O melhor café você conhece pelo cheiro

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Pós Oiticica

Viver o amor é como tocar na juta e gostar. Entender a delicadeza macia do que é áspero. É esconder a luz com a mão. Esconder a luz, toca-la, abrir e fechá-la. É como chorar puramente. É como sorrir menino. Depois que se pisa nas pedras voluntariamente, tudo é mais leve. Sou água, sou ar.
Caminhei nas pedras, na areia, deitei sob a juta. Mas levei a mochila. Tirar os chinelos mas carregar a mochila deve significar. Deve querer significar o que não quero dizer: há coisas que não carecem poesia. É onde a poesia não dá pé. Meus atos são mais que completos e rezo para que a poesia esteja nos olhos de quem os vê. Vagueio buscando poesia nos olhos alheios e, quando encontro, isso dá muito prazer. Ou a poesia só está em mim e para sobreviver me invado de prazer. Poesia é escrever olhos.
Este carro é gordo, aquele outro é antipático e o senhor ali era um Omega.
Este rapaz é avestruz.
Um drama aconteceu na esquina mas há tempo para contemplar folhas.
A bolsa prateada vai adiante de você.
Subir e descer é delicado.
A juventude está em ti.
A igreja é filha da que quis chegar no céu, mas ela própria não quer – só veste as roupas dos antepassados, por isso é atarracada que só ela.
A linha reta destruiria vidas mas não posso dimensionar.
Tem cosias que são boas de olhar e não de penetrar.
Quando o grande está pequeno, escorregar pode ser bom.
Me desses um abraço e um violão.
Se existisse a palavra vipório, seria.
Não deixe sua filha cair.
Nunca se sabe se é sedução ou cumplicidade.

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