificadores
CAS
1622-61-3
ATC
N03AE01
PubChem
2802
DrugBank
APRD00054
Informação química
Fórmula molecular
C15H10N3ClO3
Massa molar
315,715 g/mol
Farmacocinética
Biodisponibilidade
90%
Metabolismo
Hepático CYP3A4
Meia-vida
33-40 horas
Excreção
Renal
Considerações terapêuticas
Administração
oral , I.M., I.V
O Clonazepam (comercializado pelo laboratório Roche com o nome de Rivotril na Europa, Ásia, América latina e Oceania e Klonopin nos Estados Unidos) pertence a uma classe química conhecida como benzodiazepinas, que possuem como principais propriedades inibição leve das funções do SNC permitindo com isto uma ação anticonvulsivante, alguma sedação, relaxamento muscular e efeito tranquilizante. Em estudos feitos em animais o clonazepam inibiu crise convulsiva de diferentes tipos, tanto por agir diretamente sobre o foco epiléptico como por impedir que este interfira na função do restante do sistema nervoso.


Farmacologia
O Clonazepam é um benzodiazepínico derivado do nitrazepam, pois através do processo de cloração (em química orgânica, chama-se halogenação) do nitrazepam, é possível obter-se além do próprio Clonazepam, o flunitrazepam. O Clonazepam é considerado um "benzodiazepínico clássico", pois além de ser um dos que possuem estrutura molecular mais simples, também foi um dos primeiros a serem sintetizados em laboratório, juntamente com o diazepam, lorazepam, oxazepam, nitrazepam, flurazepam, bromazepam e clorazepato.
Uma miligrama de clonazepam é equivalente a aproximadamente 20 mg de diazepam.
O clonazepam é quase completamente absorvido após administração oral ou I.V., sendo sua absorção mais lenta quando administrado I.M.. A biodisponibilidade absoluta do clonazepam é maior do que 90%. As concentrações plasmáticas máximas de clonazepam são alcançadas dentro de 2-3 horas após a administração oral. Quando administrado por via intra-venosa, sua absorção ocorre aproximadamente 5 minutos após a administração. O clonazepam é eliminado por biotransformação, com a eliminação subseqüente de metabólitos na urina e bile. Menos que 2% de clonazepam inalterado é excretado na urina. Em estudos feitos, a concentração do clonazepam nas fezes foi inferior a 0,5%. A biotransformação ocorre principalmente pela redução do grupo 7-nitro para o derivado 4-amino. O produto pode ser acetilado para formar 7-acetamido-clonazepam ou glucuronizado. O 7-acetamido-clonazepam e o 7-aminoclonazepam podem ser adicionalmente oxidados e conjugados. Os citocromos P-450 da família 3A desempenham um importante papel no metabolismo de clonazepam. A meia-vida de eliminação de clonazepam é de 33 a 40 horas. O clonazepam está ligado em 82% a 88% às proteínas plasmáticas. Não existem evidências de que o clonazepam induz seu próprio metabolismo ou o metabolismo de outras drogas em humanos.

Indicações
O clonazepam é normalmente prescrito como ansiolítico geral e também para:
Síndrome do Pânico
Distúrbio bipolar
Agorafobia
Depressão (como coadjuvante de antidepressivos, pois estes, geralmente causam insônia).
Tratamento de Epilepsia (como coadjuvante, pois o clonazepam impede o surgimento da crise epiléptica, mas não é uma DAE - Droga Anti-Epiléptica').

Riscos
Estudos associaram anomalias genéticas e deficiências congênitas em bebês de mulheres tratadas com clonazepam. Dentre as principais deficiências registradas estão: anomalias na formação dos lábios, orelhas e Insuficiência cardíaca. Mas tais estudos não são definitivos, conclusivos. Também foi observado que mulheres grávidas utilizando o clonazepam correm o risco de sofrer um aborto do feto. Por isso é recomendável que mulheres grávidas ou com pretensão de engravidar nos próximos meses visitem o médico para uma possível suspensão do tratamento ou para avaliar a relação risco/benefício no uso da medicação. A única afirmação conclusiva que pode ser feita a de que o clonazepam atravessa a placenta e é encontrado no liquido aminiótico e no leite materno.

Efeitos colaterais
Dentre os mais comuns, estão: sonolência, ataxia, vertigem, tremores, perda de equilibrio e coordenação anormal.

Interações medicamentosas
Pacientes em tratamento com clonazepam não devem em hipótese alguma consumir álcool uma vez que isto pode reduzir a eficácia da droga ou produzir efeitos indesejáveis e imprevisíveis. Quando combinado com outras substâncias com efeito inibidor do sistema nervoso central, como drogas antiepilépticas (hidantoínas, carbamazepina, etc.) os efeitos sedativos podem se tornar mais pronunciados.

Superdosagem
Os sintomas de superdosagem com clonazepam, similares àqueles causados por outros depressores do SNC, incluem sonolência, confusão, coma, reflexos diminuídos, parada respiratória e em casos extremos, morte.

Abuso e Dependência
Os casos de dependência do clonazepam ocorrem principalmente em pacientes predispostos, com história de alcoolismo, abuso de drogas, forte personalidade, e quando se faz uso em doses altas e por períodos prolongados.
O clonazepan pode causar dependência física e psíquica quando utilizado de forma incorreta, diferentemente daquela prescrita pelo médico. Quando utilizado corretamente e prescrito por um médico competente raramente ocorre a dependência. Não há um prazo limite para começar a causar dependência

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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Woyzeck para hoje

Sabe...
Eu vou pegar e me virar do avesso e esfregar sapólio com uma escova de aço em:
Todos os meus músculos, carnes, mucosas, veias e tecidos.

Eu vou encher um balde com água de cachoeira e enfiar meu coração lá dentro.

Eu vou correr durante três dias até meu corpo expulsar em suor todas as palavras que eu engoli e todas as ações sujas as quais eu me submeti por falta de coragem de apenas estar.

Eu fumo um cigarro ou eu bebo mate. Eu bebo mate ou eu fumo um cigarro. Ou eu falo. Ou eu choro. Ou eu... ando e ando e vou acumulando a sujeira do chão na sola do pé.

Eu me encho de coisas pra não ver os espaços vazios, e no final do dia eles realmente não existem mais. Sem espaço não há movimento, não há ar, não há visão e na há eu. Não há espaço para mim dentro de mim. Há espaço para o mundo. Mas eu fico sem lugar pra existir.

Sem terra de mim mesma.

A moça do espelho nunca quis me possuir. À outros ela se entrega, mas nunca a mim.
20 anos de sedução e ela nunca se entregou a mim. É de todos, do mundo. Uma cadela eternamente grávida de um desconhecido.
Eu queria dizer mais que isso.
Eu preciso de mim, só isso. Animais são mais felizes do que eu.
Homem do século dezenove que descobre sua consciência e seu submundo e enlouquece não sabendo o que fazer com ele.

Calma, minha filha. Calma que tudo isso acaba um dia.

E tinha aquele cara que falava, no meio da noite, para ninguém, na frente do poço de seu umbigo. Ele dizia assim: shhhhhh!!! Shhhhhh!!! Escuta. Escuta, negro! Escuta! Eles estão cantando!
e sorria.

O mais íntimo de nós sempre é um coletivo. O Coro dos deuses monstros... esses chifrudos.

Uma luz vem vindo do poço! E essa luz, por si mesma, o atrai até a boca desse inferno. De lá de cima ele uiva, o que seria uma pergunta destorcida pela própria duvida, que então o deixa de ser e se figura como um balbuciar inconsciente de si. Ele pergunta: Eeeeeeeeiiiiioooooo.
Eeeeeeeeeiiiooooooo.]
E aguça a escuta para a resposta.

Nada.

A pedra que ele jogou nunca chegou ao fundo. No dia seguinte ele acorda sufocado por ela, em sua goela. Por que será? Melhor não saber. É cuspir ou morrer. ] são os chifrudos o querendo levar para o subterrâneo. O retorno da pedra, o querendo matar, responde a pergunta todas as noites repetidas.



E vai ficar sem fim, por que já não há qualquer começo. A vida está sempre se findando a cada instante. Acaba. Acaba. Acaba. Somos todos os últimos suspiros.
Não nasci pra ser escritora. Escrever é o que me salva, só. Se não estaria eu mesma já morta pela pedra que amanhece dura todos os dias na minha garganta.

Esse é o meu grito.
Meus olhos são o meu poço.
O silencio é um instante em suspenso, eterno, esperando por sua redenção.

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Amanda Doria e Diogo Liberano.

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