O melhor café você conhece pelo cheiro

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

bandeira

a pressão nos dedos da escrita que vem automática reproduz a tensão e a novidade desses dias que venho aqui chegando para contribuir com esse lugar de fala palavrório e temores e amores e sonhos coloridos pretoe e branco e nanquim assim que se fez o dia e a noite de madruga e todas as tardes todas as cheganças se encontram aqui por todas as pessoas que se fazem falantes e ganham direito de voz via hipertexto cibernético dos corpos do fimamento e da generosidade do pensamento do vitual nas relações que se fazem via email broadcasting e o instinto e o corpo no mundo diluído como uma capsula num copo d'água que hoje já é uma tempestade sim no meio do oceano no profundo do mangue e na dança macia dos canaviais vinde vinde e venham ver o que acontece por aqui pois estou me juntando a caravana que passa e que ladra e que logra um futuro do pretérito imperfeito e imperativo que seja a morte feita para que renasça da casca tudo o que se fez homem e mulher e bicho e flor e silêncio e serpente que dança no ritmo da terra e segue seu fluxo de energia e olha mas não vê e lança mão da pele morta para que outra mais viva e mais brilhante renasça recontando a história do mundo e da humanindade e da animalidade e da surpresa de te ver ao meu lado contando uma história feliz e infeliz ao mesmo tempo como tudo o que acontece aqui de par em par e magicamente como os mistérios das imaginações livres que se passam na minha mente nesse momento de começo e verborragia apenas para passear no astral e começar a contar um pouco mais da respiração que me rege dia-a-dia e mês a ano e as quatro estações que se unem em um só dia e vida sempre colorida como as colores da tómbola e a luz do arco da promessa e a explosão da supernova remoída em milhares e milhares de caquinhos de vidro espalhados pela grama verde na qual me deito e nos quais me vejo multiplicado explodido diluído refeito e dilacerado no corpo e no mundo respirando...

respirando...


eis-me aqui.

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terça-feira, 28 de outubro de 2008

Antidepressivo

IMIPRA 25MG-20 bli.10cps.:

IMIPRA
Cloridrato de Imipramina

- FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO
Comprimidos 25 mg
Embalagem com 20 blísteres com 10 comprimidos
USO PEDIÁTRICO OU ADULTO

- COMPOSIÇÃO
Cada comprimido contém:
Cloridrato de Imipramina (DCB 0689.02-5) .................... 25 mg
Excipiente qsp .
.................... 1 comp.
(Excipiente: estearato de magnésio, talco, celulose microcristalina, lactose, dióxido de silício coloidal, croscarmelose sódica, polietilenoglicol 6000, opadry marrom)

- INFORMAÇÃO AO PACIENTE
O IMIPRA( está indicado para todos os tipos de depressão e Ocorre quando a pressão dentro da bexiga
excede aquela que se verifica dentro da uretra,
ou seja, há um aumento considerável da pressão
para urinar dentro da bexiga, isso ocorre
durante a fase de enchimento do ciclo de
micção.
Pode também ser designada de \'incontinência
urinária\'. E ocorre com certa frequência
à noite, principalmente entre os idosos.
','')">enurese
na criança.
Conservar a embalagem fechada, em temperatura ambiente, entre 15 e 30ºC, protegida da luz e umidade.
O prazo de validade é de 36 meses a partir da data de fabricação, impressa na embalagem. Não utilize medicamento vencido.
Informe seu médico sobre a ocorrência de no trato reprodutivo feminino após a união
de ovo e espermatozóide.
','')">gravidez
ou se estiver grávida, durante o tratamento com este medicamento, ou após o seu término. Não deve ser usado se a paciente estiver amamentando.
Siga corretamente a orientação médica, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento. Não interromper o tratamento sem o conhecimento do seu médico.
Informe seu médico sobre o aparecimento de reações desagradáveis como devido a causas fisiológicas (durante o exercício
físico ou gravidez) ou por diversas doenças
como sepse, hipertireoidismo e anemia. Pode
ser assintomática ou provocar palpitações
(ver).
','')">taquicardia
, alterações psíquicas, insônia e tremores.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
Durante o tratamento com o produto o paciente não deve ingerir bebidas alcoólicas.
Dirigir veículos, operar máquinas e outras atividades cujo risco aumenta pela diminuição do estado de alerta, devem ser evitadas, pois o medicamento pode comprometer o estado de alerta em alguns pacientes.
NÃO TOME REMÉDIO SEM O CONHECIMENTO DO SEU MÉDICO, PODE SER PERIGOSO PARA SUA SAÚDE.

- INFORMAÇÃO TÉCNICA
O mecanismo de ação da imipramina não é totalmente conhecido. Entretanto, esta droga não age primariamente pela estimulação do SNC. O efeito clínico é hipoteticamente como sendo devido a potenciação das sinapses adrenérgicas pelo bloqueio da norepinefrina nas terminações nervosas.
A característica farmacológica da imipramina é o seu amplo espectro de ação que inclui propriedades alfa-adrenolítica, anti-histamínica, anticolinérgica e bloqueadora do receptor serotoninérgico (5-HT). Contudo, a atividade terapêutica da imipramina está baseada principalmente na sua capacidade de inibir a recaptação de norepinefrina (NE) e de serotonina (5-HT). A imipramina pertence à categoria dos chamados inibidores mistos da recaptação, uma vez que ela inibe a recaptação da norepinefrina e da serotonina aproximadamente na mesma extensão.
A imipramina é rápida e completamente absorvida após administração por via oral. A ingestão de alimentos não afeta a absorção e nem a biodisponibilidade. Durante a primeira passagem pelo remove álcool e toxinas do sangue e fabrica
bile. A bile, produzida pelo fígado, é importante
na digestão, especialmente das gorduras.
Após secretada pelas células hepáticas ela
é recolhida por canalículos progressivamente
maiores que a levam para dois canais que
se juntam na saída do fígado e a conduzem
intermitentemente até o duodeno, que é a
primeira porção do intestino delgado. Com
esse canal biliar comum, chamado ducto hepático,
comunica-se a vesícula biliar através de
um canal sinuoso, chamado ducto cístico.
Quando recebe esse canal de drenagem da vesícula
biliar, o canal hepático comum muda de nome
para colédoco. Este, ao entrar na parede
do duodeno, tem um músculo circular, designado
esfíncter de Oddi, que controla o seu esvaziamento
para o intestino.
','')">fígado
, a imipramina, administrada por via oral, é parcialmente convertida em desmetilimipramina, um metabólito que exibe a mesma atividade antidepressiva.
Em média, a ligação protéica é de 86%, o volume de distribuição é de 21 l/kg e a meia-vida plasmática é aproximadamente de 20 horas. Aproximadamente 80% do fármaco são excretados através da renal no organismo, estocado na bexiga e
expelido pelo ato de urinar.
','')">urina
e 20% nas fezes, principalmente na forma de metabólitos inativos. A quantidade de imipramina inalterada e de seu metabólito ativo, a desmetilimipramina, excretados através da renal no organismo, estocado na bexiga e
expelido pelo ato de urinar.
','')">urina
, é de 5% e 6% respectivamente, enquanto que através das fezes são excretados apenas em quantidades muito pequenas.

- INDICAÇÕES
O Imipra( é utilizado para as depressões de etiologia e sintomatologia diversas, incluindo a depressão endógena (unipolar, bipolar, involutiva), depressão somatogênica (orgânica, sintomática), depressão psicogênica (neurótica, reativa, depressão de esgotamento, depressão associada com distúrbios de personalidade), distúrbios depressivos do humor de natureza reativa, neurótica ou psicopática, incluindo seus equivalentes somáticos, também em crianças. Síndromes depressivas na pré-senilidade e senilidade associadas possivelmente com hipocondríase, assim como choro convulsivo e perda do controle emocional. Síndromes depressivas devidas à arteriosclerose, doenças somáticas crônicas, condições dolorosas crônicas, alcoolismo, ataques de pânico, pavor noturno e como terapia adjunta temporária na redução da Ocorre quando a pressão dentro da bexiga
excede aquela que se verifica dentro da uretra,
ou seja, há um aumento considerável da pressão
para urinar dentro da bexiga, isso ocorre
durante a fase de enchimento do ciclo de
micção.
Pode também ser designada de \'incontinência
urinária\'. E ocorre com certa frequência
à noite, principalmente entre os idosos.
','')">enurese
em crianças com 6 anos ou mais de idade, depois de serem excluídas possíveis causas orgânicas, através de testes apropriados. Pacientes com sintomas diurnos de freqüência e urgência, exames como cistometrografia e um instrumento óptico (cistoscópio) que é
introduzido pela uretra.
','')">cistoscopia
, se necessários, devem ser cancelados. A eficácia do tratamento pode diminuir com a administração da droga continuada.

- CONTRA-INDICAÇÕES
O Imipra( é contra-indicado em pacientes com hipersensibilidade à droga ou aos componentes da fórmula. Não deve ser administrada simultaneamente com inibidores da monoaminoxidase (IMAO).
Crises hiperpiréticas ou convulsões graves podem ocorrer em pacientes que receberam essas drogas concomitantemente. A potenciação desses efeitos adversos pode ser séria ou mesmo fatal. Quando se deseja substituir um inibidor da monoaminoxidase (IMAO) com a imipramina, deve-se esperar pelo menos 14 dias antes da descontinuação do IMAO. A administração de Imipramina deve então ser iniciada com dose baixa e o aumento deve ser gradual e cautela. Não se recomenda a utilização da droga durante a recuperação da fase aguda do o coração por estreitamento dos vasos ou
bloqueio do fluxo. Também conhecido por ataque
cardíaco.
','')">infarto do miocárdio
. A possibilidade de sensibilidade cruzada a outros componentes dibenzoazepínicos deve ser considerada.

- PRECAUÇÕES
O registro do a utilização de eletrodos cutâneos que recebem
e amplificam os potenciais gerados em cada
região encefálica.
','')">eletroencefalograma
deve ser feito antes da iniciação da posologia da imipramina, maior que a usual, e depois disso, em intervalos apropriados até o estado estável ser atingido. Pacientes com qualquer evidência de doença cardiovascular requerem vigilância para qualquer nível de posologia da droga, devido a possibilidade de defeitos de condução, arritmias, falha cardíaca congestiva, o coração por estreitamento dos vasos ou
bloqueio do fluxo. Também conhecido por ataque
cardíaco.
','')">infarto do miocárdio
, ataques e devido a causas fisiológicas (durante o exercício
físico ou gravidez) ou por diversas doenças
como sepse, hipertireoidismo e anemia. Pode
ser assintomática ou provocar palpitações
(ver).
','')">taquicardia
. Pacientes idosos e pacientes com problemas cardíacos ou com história anterior de doença cardíaca correm risco de desenvolver anormalidades cardíacas associadas com o uso de imipramina. Deve ser considerada a possibilidade de suicídio em pacientes deprimidos seriamente e isto pode persistir até que ocorra a remissão significante. Estes pacientes devem ser cuidadosamente supervisionados durante a fase inicial do tratamento com Imipramina, e podem necessitar de hospitalização. A prescrição deve ser a menor quantidade possível. Episódios de hipomania ou mania podem ocorrer, particularmente em pacientes com desordens cíclicas.
Algumas das reações podem necessitar da descontinuação da droga. Se necessário, a imipramina deve ser administrada em doses mais baixas quando estes episódios forem relevantes.
A administração de um tranqüilizante pode ser benéfica para controlar estes episódios.
Em pacientes esquizofrênicos pode ocasionalmente ser observada uma ativação da marcados por flagrante, alterando a percepção
e a compreensão da realidade, desorganizando
o comportamento afetivo e social, sem que
os pacientes tenham em geral consciência
do caráter patológicos de tais fatos
','')">psicose
e requerer redução da posologia e adição de fenotiazina.
A administração concomitante de imipramina e terapia de eletrochoque pode aumentar os riscos associados com esta terapia. Estes tratamentos devem ser limitados apenas quando estritamente essenciais ao paciente.
Pacientes que usam cloridrato de imipramina deve evitar exposição excessiva ao sol e, aqueles que desenvolvem dos valores normais para o indivíduo. São
aceitos como valores de referência indicativos
de febre: temperatura axilar ou oral acima
de 37,5°C e temperatura retal acima de 38°C.
A febre é uma reação do corpo contra patógenos.
','')">febre
ou dor de garganta durante a terapia com esta droga devem realizar a contagem diferencial de leucócito e células sangüíneas. A imipramina deve ser descontinuada se houver evidência de depressão neutrófila patológica ou antes de uma cirurgia eletiva.
Devem ser cuidadosamente assistidos pacientes com aumento da pressão intra-ocular, história de por diferentes condições. Normalmente, o
ato miccional pode ser iniciado voluntariamente
e a bexiga se esvazia por completo. Retenção
urinária é a retenção anormal de urina na
bexiga.
','')">retenção urinária
, ou de e danos ao nervo óptico decorrentes desse
aumento de pressão. Esses danos se expressam
no exame de fundo de olho e por alterações
no campo de visão.
','')">glaucoma
de ângulo-estreito devido às propriedades anticolinérgicas da droga; pacientes hipertireoideanos ou aqueles com medicamentos tireoideanos devido à possibilidade de toxicidade cardiovascular; pacientes com uma história de desordem convulsiva; pacientes que receberam guanitidina, clonidina, ou agentes similares desde que a imipramina possa bloquear os efeitos farmacológicos destas drogas e pacientes recebendo cloridrato de metilfenidato desde que possa inibir o químicas sofrem no interior dos organismos
vivos. São essas reações que permitem a uma
célula ou um sistema transformar os alimentos
em energia, que será ultilizada pelas células
para que as mesmas se multipliquem, cresçam
e movimentem-se. O metabolismo divide-se
em duas etapas: catabolismo e anabolismo.
','')">metabolismo
da imipramina.
Pode ser necessária uma diminuição na posologia de imipramina quando administrado concomitantemente com cloridrato de metilfenidato.
Pacientes que fazem uso excessivo de álcool, podem ter potenciação dos efeitos, aumentando assim o risco inerente de tentativa de suicídio ou superdosagem.
Pacientes em tratamento com Imipramina devem ser avisados dos riscos em operar máquinas ou dirigir veículos, devido à possível diminuição das habilidades mentais e/ou físicas.
No caso de administração via intramuscular pode causar reações do tipo alérgicas, incluindo sintomas anafiláticos ou episódios asmáticos menos graves em pacientes suscetíveis ao sulfito de sódio ou metabissulfito de sódio que são utilizados nesta solução. A sensibilidade ao sulfito
na população em geral é desconhecida e provavelmente baixa; esta sensibilidade pode ser vista mais freqüentemente em pessoas asmáticas.
Uso na no trato reprodutivo feminino após a união
de ovo e espermatozóide.
','')">Gravidez
e diretamente. É um fenômeno psico-sócio-cultural.
Dar de mamar a; criar ao peito; aleitar;
lactar... A amamentação é uma forma de aleitamento,
mas há outras formas.
','')">Amamentação
: Existem relatos clínicos de malformações congênitas associadas com o uso da imipramina. A imipramina só deve ser usada em mulheres grávidas quando for considerado essencial pelo médico. Os potenciais benefícios devem ser claramente maiores que os riscos para o feto. A imipramina é excretada no leite materno. Devido o potencial para sérias reações adversas para o recém-nascido, deve ser tomada decisão em descontinuar a diretamente. É um fenômeno psico-sócio-cultural.
Dar de mamar a; criar ao peito; aleitar;
lactar... A amamentação é uma forma de aleitamento,
mas há outras formas.
','')">amamentação
ou a droga, levando-se em consideração a importância da mesma para a mãe.
Uso em Pediatria: A segurança e eficácia desta droga como terapia adjunta temporária para Ocorre quando a pressão dentro da bexiga
excede aquela que se verifica dentro da uretra,
ou seja, há um aumento considerável da pressão
para urinar dentro da bexiga, isso ocorre
durante a fase de enchimento do ciclo de
micção.
Pode também ser designada de \'incontinência
urinária\'. E ocorre com certa frequência
à noite, principalmente entre os idosos.
','')">enurese
noturna em crianças com 6 anos ou mais de idade, não foi estabelecida.

- INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
A concentração plasmática de imipramina pode aumentar quando a droga é administrada concomitantemente com inibidores da uma reação química. Por exemplo, as enzimas
produzidas pelo intestino que ajudam no processo
digestivo.
','')">enzima
hepática (como por exemplo, cimetidina, fluoxetina) e diminui quando utiliza-se concomitantemente com indutores da uma reação química. Por exemplo, as enzimas
produzidas pelo intestino que ajudam no processo
digestivo.
','')">enzima
hepática (por exemplo, barbitúricos, fenitoína) e um ajuste da posologia de imipramina pode então ser necessária.
Em pacientes ocasionalmente susceptíveis ou naqueles que receberam drogas anticolinérgicas, incluindo agentes antiparkinsonianos, além do que, efeitos do tipo atropínicos podem tornar-se mais pronunciados (por exemplo, íleo paralítico). É necessário uma supervisão próxima e cautelosa do ajuste da posologia quando o cloridrato de imipramina for administrado concomitantemente com drogas anticolinérgicas.
Deve-se evitar o uso de preparações, tais como descongestionantes e anestésicos locais, que contenham qualquer amina simpatomimética (por exemplo, epinefrina, norepinefrina), visto que tem sido relatado que antidepressivos tricíclicos podem potencializar os efeitos das catecolaminas.
Deve-se ter cuidado quando o cloridrato de imipramina for usado com agentes que diminuam a pressão arterial. A imipramina pode potencializar os efeitos das drogas depressoras do SNC.

- REAÇÕES ADVERSAS / COLATERAIS
Poucas das reações abaixo listadas estão relacionadas diretamente com esta droga, porém a similaridade farmacológica entre os depressivos tricíclicos requerem consideração destas reações:
Cardiovascular: na pressão sangüínea. A hipotensão pode ocorrer
quando uma pessoa muda rapidamente de uma
posição sentada ou deitada para a posição
de pé, causando vertigem ou desmaio.
','')">Hipotensão
ortostática, dos vasos com força maior que a normal. Também
chamada de pressão alta. Hipertensão pode
causar esforço cardíaco, dano aos vasos sangüíneos
e aumento do risco de um ataque cardíaco,
derrame ou acidente vascular cerebral, além
de problemas renais e morte.
','')">hipertensão
, devido a causas fisiológicas (durante o exercício
físico ou gravidez) ou por diversas doenças
como sepse, hipertireoidismo e anemia. Pode
ser assintomática ou provocar palpitações
(ver).
','')">taquicardia
, do coração, que habitualmente não se sente.
As palpitações são detectadas usualmente
após um exercício violento, em situações
de tensão ou depois de um grande susto, quando
o coração bate com mais força e/ou mais rapidez
que o normal.
','')">palpitação
, o coração por estreitamento dos vasos ou
bloqueio do fluxo. Também conhecido por ataque
cardíaco.
','')">infarto do miocárdio
, arritmias, no tecido cardíaco especializado, manifestado
por uma diminuição variável da freqüência
dos batimentos cardíacos.
','')">bloqueio cardíaco
, mudanças do a utilização de eletrodos cutâneos que recebem
e amplificam os potenciais gerados em cada
região encefálica.
','')">eletroencefalograma
, as suas funções de forma adequada como conseqüência
de enfermidades do próprio coração ou de
outros órgãos. O músculo cardíaco vai diminuindo
sua força para bombear o sangue para todo
o organismo.
','')">insuficiência cardíaca congestiva
, ataque.
Psiquiátrico: Estado confusional (especialmente no idoso) com alucinações, desorientação, delírios; ansiedade, inquietação, agitação; insônia e pesadelos; hipomania; exacerbação de psicoses.
Neurológico: Dormência, formigamento, calor, formigamento, pressão, etc.) que são
vivenciadas espontaneamente na ausência de
estimulação.
','')">parestesias
das extremidades; incoordenação, dos movimentos musculares voluntários podendo
afetar a força muscular e o equilíbrio de
uma pessoa. É normalmente associada a uma
degeneração ou bloqueio de áreas específicas
do cérebro e cerebelo. É um sintoma, não
uma doença específica ou um diagnóstico.
','')">ataxia
, tremores; as pernas e as mãos. A neuropatia causa dor,
falta de sensibilidade ou formigamentos no
local.
','')">neuropatia periférica
; sintomas extrapiramidais; convulsões, alterações nos padrões do a utilização de eletrodos cutâneos que recebem
e amplificam os potenciais gerados em cada
região encefálica.
','')">eletroencefalograma
; tinido.
Anticolinérgico: Secura da boca, e, raramente, adenite sublingual associada; turvação visual, distúrbio da acomodação, midríase; para causar desconforto significativo para
a pessoa. Pode significar que as fezes são
duras, difíceis de serem expelidas ou infreqüentes
(evacuações inferiores a três vezes por semana),
ou ainda a sensação de esvaziamento retal
incompleto, após as defecações.
','')">constipação
, íleo paralítico; por diferentes condições. Normalmente, o
ato miccional pode ser iniciado voluntariamente
e a bexiga se esvazia por completo. Retenção
urinária é a retenção anormal de urina na
bexiga.
','')">retenção urinária
, micturição demorada, dilatação do trato urinário.
Alérgico: Erupção cutânea, petéquia, elevações pruriginosas, acompanhadas de vermelhidão
da mesma. Pode afetar uma parte ou a totalidade
da pele. Em geral é autolimitada e cede em
pouco tempo, podendo apresentar períodos
de melhora e piora ao longo de vários dias.
','')">urticária
, icterícia obstrutiva, reações alérgicas,
doenças hepáticas, etc.
','')">prurido
, fotossensibilização; organismo.
','')">edema
(geral ou de face e língua); dos valores normais para o indivíduo. São
aceitos como valores de referência indicativos
de febre: temperatura axilar ou oral acima
de 37,5°C e temperatura retal acima de 38°C.
A febre é uma reação do corpo contra patógenos.
','')">febre
medicamentosa; sensibilidade cruzada com desipramina.
Hematológico: Depressão da medula óssea, incluindo de leucócitos granulócitos (neutrófilos,
basófilos e eosinófilos), que se manifesta
como ulcerações na garganta e outras mucosas,
seguidas por infecções graves.
','')">agranulocitose
, eosinofilia, púrpura, Contrário de trombocitose. Quando a quantidade
de plaquetas no sangue é inferior a 150.000/mm³,
diz-se que o indivíduo apresenta trombocitopenia
(ou plaquetopenia). As pessoas com trombocitopenia
apresentam tendência de sofrer hemorragias.
','')">trombocitopenia
.
Gastrointestinal: Náusea e boca. Pode ser classificado como: alimentar,
fecalóide, biliar, em jato, pós-prandial.
Sinônimo de êmese.
Os medicamentos que agem neste sintoma são
chamados de antieméticos.
','')">vômito
, alimentos. Anorexia nervosa: distúrbio alimentar
caracterizado por uma alteração da imagem
corporal associado à anorexia.
','')">anorexia
, distúrbios epigástricos, de líquido nas evacuações.Deve ser a manifestação
mais freqüente de alteração da absorção ou
transporte intestinal de substâncias, alterações
estas que em geral são devidas a uma infecção
bacteriana ou viral, a toxinas alimentares,
etc.
','')">diarréia
; alteração do paladar, viral, bacteriana, micótica ou por doença
auto-imune. É caracterizada por dor, ardor
e vermelhidão da mucosa, podendo depositar-se
sobre a mesma uma membrana brancacenta (leucoplasia),
ou ser acompanhada de bolhas e vesículas.
','')">estomatite
, cólica abdominal, língua negra.
Endócrino: mamárias no homem. Associa-se a diferentes
enfermidades como cirrose, tumores testiculares,
etc. Em certas ocasiões ocorrem de forma
idiopática (ver).
','')">Ginecomastia
no homem; tumefação da mama e período de amamentação. Pode ser produzida
por distúrbios hormonais ou pela ação de
medicamentos.
','')">galactorréia
na mulher; aumento ou diminuição da libido, para atividades sexuais. Também chamada de
disfunção erétil.
','')">impotência
; tumefação testicular; aumento ou diminuição da Seus valores normais oscilam entre 80 e 110
miligramas por 100 mililitros.
','')">glicemia
; associados a uma entidade conhecida ou não.
','')">síndrome
da secreção do do corpo e liberada no sangue para desencadear
ou regular funções particulares do organismo.
Por exemplo, a insulina é um hormônio produzido
pelo pâncreas que diz a outras células quando
usar a glicose para energia. Hormônios sintéticos,
usados como medicamentos, podem ser semelhantes
ou diferentes daqueles produzidos pelo organismo.
','')">hormônio
antidiurético inapropriada.
Outros: a uma acumulação de bilirrubina no organismo.
Existem dois tipos de icterícia que têm etiologias
e sintomas distintos: icterícia por acumulação
de bilirrubina conjugada ou direta e icterícia
por acumulação de bilirrubina não conjugada
ou indireta.
','')">Icterícia
; alteração da função hepática, aumento ou perda de peso; perspiração; rubor; freqüência urinária aumentada; sonolência, à doença do sistema de equilíbrio, reação
a drogas, etc.
','')">vertigem
, fraqueza e fadiga; todas as dores de cabeça existentes, ou seja,
enxaqueca ou migrânea, cefaléia ou dor de
cabeça tensional, cefaléia cervicogênica,
cefaléia em pontada, cefaléia secundária
a sinusite, etc... são tipos dentro do grupo
das cefaléias ou dores de cabeça.
A cefaléia tipo tensional é a mais comum
(acomete 78% da população), seguida da enxaqueca
ou migrânea (16% da população).
','')">cefaléia
; tumefação da parótida; alopecia; propensão a queda.
Sintomas de Abstinência: Embora não indicativa de adicção, a interrupção abrupta do tratamento após terapia prolongada pode produzir náusea, todas as dores de cabeça existentes, ou seja,
enxaqueca ou migrânea, cefaléia ou dor de
cabeça tensional, cefaléia cervicogênica,
cefaléia em pontada, cefaléia secundária
a sinusite, etc... são tipos dentro do grupo
das cefaléias ou dores de cabeça.
A cefaléia tipo tensional é a mais comum
(acomete 78% da população), seguida da enxaqueca
ou migrânea (16% da população).
','')">cefaléia
e mal-estar.
No caso de administração via oral por comprimidos em crianças enuréticas tratadas com Imipramina, as reações adversas mais comuns tem sido nervosismo, sono, desordens, cansaço e distúrbios gastrointestinais moderados. Estas reações desaparecem durante a administração contínua da droga ou quando a posologia é diminuída.
Outras reações são: para causar desconforto significativo para
a pessoa. Pode significar que as fezes são
duras, difíceis de serem expelidas ou infreqüentes
(evacuações inferiores a três vezes por semana),
ou ainda a sensação de esvaziamento retal
incompleto, após as defecações.
','')">constipação
, convulsões, ansiedade, instabilidade emocional, com rápida recuperação. Comum em pessoas
idosas. Suas causas são múltiplas: doença
cerebrovascular, convulsões, arritmias, doença
cardíaca, embolia pulmonar, hipertensão pulmonar,
hipoglicemia, intoxicações, hipotensão postural,
síncope situacional ou vasopressora, infecções,
causas psicogênicas e desconhecidas.
','')">síncope
e colapso. Todas as reações adversas listadas para adultos devem ser consideradas.

- POSOLOGIA
Via Oral
A posologia e o modo de administração do Imipra( deverão ser determinados individualmente e adaptados de acordo com as condições clínicas do paciente. A princípio, todo esforço deverá ser feito no sentido de se obter um efeito ideal, enquanto que as doses deverão ser tão baixas quanto possível e a posologia aumentada cautelosamente, particularmente, quando o paciente for idoso ou adolescente, os quais, em geral, apresentam uma resposta mais acentuada ao Imipra( do que os pacientes com idade intermediária.
Depressão e Síndromes Depressivas: Iniciar o tratamento com 25 mg, 1 a 3 vezes ao dia. Aumentar a posologia diária gradualmente para 150 a 200 mg. Esta posologia deverá ser atingida ao final da primeira semana de tratamento e mantida até a ocorrência de uma melhora clínica. A dose de manutenção subseqüente deverá ser determinada individualmente por meio da redução cautelosa da posologia, situando-se usualmente entre 50 e 100 mg diários.
Ataques de Pânico: Iniciar o tratamento com 1 comprimido de 10 mg ao dia, que pode variar de paciente para paciente no decorrer do tratamento entre 75 e 150 mg. É recomendável não descontinuar o tratamento antes de 6 meses, sendo que durante esse período, a dose de manutenção deve ser reduzida lentamente.
Condições Dolorosas Crônicas: A posologia deverá ser determinada individualmente (25 a 300 mg/ dia). Em geral, uma posologia diária de 25 a 75 mg é suficiente.
Uso Geriátrico: Iniciar o tratamento com 1 comprimido de 10 mg ao dia, aumentando progressivamente até a dose de 3 a 5 comprimidos diários, que deve ser atingido após cerca de 10 dias e mantido até o final do tratamento.
Uso Pediátrico: Iniciar com 1 comprimido de 10 mg diariamente. Durante um período de 10 dias, aumentar a posologia diária para 2 comprimidos (20 mg) em crianças com idade entre 5 e 8 anos, para 20 a 50 mg naquelas com idade entre 9 e 14 anos e para 50 a 80 mg em pacientes com mais de 14 anos de idade.
Ocorre quando a pressão dentro da bexiga
excede aquela que se verifica dentro da uretra,
ou seja, há um aumento considerável da pressão
para urinar dentro da bexiga, isso ocorre
durante a fase de enchimento do ciclo de
micção.
Pode também ser designada de \'incontinência
urinária\'. E ocorre com certa frequência
à noite, principalmente entre os idosos.
','')">Enurese
Noturna: (apenas em crianças acima de 5 anos de idade): Iniciar o tratamento com uma posologia diária de 2 a 3 comprimidos de 10 mg para crianças entre 5 e 8 anos, de 1 a 2 comprimidos de 25 mg para crianças entre 9 e 12 anos e, para crianças com idade acima de 12 anos, 1 a 3 comprimidos de 25 mg.
As doses mais elevadas aplicam-se a casos que não respondem adequadamente ao medicamento dentro de uma semana de tratamento. Os comprimidos deverão ser administrados em dose única após o jantar. Todavia, no caso de crianças que molham a cama no início da noite, parte da dose deverá ser antecipada para cerca de 4 horas da tarde. Assim que se atingir a resposta desejada, o tratamento deverá continuar por 1 a 3 meses, com redução gradual da dose de manutenção.

- SUPERDOSAGEM
As crianças são mais sensíveis do que adultos a uma superdosagem aguda de cloridrato de imipramina. Uma superdosagem aguda em crianças pode ser considerada séria ou potencialmente fatal.
Dependendo da quantidade da droga absorvida, a idade do paciente, o intervalo entre a ingestão da droga e o início do tratamento, os sinais e sintomas podem ser graves. Níveis de imipramina no sangue e renal no organismo, estocado na bexiga e
expelido pelo ato de urinar.
','')">urina
podem não refletir a gravidade da intoxicação e esses dados possuem principalmente um valor qualitativo melhor do que o quantitativo e são indicadores não confiáveis no monitoramento clínico do paciente.
Anormalidades no SNC podem incluir sonolência, estupor, a pessoa não está consciente. Pode ser causado
por hiperglicemia (glicose alta no sangue)
ou hipoglicemia (glicose baixa no sangue)
em pessoas com diabetes.
','')">coma
, dos movimentos musculares voluntários podendo
afetar a força muscular e o equilíbrio de
uma pessoa. É normalmente associada a uma
degeneração ou bloqueio de áreas específicas
do cérebro e cerebelo. É um sintoma, não
uma doença específica ou um diagnóstico.
','')">ataxia
, inquietação, agitação, reflexos hiperativos, rigidez muscular, movimentos atetóides e coreiformes e convulsões.
As anormalidades cardíacas podem incluir elétricos gerados através do tecido nervoso
especializado do coração.
','')">arritmia
, devido a causas fisiológicas (durante o exercício
físico ou gravidez) ou por diversas doenças
como sepse, hipertireoidismo e anemia. Pode
ser assintomática ou provocar palpitações
(ver).
','')">taquicardia
, evidência de condução diminuída do a utilização de eletrodos cutâneos que recebem
e amplificam os potenciais gerados em cada
região encefálica.
','')">eletroencefalograma
e sinais de falha cardíaca congestiva. Depressão respiratória, significar uma falta de oxigenação normal
dos tecidos
','')">cianose
, na pressão sangüínea. A hipotensão pode ocorrer
quando uma pessoa muda rapidamente de uma
posição sentada ou deitada para a posição
de pé, causando vertigem ou desmaio.
','')">hipotensão
, celular, produzido por hemorragias graves,
sepse (ver), reações alérgicas graves, etc.
Pode ocasionar lesão celular irreversível
se a hipóxia (ver) persistir por tempo suficiente.
','')">choque
, boca. Pode ser classificado como: alimentar,
fecalóide, biliar, em jato, pós-prandial.
Sinônimo de êmese.
Os medicamentos que agem neste sintoma são
chamados de antieméticos.
','')">vômito
, hiperpirexia, midríase e diaforese podem também estar presentes.
O tratamento recomendado para superdosagem com antidepressivos tricíclicos pode mudar periodicamente.
Devido ao envolvimento do SNC, pode ocorrer depressão respiratória e elétricos gerados através do tecido nervoso
especializado do coração.
','')">arritmia
cardíaca e ser necessária a hospitalização do paciente, devido à necessidade de uma observação mais próxima, mesmo quando a quantidade ingerida for pequena ou o grau inicial de intoxicação parecer ser leve ou moderado. Todos os pacientes com anormalidades no a utilização de eletrodos cutâneos que recebem
e amplificam os potenciais gerados em cada
região encefálica.
','')">eletroencefalograma
devem ter monitoramento cardíaco contínuo e serem observados até após o estado cardíaco retornar a normalidade, relapsos podem ocorrer após recuperação aparente.
Em pacientes acordados, esvaziar rapidamente o estômago com de líquido na cavidade gástrica, seguida
de sua remoção.
','')">lavagem gástrica
e, naqueles sedados, assegurar as vias aéreas com um tubo endotraqueal antes de começar a lavagem (não induzir o boca. Pode ser classificado como: alimentar,
fecalóide, biliar, em jato, pós-prandial.
Sinônimo de êmese.
Os medicamentos que agem neste sintoma são
chamados de antieméticos.
','')">vômito
). A instilação de uma pasta de carvão ativado pode ajudar a reduzir a absorção da imipramina.
Minimizar a estimulação externa reduz a tendência à de contrações musculares espasmódicas permanentes
e/ou repetitivas (tônicas, clônicas ou tônico-clônicas).
Em geral está associada à perda de consciência
e relaxamento dos esfíncteres. Pode ser devida
a medicamentos ou doenças.
','')">convulsão
. Se for necessário o uso de anticonvulsivo o diazepam e a fenitoína podem ser empregados. Manter a troca respiratória adequada. Não usar estimulantes respiratórios.
O celular, produzido por hemorragias graves,
sepse (ver), reações alérgicas graves, etc.
Pode ocasionar lesão celular irreversível
se a hipóxia (ver) persistir por tempo suficiente.
','')">choque
deve ser tratado com medidas de suporte, como posição apropriada, fluidos intravenosos e, se necessário, um agente vasopressor. O uso de corticosteróides em celular, produzido por hemorragias graves,
sepse (ver), reações alérgicas graves, etc.
Pode ocasionar lesão celular irreversível
se a hipóxia (ver) persistir por tempo suficiente.
','')">choque
é uma controvérsia e pode ser contra-indicado em casos de superdosagem com antidepressivos tricíclicos.
Os digitálicos podem aumentar as anormalidades de condução e promover irritação em um miocárdio já sensibilizado.
Deve-se ter cuidado especial se uma falha cardíaca congestiva necessitar de rápida digitalização.
A hiperpirexia deve ser controlada por qualquer meio externo disponível, incluindo bolsa de gelo e banho frio, se necessário.
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA
SÓ PODE SER VENDIDO COM RETENÇÃO DA RECEITA

Número do Lote, Data de Fabricação e Prazo de Validade: Vide Cartucho/Caixa
Reg. MS N.º 1.0298.0023
Farm. Resp.: Dr. Joaquim A. dos Reis - CRF-SP N.º 5061

SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente): 0800-7011918

CRISTÁLIA Produtos Químicos e Farmacêuticos Ltda.
Rodovia Itapira-Lindóia, km 14 - Itapira - SP
CNPJ N.º 44.734.671/0001-51
Indústria Brasileira

REVISADO EM 21/09/01

I

Para apalpar as intimidades do mundo é preciso saber:
a) Que o esplendor da manhã não se abre com faca
b) O modo como as violetas preparam o dia para morrer
c) Por que é que as borboletas de tarjas vermelhas têm devoção por túmulos
d) Se o homem que toca de tarde sua existência num fagote, tem salvação
e) Que um rio que flui entre dois jacintos carrega mais ternura que um rio que flui entre dois lagartos
f) Como pegar na voz de um peixe
g) Qual o lado da noite que umedece primeiro
etc
etc
etc
Desaprender oito horas por dia ensina os princípios

Manoel de Barros. O livro das ingnorâças. Rio de Janeiro: Record, 2007. p 9

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segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Ócio...




sábado, 25 de outubro de 2008

Cia 25-10-08

Atriz está presente falando sobre si. Tem disponíveis cigarros, fósforos, velas e cinzeiro para a improvisação. Ator entra, delimita o espaço da atriz à giz, conduz o público a sentar, se senta e espera. Conta o tempo. Ao fim de 5 minutos ator se levanta, apaga o espaço delimitado e conduz o público a sair.

Caminhão



Tomara que tudo passe. Passagem de tempo. Caminho percorrido. Absoluto objetivo alcançado. Saltando de caminhão em caminhão pra chegar no fim da estrada.


Morrer foi interessante. Morrer me fez ter o último banho, a última refeição. A última roupa. A última canção. Despedidas. Sorrir de coisas pequenas. E chorar de saudade das coisas que ainda tinha. Acho que devia morrer todo dia. Pra sentir falta e apego por tudo. Pra sentir carinho dos momentos que só lembrava ódio. Pra sentir presente quem sempre está e não está. Pra sentir, me sentir. Não perceber que estão de longe. Pra dar o último beijo. Pra querer e não conseguir dar o último abraço. Pra saber que lá vem o Sol, tururu. Se eu morri nessa segunda e ainda estou de pé significa que vivo, por mais óbvio que isso possa parecer. Vivo e sorrio pra quem me faltou. E talvez eu lembre que domingo nem sempre é dia de despedidas. Eu não escrevi a última carta, por exemplo. Quem escreveu foi Manuel, Maneco. Ele já disse. Domingo é dia de intensidade, mesmo que doa. Viver realmente e clichemente achando que é o último dia de vida é bem valioso. Passei muito tempo no limbo e não foi nada bom. Queria pedir desculpa por quem se preocupou. Queria dizer a verdade pra quem sabe meia história. Queria manter segredo pra quem sabe da história toda. Foi assim. Passou. E agora eu tô aqui, esperando, esperando, esperando.

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música ambiente

se um dia fores embora te amarei bem mais do que essa hora e lembrarei de tudo que eu não disse de quando havia tudo que existe quando choramos abraçados e caminhamos lado a lado por favor amor me acredite não há palavras pra explicar o que eu sinto mesmo que tenhamos planejado um caminho diferente tenho mais do que eu preciso estar contigo é o bastante certas coisas de todo dia nos trazem a alegria de caminharmos juntos lado a lado por amor e quando embora não não chores por mim. renato russo.

Sentido - 2º tratamento

Direção e roteiro: Andreza Bittencourt

Arena vazia. Depois que o público entra. Música. Os atores vão aparecendo aos poucos. Cada um de um lugar diferente e inusitado. Caminham pelo espaço. Fazem perguntas formando um grande burburinho.

Por que o céu é azul?, O que faz a terra girar?, Por que a chuva cai em gotas e não de uma vez?, Quem inventou as palavras?, Cavalo poderia se chamar “sabiá” e sabiá se chamar “cavalo”?, Por que os bons morrem cedo?, Deus criou o mundo?, Existe inferno? Quem o criou?, Pra onde vão os dias que passam?

Essa caminhada vai aos poucos, junto com o movimento da música diminuindo o espaço e acelerando. O burburinho acompanha. Até que o espaço se reduz ao máximo e os atores continuam passando uns pelos outros. O burburinho aumenta. A música sai. Depois que a música sai o burburinho diminui e desaparece, junto com a saída dos atores.

Off – Tudo isso tem sentido, tem sentido tudo o que aparentemente não tem sentido, e tem sentido tudo o que realmente não tem sentido. Sei que estamos todos aqui pra sempre, desde sempre. Nada muda aqui desde que estou aqui, mas não me atrevo a concluir que não venha a mudar nunca.

Aqui sentado e, como sempre, sem tudo o que se precisa, encarar o sentido. Sentido. Esta notável palavra em português que, beirando o poético, possibilita uma variada gama de significados.

Déborah entra correndo pára no meio da arena.

Déborah- Há certas coisas que eu preferiria dizer. Há outras que eu preferiria calar. Há outras que eu preferiria dizer. Agora não sei se digo as coisas que eu preferiria calar ou se calo as coisas que preferiria dizer.

Off – Com o fim de falar. Começamos a falar como se pudéssemos parar, querendo. É assim mesmo. A busca do meio de fazer cessar as coisas, calar sua voz, é que permite o discurso continuar. Segundo o novo dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, são 18 as significações que o termo sentido carrega em nosso idioma, afora algumas mais, advindas de expressões compostas com outras palavras.

Déborah - Uma imagem bonita seria: o cão vermelho passeia suas patinhas no gramado molhado. Ou então: o cão verde passeia suas patinhas no gramado vermelho. O gramado vermelho recebe as patinhas molhadas do cão. Verde. Molhado.

Off - Não tenho, portanto que inquietar-me. Apesar disso estou inquieto.

Não houve lugar em minha vida para outra coisa... Eu não parei nunca. As paradas que fiz não contam. Era pra poder continuar. Tenho que continuar, como se houvesse alguma coisa a fazer, alguma coisa já começada, alguma parte aonde ir. Tem sentido tudo o que aparentemente não tem sentido, e tem sentido tudo o que realmente não tem sentido.

Música. Todos entram com suas maçãs. Olham a maçã sedentos em devorá-la.

Sthéphanie - uma miríade de impressões que o corpo ordena.

Todos comem a maçã. Só se escuta o som das mordidas.

Amanda – Música! Música!

Todos - Música! Música!

Ao longo do texto abaixo forma-se um bolo de pessoas. Um querendo passar pelo outro. Confusão. Pausas. Ao final do texto todos dispersam.

Amanda – Onde fica o coração disso tudo? Será que é o coração que bombeia, faz tudo isso circular?...O coração de tudo isso está no fundo do ventre nos músculos do ventre. São esses mesmos músculos do ventre que, comprimindo as tripas ou os pulmões, servem para defecar ou acentuar a palavra. Não adianta bancar o inteligente, tem é que botar os ventres, os dentes, as mandíbulas pra trabalhar.

Sthéphanie aparece de dentro no armário. Acende a luminária. Observa o público. Um pouco assustada.

Sthéphanie - Meu primeiro dia em meu novo apartamento. Acordei e levei um tempo para assimilar onde estava. Achei que tivesse bebido e dormido num lugar do qual não lembrava, mas não, percebi que era na verdade um sonho, um sonho realizado. Agora tenho meu apartamento próprio, meu próprio apartamento. Tenho próprio, apartamento tenho, próprio, próprio, meu, meu, meu.

A minha sala. Uma sala só minha. Minha só sala tinha! O quarto, o banheiro, a cozinha, as portas, a janela, o chão, o teto, as paredes, tudo só meu e de ninguém mais. Nem me desanimei por ter que desencaixotar, desembrulhar e arrumar tudo, até porque, não tinha tanto lugar assim pra colocar as coisas.

Enquanto fazia a arrumação já imaginava em fazer algo para apresentar minha casa a todos. Mas acho que terei que dividir em grupos, caso contrário não haverá nem espaço, nem lugar para todos sentarem. O que me interessa eu tenho: uma casa minha própria tenho sala cozinha teto minha. O que mais preciso para ser feliz?

Corta para a cena da Amanda vendo televisão com o aparelho de abdominal. Raquel aparece pela porta de trás.

Raquel - Detesto entrevistas de emprego. É ridículo tentar descobrir defeitos e qualidades das pessoas em menos de 30 minutos de entrevista. Entrevistar mais de uma pessoa ao mesmo tempo, então, só demonstra se a pessoa é comunicativa ou tímida, e ainda assim é relativo! Sem contar as perguntas enigmáticas que eles fazem... “O que você faria na situação tal?” “Se acontecesse isso, isso e isso, como você reagiria?” Posso inclusive me ver numa situação e dizer como eu gostaria de agir se tal coisa acontecesse. Como eu gostaria de agir, não significa que eu agiria desta forma...

Só que eles querem saber como eu reagiria... Qual animal eu seria? Essa pergunta é ótima! Lógico que seria uma águia! Porque águia é uma boa resposta! Águia é um animal soberano, que voa, que tem olhos que enxergam longe! Eu amo lagartixa! Se eu falo que gostaria de ser uma o que eles pensariam de mim? Adoro aquela: “Me cita três defeitos seus”. Eles acham que alguém vai se definir como?

Amanda – Eu sou muito maconheiro e minha mãe quer que eu me ocupe pra largar essa vida.

Cremida – Eu tenho um plano pra matar a lucinha do andar de cima. Quer ver?

Dri – Eu tenho um primo que mora nos EUA e daqui eu posso falar com ele de graça. Não é ótimo?

Déborah – Eu to afim do Marquinhos, da recepção, preciso ficar mais próxima dele.

Manu – Eu tenho catalepsia.

Raquel - Na verdade, li uma estatística que diz que o as pessoas vêem em você é quase 50% diferente do que você pensa sobre você mesmo. Desta forma como eu posso me definir, se a minha definição não será a definição definitiva das próprias pessoas do meu convívio. Então na hora dessas perguntas enigmáticas eu parto para defeitos que podem ser considerados qualidades também, tipo... “Sou exigente demais, muito observadora, detalhista, e ansiosa.” Talvez ansiedade faça com que o candidato seja mais competente naquilo que faz. Demonstra pressa. Pressa nos dias de hoje é bom para o empregador. O importante é fazer o trabalho no tempo determinado. Qualidade é bom, mas fazer o trabalho é melhor! Sei lá!

Rubens - Ligo para Receita Federal. A telefonista atende. Eu digo: Preciso falar com o delegado da Receita Federal... . Pergunta a telefonista: Quem gostaria? Respondo: Gostaria? Eu não disse que gostaria. Na verdade eu não gostaria. Eu preferiria não ter que falar sobre imposto de renda. Eu só disse que preciso falar com o delegado mesmo sem gostar.

Apresentei-me à recepcionista da empresa e disse: Sou Rubem Rodrigues. Tenho uma entrevista marcada. Ela me olhou e perguntou: De onde? Levantei o meu braço em curva e, com o indicador, apontei verticalmente para o cocuruto da minha cabeça e lhe disse: Daqui. Eu poderia ter dito: Da rua Frei Antônio de Pádua, 1521. É no bairro Guanabara, Campinas. Conhece?

Taís - Havendo Deus colocado limites precisos à nossa inteligência é profundamente lamentável que ele não tenha estabelecido limites para nossa estupidez.

Manu - Aviso aos navegantes: serei crítica e radicalista. O colégio é ambiente de socialização, dizem. É também onde você aprende as coisas inúteis que vai usar o resto da vida. Sem dúvida, a grande ilusão que temos é de conseguir desenvolver e/ou aprimorar talentos entre as quatro paredes da sala de aula. Militar ou não, escolas criam soldados. Durante os mais de quinze anos de instrução muitos nadam contra a maré, tentando não afogar uma vocação ou um dom. O que me irrita é ter que saber Bhaskara, se nem cursando matemática avançada na faculdade eu vou usá-la. E eu não estou brincando! Perguntem ao matemático que me contou.

Taís – Avestruz!!!!!! Falam muito mal dos avestruzes injustamente. Seus detratores, movidos por motivos inconfessáveis, declaram que aquelas aves são de estupidez sem paralelo. Dizem que elas, ao se defrontar com um leão, enterram suas cabeças na areia. Se assim eles se comportam é porque devem ser adeptos de uma antiga filosofia que afirmava que “ser é perceber”. Raciocinam os avestruzes: se não percebo o perigo, o perigo não existe para mim. (Traduzido popularmente: “Aquilo que os olhos não vêem , o coração não sente”). Continua o pensamento dos avestruzes: “Posso, assim, me comportar como se ele não existisse, desde que continue com a cabeça enterrada na areia”. Tudo estaria bem se o leão não fosse de verdade. E o resultado é que o avestruz acaba na barriga do leão... Estupidez igual eu somente encontrei em exemplares da espécie Homo Sapiens a que pertencemos. Acham que não percebendo a coisa não existe. Havendo Deus colocado limites precisos à nossa inteligência é profundamente lamentável que ele não tenha estabelecido limites para nossa estupidez. Agora lembrei! Veio-me a memória essa frase ao pensar em leitura dinâmica.

Cena dos comerciais. Cena frenética.

Atriz – Ler rapidamente com retenção total! Por que gastar um mês lendo Grande Sertão – Veredas se com as técnicas de leitura dinâmica você poderá lê-lo em uma hora?

Atriz – A vida moderna corre rápida. Não há tempo para vagarezas. Ler dinamicamente é muito importante no preparo para o vestibular.

Atriz – Quem anda devagar fica para trás.

Taís – Sugiro que a filosofia da leitura dinâmica seja também aplicada a outras áreas.

Atriz – Sexo dinâmico. Por que perder tempo gastando uma hora fazendo amor se com a técnica do sexo dinâmico tudo se realiza em dois minutos?

Atriz – Comer dinamicamente! Quanto tempo se perde nas refeições! Com a técnica da comida dinâmica um jantar termina em cinco minutos.

Atriz – Música dinâmica! A Nona Sinfonia pode ser ouvida em dois minutos!

Atriz – Durma também dinamicamente! Você terá muito mais tempo para fazer outras coisas!

Déborah – Milagre dinâmico! Esse existe há muito tempo!!!!!!!!!! Muito antes da leitura dinâmica.

Anote essa data 19 de abril, dia de santo Expedito. Expedito quer dizer “aquele que resolve problemas com presteza”. É o santo milagreiro de minha devoção porque atende o pedido por um milagre no dia em foi feito. Sendo assim, não entendo por que os outros santos milagreiros ainda têm devotos. Prefiro soluções rápidas. Com tal presteza, é certo que os devotos dos santos vagarosos acabarão por aderir ao santo Expedito.

Todos – Santo Expedito, Santo Expedito, Santo Expedito.

Todos – Amém!

PAI (Amanda) - Vamos , vamos começar ... hoje estamos todos reunidos em pró do espírito natalino. Agora daremos início ao nosso tradicional amigo oculto. O meu amigo oculto trai minha filha há dois anos e só ela não enxerga isso !

FILHA (Déborah) - (levanta e grita) Armando !!

PAI - Acertou meu filha.

ARMANDO (Rubens) - (recebe o presente) Obrigado, obrigado... Bem, a minha amiga oculta é uma pessoa que eu gosto muito, muito, em todos os sentidos ela é uma gracinha....

FILHA - ( levanta e grita) Inês !! (esposa de Armando)

ARMANDO - Não, é a Maria (empregada da família).

MARIA (Sthéphanie) - (recebe o presente)Obrigada ,obrigada (pisca para Armando). Bem, o meu amigo oculto está me devendo 300 reais...

MÃE (Dri) - (um pouco sem graça) Sou eu (recebe o presente e demonstra-se insatisfeita). O meu amigo oculto é uma adolescente um pouco rebelde, drogada... e já foi até presa...

FILHA - Aeee valeu mãe !! ( dá um tapa nas costas da mãe). A minha amiga oculta é...(faz um gesto de chifruda).

TODOS: Inês !!

INÊS - (recebe o presente )Aii, que presente horrível ! O meu amigo oculto é uma pessoa um pouco mau humorada mas que admiro muito... (pausa, todos estranham o elogio, mas acabam se emocionando)... admiro sua coragem de correr da polícia quando é pego roubando, sua cara de pau de andar com a cabeça erguida mesmo devendo até a alma. Ele é o meu pai!!

PAI - (recebe o presente)Obrigado filha. Agora é a hora daquele abraço caloroso, afinal somos uma família não é mesmo?

Todos se olham meio sem graça e ao mesmo tempo desconfiados , mas acabam se abraçando... o abraço acaba virando um show de beliscões, mordidas enfim um show de agressões

Toque de telefone. Os atores saem de cena e entram duas atrizes.

Margarida: (estaca) ACONTECEU! Juro!

Telefone toca 4 vezes.Sente uma dor aguda no coração a cada toque.

Margarida: Alô...

Constança: Por obséquio, por favor, pode chamar ao aparelho para mim a Flávia? Meu nome é Constança.

Margarida: Madame Constança, sinto lhe informar que nesta casa não vive ninguém com o nome de Flávia, sei que Flávia é um nome muito romântico, mas é que não tem aqui nenhuma, que é que eu posso fazer?

Constança: Mas essa não é a rua General Isidro?

Margarida: É, sim, mas que número de telefone pediu? Asseguro-lhe que moro aqui há exatamente trinta nos, quando nasci, e nunca houve nesta casa nenhuma jovem chamada Flávia!

Constança: Jovem, coisa alguma, Flávia é um ano mais velha que eu e se esconde à idade isso é problema dela!

Margarida: Talvez não esconda a idade, quem sabe, Madame Constança.

Constança: Que esconde, lá isso esconde, mas pelo menos faça-me o favor de lhe dizer que atenda logo o aparelho e já!

Margarida: Eu... eu... eu estava tentando lhe dizer que nossa família foi a primeira e única moradora desta casinha e lhe afianço, juro por Deus, que nunca morou aqui nenhuma senhora Flávia, e não estou dizendo que a senhora Flávia não existe, mas aqui, minha senhora, aqui -não e-x-i-s-t-e...

Constança: Deixe de ser grosseira, sua sirigaita! Aliás como é o seu nome?

Margarida: Margarida Flores do Jardim.

Constança: Por quê? Há flores no jardim?

Margarida: Ah, ah, ah, a senhora tem bom humor! Não, não há, flores no jardim mas é que meu nome é florido.

Constança: E isso adianta alguma coisa?

Silêncio.

Constança: Adianta ou não adianta, enfim?

Margarida: É que não sei responder porque nunca tinha antes pensado nisso. Só sei responder coisas que já pensei.

Constança: Então faça uma forcinha e mentalize o nome de Flávia e verá que saberá responder.

Margarida: Estou mentalizando, estou mentalizando... Ah, encontrei! O nome de minha empregada de criação é Augusta!

Constança: Mas, criatura de Deus, estou perdendo a paciência, não é de empregada de criação que quero, é Flá-vi-a!

Margarida: Não quero parecer grosseira, mas minha mãe sempre disse que as pessoas insistentes são mal-educadas, desculpe!

Constança: Mal-educada? Eu? Criada em Paris e Londres? Você ao menos sabe francês ou inglês, só para praticarmos um pouco?

Margarida: Só falo a língua do Brasil, minha senhora, e creio que é tempo da senhora desligar porque há essa hora meu chá deve estar gelado.

Constança: Chá às três horas da tarde?

Margarida: O chá é porque eu não tinha o que fazer... Madame Constança. E agora eu lhe imploro em nome de Deus que não me torture mais, imploro de joelhos que desligue o telefone para eu acabar de tomar meu chá brasileiro.

Constança: É, mas não precisa choramingar por isso, Dona Flores, minha única e pura intenção era falar com Flávia para convidá-la para um joguinho de bridge. Ah! Tive uma idéia! Já que Flávia saiu, por que é que você não vem à minha casa para umas carteadas a dinheiro baixo? Hein? Que acha? Não se sente tentada?

Margarida: Meu Deus, não sei jogar jogo nenhum.

Constança: Mas como não?!

Margarida: É isso mesmo. É como não.

Constança: E a que se deve essa falha na sua educação?

Margarida: Meu pai era estrito: na sua casa não entravam vícios de baralho.

Constança: Seu pai, sua mãe e Augusta eram muito antiquados, se me permite dizer e acho que...

Margarida: Não! Não lhe permito dizer! E quem vai desligar o telefone sou eu mesma, com licença de sua madame (deixou o telefone fora do gancho).

Sinal de ocupado. Música. Abraços, brigas, brincadeiras, gargalhadas, choros. Exaustos caem no chão)

Amanda - A cada dia que passa mais e mais o nó cresce a vontade de explodir em gestos e palavras e encantos e em poesia cresce e cresce sem fim... são milhões de imagens, sons, cores, cheiros, gostos, sensações, sublimações, olhares,

Manu- Debaixo das horas eu constantemente estou...isso porque não quero estar acima (das horas)

Amanda – Sei.

Manu-Quem assim se encontra, obviamente é pálido e possui asas compridas.

Amanda – O que você quer dizer com isso?

Manu- Quem parou de nadar afobado e desesperadamente por debaixo do tempo. Aquele que bóia descorado, com os ossos levemente arqueados e desconstruídos.

Amanda - Olha, eu necessito muito ser e estar ao mesmo tempo, para que, o mesmo tempo, não desabe sobre mim e me torne um balão murcho; eu preciso...simplesmente porque preciso.

Manu - E os segundos?

Amanda - me doem os segundos, um após o outro, um após o outro, sem fim nem explicações...

Manu - Temos um motivo sério e cabível para continuar...simplesmente continuar.

Amanda - Dentro do algo que me toca existe um vazio que a cada instante me corporifica dentro de mim, esse vazio é fundo e presente, é dentro e fora do que sou,

Manu - Tudo para e continua, é recortado e colado continuamente; e tudo para e continua, para e continua, mas eu sigo ileso e intocado por tudo.

Amanda - Tenho tanta coisa que preciso sempre ter cada vez mais.

Manu - Preciso do algo que me toca, das flores que me cheiram, do mundo que me gira, dos lábios que me falam, das cinzas que me queimam, dos ombros que me encolhem,

Amanda - das facas que me cortam, dos mortos que me escutam, dos cílios que me piscam, das placas que me acenam, das ruas que me correm, dos sonhos que me acordam, dos livros que me entendem, dos cegos que me enxergam,

Manu - das luas que me apagam, da pele que me sente, dos cheiros que me acolhem, dos olhos que me olham, dos braços que me abraçam, das bocas que me beijam, da vela que me acende...

Amanda - continuar...simplesmente continuar.

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Não vou dizer ainda

Há sempre a linda esperança de dizer. E por isso continuamos falando. Sempre continuar, simplesmente por continuar.

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sexta-feira, 24 de outubro de 2008

VP

Quão feliz estou por ter partido, grande amigo. O que é o coração dos homens?
(Werher - Goethe)

De repente, a felicidade se esvai e sobra o pó dos sonhos. Os olhos, tantas vezes lembrados, esquecem-se de estarem fechados. E corre a pálpebra sombria da realidade. Os sonhos, porque passam, são lembrados de forma passageira, de forma que o tempo se ocupa de apagar. Porém, nas retinas fatigadas, encontra-se a visão da pura essência. Encontram-se, sob as cinzas dos sonhos, o alicerce para a construção do palco, montado para a grande farsa de inverno-verão. Os únicos espectadores são os que atuam, e os que atuam não sabem de nada.

E então, as falas se improvisam, enrolando-se com a realidade e com os desejos dos atores. Mas tudo acaba. Cerram-se as cortinas, abrem-se os olhos.


E eu nem tinha lido Sinisterra ou Bogart. Isso foi no dia 1º de março de 2001.

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quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Volta

Decidi no momento de ir
Que quem vai pode voltar
Dormi por mais de dia
Sem ninguém questionar, notar.
Voltei com dor.
Com angústia.
Andando arqueada.
Bebendo água demais.
Sentindo nojo na boca.
Mas voltei.
E ainda pretendo ir.
E vou.
Quando der.
Sem avisar mais ainda.
Sem sentar.
Sem esperar.
Sem questionar o depois.
Ela nasceu no dia do medo
Na hora de ter coragem.
E esqueceu.

Postagem roubada


Amanda é a pessoa mais uou! que conheço. A gente estudava junta, fofocava junta, ria junta. Na verdade, ainda fazemos isso, mas com muito menos freqüência.

Por que estou utilizando um post inteiro só pra falar dela? Porque ela está entre as pessoas que mais admiro. Quando estiver lendo isso, provavelmente vai dizer "aaaaiiiihhhh Mari!!", dando aquele sorriso de fechar levemente os olhos.

Tem gente que diz que ela é doida. Eu também digo isso. Mas na verdade, ela é hiper carinhosa, consciente, determinada, "mãe", inteligente e gosta loucamente de Tom Zé e Los Hermanos . Também é uma das poucas pessoas com as quais me sinto à vontade pra falar e fazer determinadas coisas. É com ela que vou pra balada dançar trance de olhos fechados e fazer passos engraçados (como fazer quadrados com as mãos).

Amanda gosta de gatos e gravou toda a trilha sonora de "Hair" pra mim. Tem paciência com minhas lerdezas e minhas indecisões. Amanda tem coragem. Amanda tem nome artístico. Amanda é Doria. "A Doria Manda". E manda muito. Amanda é atriz e diretora da vida cujo roteiro ela mesma faz e muito bem feito. Amanda peita o que muita gente tem medo. Amanda é forte, apesar de às vezes não acreditar muito nisso. Mas ela sabe. Amanda é Magalha e gargalha do que dá errado.

E Amanda é importante pra mim. Amanda é uma das raras criaturas que me fazem chorar de saudade. Amanda é a cereja do topo do sorvete de flocos. Amanda é assim. Quem conhece, se apaixona perdidamente e não consegue mais dormir em paz.

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Hoje apresentei uma cena na faculdade e o professor, entre outros comentários, disse que eu não estava entregue a uma das personagens, que era uma mulher. Disse que eu sou muito sensível e que não deixei minha sensibilidade escorrer, me boicotei. Falamos mais sobre isso e percebemos que, como o trabalho era a partir de um método do Stanislavski, de construção, a minha forma de construir estava explícita: eu não brinco com o texto ous eja lá o que for de cara, eu não me arrisco. Eu sou técnico, às vezes inconscientemente técinco, se isso for possível. Eu me corrijo o tempo inteiro e muitas vezes me prejudico, como se eu estivesse sempre me controlando, tentando acertar. Não me dou o direito de errar, e isso, para o início de uma pesquisa é péssimo.
Quis me porlongar, mas me detive. Na verdade eu sei que não me dou o direito de errar porque não tenho confiança nas pessoas. E porque me lembro que quem entra em cena tem 1 metro e 57 e pesa menos de 50 quilos. Não consigo me dar o direito de errar. Na verdade o que eu trago dentreo de mim é uma vontade de ser maravilhoso em tudo, de ver o que eu faço sendo maior do que o que sou. Me perdoem essa postagem tão megocêntrica, isso mexeu muito comigo, a forma como eu estou em cena. Disseram também que tenho uma presença muito forte fora de cena e em cena e que a presença às vezes é maior que a personagem e isso se não for bem trabalhado não é bom. É a dor que eu carrego. Eu escondo tanto tanto no camarim que não consigo disfarçar no palco.

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segunda-feira, 20 de outubro de 2008

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Cida: Pão integral

3-xicara de farinha comum,3- xicara de farinha integral
2-xicara de agua morna
1- tablete de fermento p/ pão
1/2-xicara de óleo
1-colher (rasa) de sal e 2-colheres (rasa) de açúcar

Numa bacia,coloque o sal,açúcar,óleo,fermento e a água, por útimo a farinha comun e a integral.
sovar por 15 minutos, deixe descansar por uma hora.Sovar por mais 15 minutos.Modelar o tamanho desejado ou colocar numa forma p/pão dividir em dos pedaços.Leva no forno baixo por 15 minutos e mais 15 minutos no forno alto.Se quiser,pode colocar na massa uma (xicara) de gergilim ou linhaça.

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domingo, 19 de outubro de 2008

A morte absoluta

Morrer.
Morrer de corpo e de alma.
Completamente.

Morrer sem deixar o triste despojo da carne,
A exangue máscara de cera,
Cercada de flores,
Que apodrecerão – felizes! – num dia,
Banhada de lágrimas
Nascidas menos da saudade do que do espanto da morte.

Morrer sem deixar porventura uma alma errante...
A caminho do céu?
Mas que céu pode satisfazer teu sonho de céu?

Morrer sem deixar um sulco, um risco, uma sombra,
A lembrança de uma sombra
Em nenhum coração, em nenhum pensamento,
Em nenhuma epiderme.

Morrer tão completamente
Que um dia ao lerem o teu nome num papel
Perguntem: "Quem foi?..."

Morrer mais completamente ainda,
– Sem deixar sequer esse nome.


Não é ele..
Não é ela..
Não é aqui...
Não é lá..

Clichê

20 ANOS BLUE
(Sueli Costa e Vitor Martins)

Ontem de manhã quando acordei
Olhei a vida e me espantei
Eu tenho mais de vinte anos

Eu tenho mais de mil perguntas sem respostas
Estou ligado num futuro blue

Os meus pais nas minhas costas
As raízes na marquise
Eu tenho mais de vinte muros

O sangue jorra pelos furos
Pelas veias de um jornal
Eu não te quero, eu te quero mal

Essa calma que inventei, bem sei
Custou as contas que contei
Eu tenho mais de vinte anos

E eu quero as cores e os colírios, meus delírios
Estou lugado num futuro blue

Os meus pais nas minhas costas
As raízes na marquise
Eu tenho mais de vinte muros

O sangue jorra pelos furos
Pelas veias de um jornal
Eu não te quero
Eu te quero mal

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quinta-feira, 16 de outubro de 2008

o mais banal é essencial

1. Ela dorme
2. "Baby... baby... eu sei que é assim..."
3. Didáááática
4. beijosvisicula quer dizer beijos visicula
5. Ocupando bem o vácuo do meu dia
6. "Ah bruta flor bruta flor"
8. "No oitavo andar onde tudo é um"
9. Outubro

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quarta-feira, 15 de outubro de 2008

beijosvisicula

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terça-feira, 14 de outubro de 2008

Cia 14-10-08

Ator Falante está sempre falando e caminhando. Ator Ouvinte está deitado, reage ao Ator Falante. Ator Ouvinte não pode sair da área de encenação e tem disponíveis para a improvisação cigarros, fósforos e velas.

Voz: (caminhando em volta da arena):
Simplesmente as coisas não são do seu lado. Pensa uma bobagem, até sua pequena cara é de lado. Em esquina. Nem pense se é bonita ou feia. Você é óbvia.
Sempre há alguma coisa pela qual se guiar e arrumar. Você diz falando de si, Ela fala de si mesma falando de outro. Também se inventa, pela companhia. Quanto a você (pausa) ela se guia pelo fato de não ser casada, de ter a mesma empregada desde que nasceu, de ser uma mulher de trinta anos de idade, pouco batom, roupa pálida... e que mais? Evite depressa “o que mais” pois a essa pergunta cairia num sentimento muito egoísta e ingrato: você se sentiria só, o que era pecado porque quem tem Deus nunca está só. Tinha Deus, pois não é a única que o tem? Tem?
Ela costuma contar as coisas, por uma espécie de mania de ordem, afinal inócua e até divertida. Acha consolo nos números. Parte de um certo ritmo cardíaco e calcula quantas batidas por dia. Por semana. Por mês. Por ano. E, calculando um certo tempo de vida, por toda a vida. Até a última batida.
Madame Constança, sinto (pausa) sente lhe informar que nesta casa não vive ninguém com o nome de Flávia, sei (pausa) sabe que Flávia é um nome muito romântico, mas é que não tem aqui nenhuma, que é que eu (pausa) você pode fazer? Não sei (pausa) sabe responder porque nunca tinha antes pensado nisso. Só sabe responder coisas que já pensou.
Será que uma vez os tão longos dias terminem? Assim devaneio calma, quieta. Devaneia calma, quieta. Será que a morte é um blefe? Um truque da vida? E assim é.
Não creio, eu não creio, mas tenho sim energia. Quem manda estar gorda? Quanto a ela é uma mulher de 26 anos, gorda sedentária que vive até hoje na casa da mamãe, mas espera mudar muito em breve. Logo dará o pé. Também sou pálida, branca, muito branca, mais e aí? Respiração. Estou suando e depois? Depois, sempre depois, só não terminarei tomando pílulas pelo amor de Deus. Amo Clarice Lispector mesmo não sendo para falar dela, sempre falo dos outros para não falar de mim. Diz falando de si, Ela fala de si mesma falando de outro.
Era um cigarro de marca cara, desse fumo louro, cigarrilha estreita e comprida, qualidade social de uma pessoa que não era por acaso ela. Você. Aliás, por mero acaso, não é muitas coisas. E por mero acaso havia nascido. E depois? Depois. Depois. Pois então. Assim mesmo. Não é? Assim mesmo havia já chegado de assim era.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Cia 7-10-08

Ator Falante está sempre falando e caminhando, segura uma vela. Ator Ouvinte está deitado, reage ao Ator Falante. Ator Ouvinte não pode sair da área de encenação e tem disponíveis para a improvisação cigarros, fósforos e velas.

Voz: (caminhando em volta da arena):
Simplesmente as coisas não eram do seu lado. Pensou uma bobagem, até sua pequena cara era de lado. Em esquina. Nem pensava se era bonita ou feia. Ela era óbvia.
Sempre há alguma coisa pela qual se guiar e arrumar. Diz falando de si, Ela fala de si mesma falando de outro. Também se inventa, pela companhia. Quanto a ela mesma, ela se guiava pelo fato de não ser casada, de ter a mesma empregada desde que nascera, de ser uma mulher de trinta anos de idade, pouco batom, roupa pálida... e que mais? Evitou depressa “o que mais” pois a essa pergunta cairia num sentimento muito egoísta e ingrato: sentir-se-ia só, o que era pecado porque quem tem Deus nunca está só. Tinha Deus, pois não era a única que o tinha?
Ela costumava contar as coisas, por uma espécie de mania de ordem, afinal inócua e até divertida. Acha consolo nos números. Parte de um certo ritmo cardíaco e calcula quantas batidas por dia. Por semana. Por mês. Por ano. E, calculando um certo tempo de vida, por toda a vida. Até a última batida.
Madame Constança, sinto lhe informar que nesta casa não vive ninguém com o nome de Flávia, sei que Flávia é um nome muito romântico, mas é que não tem aqui nenhuma, que é que eu posso fazer? Não sei responder porque nunca tinha antes pensado nisso. Só sei responder coisas que já pensei.
Não tinha nenhuma má intenção. Foi buscar um copo. Abriu um dos vidros: tirou duas das pequenas pílulas. Tinha gosto de mofo e açúcar. Não notava em si a menor má intenção.
Eu desconfio que a morte vem. Morte? Será que uma vez os tão longos dias terminem? Assim devaneio calma, quieta. Será que a morte é um blefe? Um truque da vida? É perseguição? E assim é.
Não creio, eu não creio, mas tenho sim energia. Quem manda estar gorda? Quanto a mim sou uma mulher de 26 anos, gorda sedentária que vive até hoje na casa da mamãe, mas espera mudar muito em breve. Logo darei o pé, também sou pálida, branca, muito branca, mais e aí? Respiração. Estou suando e depois? Depois, sempre depois, só não terminarei tomando pílulas pelo amor de Deus. Amo Clarice Lispector mesmo não sendo para falar dela, sempre falo dos outros para não falar de mim.
Era um cigarro de marca cara, desse fumo louro, cigarrilha estreita e comprida, qualidade social de uma pessoa que não era por acaso ela. Aliás, por mero acaso, não era muitas coisas. E por mero acaso havia nascido. E depois? Depois. Depois. Pois então. Assim mesmo. Não é? Assim mesmo havia já chegado de assim era.

Psicose 4h48

Sarah Kane

Tradução Laerte Mello

(Um silêncio muito longo.)

- Mas você tem amigos.

(Um silêncio longo.)

Você tem muitos amigos.

O que é que você dá aos seus amigos que faz com que eles te apóiem tanto?

(Um silêncio longo.)

O que é que você dá aos seus amigos que faz com que eles te apóiem tanto?

(Um silêncio longo.)

O que é que você dá?

(Silêncio.)

- - - - -

uma consciência consolidada reside em um salão de jantar escurecido perto do teto de uma mente onde o chão se desloca como dez mil baratas quando um feixe de luz penetra como todos os pensamentos unidos em um instante de harmonia do corpo não tão repelente como as baratas compreendem uma verdade que ninguém nunca fala

Tive uma noite em que tudo foi revelado.

Como posso falar de novo?

a hermafrodita destruída que confiou só nela encontra a sala em prolífica realidade e implora nunca acordar do pesadelo

e estavam todos lá

cada um deles

e sabiam meu nome

como escapei feito um besouro ao longo das costas de suas cadeiras

Lembre da luz e acredite na luz

Um instante de claridade antes da noite eterna

Não me deixe esquecer

- - - - -

estou triste

sinto que o futuro é desesperançoso e que as coisas não podem melhorar

estou chateada e insatisfeita com tudo

sou um completo fracasso como pessoa

sou culpada, estou sendo punida

gostaria de me matar

costumo conseguir chorar mas agora estou além das lágrimas

perdi o interesse em outras pessoas

não consigo tomar decisões

não consigo comer

não consigo dormir

não consigo pensar

não consigo ir além da minha solidão, do meu medo, do meu desgosto

estou gorda

não consigo escrever

não consigo amar

meu irmão está morrendo, meu amor está morrendo, estou matando os dois

me desloco rapidamente em direção à minha morte

estou aterrorizada com a medicação

não consigo fazer amor

não consigo foder

não consigo ficar sozinha

não consigo ficar com outras pessoas

meus quadris estão muito grandes

não gosto dos meus órgãos genitais

Às 4h48

quando o desespero me visita

me enforco

com o som da respiração de meu amante

não quero mesmo morrer

me tornei tão depressiva por causa da minha mortalidade que decidi cometer suicídio

não quero mesmo viver

tenho ciúmes de meu amor adormecido e cobiço sua inconsciência induzida

Quando ele acordar vai ter inveja da minha noite sem dormir de pensamentos e discursos sem atrativos por causa dos medicamentos

Este ano renunciei a mim mesma pela minha morte

Alguns vão chamar isso de auto-satisfação

(eles têm sorte de não saber a verdade)

Alguns vão conhecer simplesmente a dor

Isso está se tornando minha rotina

- - - - -

100

91

84

81

72

69

58

44

38

42

28

12

7

- - - - -

Não foi por muito tempo, eu não estava lá por tanto tempo. Mas bebendo café amargo senti aquele cheiro medicinal em uma nuvem antiga de tabaco e algo me tocou naquele lugar ainda soluçante e um ferimento de dois anos atrás se abriu como um cadáver e uma vergonha longa e enterrada brandiu sua dor decadente e abominável.

Um quarto de faces inexpressivas que encaram com indiferença a minha dor, tão desprovidas de significado que deve haver uma intenção diabólica.

Dr. Isso e Dr. Aquilo e Dr Oqueéisso estavam apenas de passagem e acharam que poderiam entrar no quarto para gozarem da minha cara também. Queimando em um túnel quente de desalento, minha humilhação se completa por eu tremer sem razão e por tropeçar nas palavras e por não ter nada a dizer sobre minha “doença” que de qualquer maneira só vale para saber que não há significado em coisa nenhuma porque vou morrer. E estou em um beco sem saída levada por aquela voz suave e psiquiátrica da razão que me diz que há uma realidade objetiva na qual meu corpo e minha mente são uma coisa só. Mas não estou aqui nem nunca estive. Dr. Isso escreve e Dr. Aquilo tenta um murmúrio simpático. Me assistindo, me julgando, cheirando o fracasso e a paralisia que escorrem da minha pele, meu desespero me rasgando e o pânico me consumindo me encharcando enquanto eu no mundo boquiaberta de horror pensando por que todos estão sorrindo e me olhando com um conhecimento secreto da minha vergonha dolorida.

Vergonha vergonha vergonha.

Se afogando na sua vergonha de merda.

Médicos misteriosos, médicos sensatos, médicos excêntricos, médicos que você pensaria que estavam fodendo pacientes se não lhe mostrassem provas do contrário, fazem as mesmas perguntas, põem palavras na minha boca, oferecem curas químicas para angústias congênitas e cobrem os rabos um dos outros até eu querer gritar por você, o único médico que me tocou voluntariamente, que olhou nos meus olhos, que riu com humor mórbido com uma voz vinda de dentro do meu túmulo recém-aberto, que tirou um sarro da minha cara quando raspei minha cabeça, que mentiu e disse que era legal me ver. Que mentiu. E disse que era legal me ver. Confiei em você, amei você, e não é perder você que me machuca, mas sim sua falsidade fodida e descarada disfarçada em notas médicas.

Sua verdade, suas mentiras, não as minhas.

E enquanto eu acreditava que você era diferente e que você talvez até sentisse a aflição que às vezes oscilava pela sua face e ameaçava irromper, você estava cobrindo seu rabo também. Como qualquer outro mortal cuzão estúpido.

Na minha cabeça isso é traição. E minha cabeça é o tema desses fragmentos desorientados.

Nada pode extinguir meu ódio.

E nada pode restaurar minha fé.

Esse não é um mundo que eu deseje viver.

- - - - -

- Você fez algum plano?

- Tomar uma overdose, cortar meus pulsos depois me enforcar.

- Tudo isso de uma vez?

- E sem que fosse interpretado como um grito por socorro.

(Silêncio.)

- Não daria certo.

- Claro que daria certo.

- Não daria certo. Você se sentiria sonolenta por causa da overdose e não teria forças para cortar os pulsos.

(Silêncio.)

- Eu estaria em pé numa cadeira com uma corda enrolada no pescoço.

(Silêncio.)

- Se você estivesse sozinha você acha que você faria mal a você mesma?

- Estou muito assustada.

- Isso não seria uma defesa?

- Sim. É o medo que me mantém longe dos trilhos dos trens. Só espero de Deus que a morte seja mesmo a porra do fim. Me sinto como se tivesse oitenta anos de idade. Estou cansada da vida e minha mente quer morrer.

- Isso é uma metáfora, não é realidade.

- É como se fosse.

- Isso não é realidade.

- Não é uma metáfora, é como se fosse, mas ainda que fosse uma metáfora, a definição característica de uma metáfora é que ela é real.

(Um longo silêncio.)

- Você não tem oitenta anos de idade.

(Silêncio.)

Tem?

(Silêncio.)

Tem?

(Silêncio.)

Ou tem?

(Um longo silêncio.)

- Você despreza todas as pessoas infelizes ou só especificamente a mim?

- Eu não desprezo você. Você não tem culpa. Você está doente.

- Eu não acho.

- Não?

- Não. Estou deprimida. Depressão é ódio. É o que você fez, você que estava lá e você que está se culpando.

- E quem você está culpando?

- A mim mesma.

- - - - -

Corpo e alma nunca podem se casar.

Preciso me tornar quem já sou e bradarei para sempre esta incongruência que me mandou para o inferno

A esperança insolúvel não me mantém de pé.

Eu me afogarei na dysphoria

em uma lagoa negra fria de mim mesma

o fosso da minha mente irrelevante

Como posso voltar à forma

Agora que meus pensamentos formais se foram?

Não é uma vida que eu possa aceitar.

Eles me amarão por aquilo que me destrói

a espada nos meus sonhos

a poeira dos meus pensamentos

a doença que se reproduz nos cantos da minha mente

Todo elogio tira um pedaço da minha alma

Uma crítica expressionista

Nas cadeiras centrais entre dois bobos

Ele não sabem nada –

sempre andei livre

Continua numa longa linha de cleptomaníacos literais

(um tempo honrada tradição)

Roubo é um ato sagrado

Sobre uma trilha destorcida para expressar

Uma superabundância de pontos de exclamação escreve um eminente colapso nervoso

Uma única palavra na página e existe um drama

Eu escrevo pelos mortos

que estão por vir

Depois das 4h48 eu não devo falar mais

Alcancei o fim desse conto triste e repugnante

De um senso internado em uma carcaça alienígena

Inchada pelo espírito maligno da maioria que prega a moral

estive morta por um longo tempo

De volta às minhas raízes

canto sem esperança no meu limite

- - - - -

RSVP ASAP

- - - - -

Às vezes me viro e sinto seu cheiro e não posso seguir é uma porra e não posso seguir sem expressar essa dor física terrível tão fodidamente horrorosa e grandiosamente fodida que sinto por você. E não posso acreditar que posso sentir isso por você e você não sente nada. Você não sente nada?

(Silêncio.)

Você não sente nada?

(Silêncio.)

E saio às seis da manhã e começo minha procura por você. Se sonhei com uma rua ou um bar ou uma estação vou lá. E espero por você.

(Silêncio.)

Sabe, me sinto como se estivesse sendo manipulada.

(Silêncio.)

Nunca tive problemas na vida dando a outras pessoas o que elas querem. Mas ninguém ainda foi capaz de fazer isso por mim. Ninguém me toca, ninguém se aproxima de mim. Mas agora você me tocou em algum lugar tão fodidamente profundo que não consigo acreditar e não consigo fazer isso por você. Porque não consigo te achar.

(Silêncio.)

Como ela é?

E como vou saber que é ela quando eu conhecê-la?

Ela vai morrer, ela vai morrer, porra ela só vai morrer.

(Silêncio.)

Você acha que é possível uma pessoa nascer em um corpo errado?

(Silêncio.)

Você acha que é possível uma pessoa nascer em uma época errada?

(Silêncio.)

Foda-se. Foda-se. Foda-se por me rejeitar nunca estando lá, foda-se por me fazer me sentir uma merda, foda-se por sangrar a porra do amor e da vida, foda-se meu pai por ter fodido minha vida e foda-se minha mãe por não o ter deixado, mas acima de tudo, foda-se Deus por ter me feito amar alguém que não existe,

FODA-SE FODA-SE FODA-SE

- - - - -

- Ah querida, o que aconteceu com seu braço?

- Me cortei.

- Isso foi muito imaturo, procurar chamar a atenção desse jeito.

Te aliviou de alguma forma?

- Não.

- Aliviou sua tensão?

- Não.

- Te aliviou de alguma forma?

(Silêncio.)

- Te aliviou de alguma forma?

- Não.

- Não entendo por que você fez isso.

- Então pergunte.

- Aliviou sua tensão?

(Um longo silêncio.)

Posso ver?

- Não.

- Queria olhar, para ver se infeccionou.

- Não.

(Silêncio.)

- Achei que você teria feito isso. Muita gente faz isso. Alivia a tensão.

- Você já fez?

- ...

- Não. É um porra são e sensato. Não sei onde você leu isso, mas não alivia a tensão.

(Silêncio.)

Por que você não me pergunta por quê?

Por que cortei meu braço?

- Você quer me falar?

- Sim.

- Então fale.

- PERGUNTE

ME

POR QUÊ

(Um longo silêncio.)

- Por que você cortou seu braço?

- Porque me faz sentir bem pra caralho. Porque é bom pra caralho.

- Posso ver?

- Pode ver. Mas não toque.

- (Olha) E você acha que não está doente?

- Não.

- Eu acho. A culpa não é sua. Mas você tem que assumir a responsabilidade pelos seus atos. Por favor não faça isso de novo.

- - - - -

temo perdê-la sem nunca tê-la tocado

o amor me mantém escrava em uma gaiola de lágrimas

eu rôo minha língua de forma que nunca mais possa falar

sinto falta de uma mulher que nunca nasceu

beijo uma mulher por anos sem nunca termos nos encontrado

Tudo passa

Tudo perece

Tudo se torna enfadonho

meu pensamento se vai com um sorriso assassino

deixando uma ansiedade discordante

que grita na minha alma

Sem esperança Sem esperança Sem esperança Sem esperança Sem esperança Sem esperança Sem esperança

Uma canção para minha amada, tocando sua ausência

o fluxo do coração dela, o respingar do seu sorriso

Em dez anos ela ainda estará morta. Quando eu estiver vivendo com isso, lidando com isso, quando alguns dias se passarem quando eu nem sequer pensar mais nisso, ela ainda estará morta. Quando eu for uma velha senhora vivendo nas ruas esquecendo meu nome ela ainda estará morta, ela ainda estará morta, esta

porra

está acabada

e tenho que seguir sozinha

Meu amor, meu amor, por que você me abandonou?

Ela é o lugar confortável onde nunca deitarei e não tem sentido viver na luz da minha perda

Feita para ser sozinha

para amar a ausência

Me encontre

me liberte

disso

dúvida corrosiva

desespero fútil

horror em repouso

posso ocupar meu espaço

ocupar meu tempo

mas nada pode ocupar o vazio de meu coração

A necessidade vital pela qual eu morreria

Esgotamento nervoso

- - - - -

- Nada de ses ou mases

- Eu não disse se ou mas, eu disse não.

- Não poder dever nunca ter-quê sempre não será não deveria não deverá

Os inegociáveis

Hoje não.

(Silêncio.)

- Por favor. Não desligue minha mente na tentativa de me curar. Ouça e entenda, e quando sentir desprezo não expresse-o, pelo menos não verbalmente, pelo menos não para mim.

(Silêncio.)

- Não sinto desprezo.

- Não?

- Não. A culpa não é sua.

- A culpa não é sua, é tudo que eu ouço, a culpa não é sua, é uma doença, a culpa não é sua, eu sei que a culpa não é minha. Você me diz isso com tanta freqüência que estou começando a pensar que a culpa é minha.

- A culpa não é sua.

- EU SEI.

- Mas você a reconhece.

(Silêncio.)

- Reconhece?

- Não há uma droga sobre a terra que possa fazer a vida significar algo.

- Você reconhece este estado de absurdo desespero.

(Silêncio.)

Você o reconhece.

(Silêncio.)

- Não serei capaz de pensar. Não serei capaz de trabalhar.

- Nada interferirá mais em seu trabalho do que o suicídio.

(Silêncio.)

- Sonhei que tinha ido à médica e que ela tinha me dado oito minutos de vida. E ela tinha me deixado sentada na porra da sala de espera durante meia hora.

(Um longo silêncio.)

Tudo bem, vamos lá, vamos às drogas, vamos preparar a lobotomia química, vamos estancar as funções mais importantes do meu cérebro e talvez eu me torne mais fodidamente capaz de viver.

Vamos lá.

- - - - -

abstração até o limite do

desagradável

inaceitável

desinspirador

impenetrável

irrelevante

irreverente

incrédulo

impenitente

antipatia

deslocamento

desencarnado

desconstruído

Não imagino

(claramente)

que uma simples alma

podia

poderia

deveria

ou deverá

e se eles fizessem

não acho

(claramente)

que outro alma

uma alma como a minha

podia

poderia

deveria

ou deverá

não levar em conta

Sei que não estou fazendo

tudo muito bem

Nada de falantes de língua nativa

irracional

irredutível

irremediável

irreconhecível

descarrilhado

transtornado

deformado

livre de forma

obscuro ao limite do

Verdadeiro Certo Correto

Qualquer um ou Qualquer pessoa

Cada tudo todos

se afogando em um mar de lógica

esse monstruoso estado de paralisia

ainda doente

- - - - -

Sintomas: sem comer, sem dormir, sem falar, sem desejo sexual, em desespero, quer morrer.

Diagnóstico: Dor patológica

Sertraline, 50 mg. Insônia acentuada, forte ansiedade, anorexia, (perda de 17 kilos) aumento de intenções, planos e pensamentos suicidas. Interrompido seguido de hospitalização.

Zopiclone, 7,5 mg. Sonolência. Interrompido provoca falas sem sentido e movimentos desconectos. Paciente tentou deixar o hospital sem alta médica. Foi detida por três enfermeiros duas vezes maior que ela. Paciente ameaçador e não cooperador. Idéias paranóicas – acredita que os funcionários do hospital querem envenená-la.

Melleril, 50 mg. Cooperadora.

Lofepramine, 70 mg, dobrada para 140 mg, depois 210 mg. Ganhou doze kilos. Perda de memória recente. Nenhuma outra reação.

Discutiu com médico estagiário acusando-o de traição depois de ela ter raspado a cabeça e cortado os braços com lâminas de barbear.

Paciente inscrito em programa comunitário desobrigado de pagamento deu entrada em estado psicótico gravíssimo no pronto-socorro necessitando com urgência de leito hospitalar.

Citalopram, 20 mg. Tremores pela manhã. Nenhuma outra reação.

Lofepramine e Citalopram interrompidos depois de o paciente ter urinado devido aos efeitos colaterais e ausência óbvia de melhora. Sintomas após a interrupção: Tonturas e confusão. Paciente cai em demasia, desmaia e anda na frente de carros. Idéias desarranjadas – acredita que o especialista é o anti-Cristo.

Fluoxetine hydrochloride, nome fantasia Prozac, 20mg, dobrada para 40mg. Insônia, apetite irregular, (perda de 14 kilos) forte ansiedade, incapaz de atingir orgasmo, idéias homicidas em relação a vários médicos e fabricantes de drogas. Interrompidos.

Humor: Fodidamente raivoso.

Comportamento: Muito raivoso.

Thorazine, 100mg. Sonolência. Mais calma.

Venlafaxine, 75 mg, dobrado para 150 mg, depois para 225mg. Tontura, queda de pressão sanguínea, dores de cabeça. Nenhuma outra reação. Interrompido.

Paciente recusa Seroxat. Hipocondria – espasmos de piscar de olhos e forte perda de memória como evidência de dyskinesia tardia e demência tardia.

Recusa de mais tratamento.

Aspirina 100 e uma garrafa de Cabernet Sauvignon búlgaro, 1986. Paciente acordou numa piscina de vômito e disse “Durma com o cachorro e acorde cheio de moscas.” Fortes dores estomacais. Nenhuma outra reação.

- - - - -

Escotilha se abre

Luz opaca

a televisão fala

cheia de olhos

os espíritos da visão

e agora estou com medo

estou vendo coisas

estou ouvindo coisas

não sei quem sou

língua para fora

pensamento truncado

os colapsos inconstantes da minha mente

Onde começo?

Onde paro?

Como começo?

(Como se eu quisesse ir em frente)

Como eu paro?

Como eu paro?

Como eu paro?

Como eu paro?

Como eu paro? Uma etiqueta de dor

Como eu paro? Apunhalando meus pulmões

Como eu paro? Uma etiqueta de morte

Como eu paro? Espremendo meu coração

Vou morrer

ainda não

mas está lá

Por favor...

Dinheiro...

Esposa...

Todo ato é um símbolo

do peso daquilo que me esmaga

Uma linha pontilhada na garganta

CORTE AQUI

NÃO DEIXE ISSO ME MATAR

ISSO VAI ME MATAR E ME ESMAGAR E

ME MANDAR PARA O INFERNO

Te imploro para me salvar dessa loucura que me come

uma morte sub-intencional

Achei que nunca poderia falar de novo

mas agora sei que há algo mais obscuro do que o desejo

talvez me salve

talvez me mate

um assobio melancólico como um choro de um coração partido ao redor de uma vasilha infernal no teto da minha mente

um cobertor de baratas

pare essa guerra

Minhas pernas estão vazias

Nada a dizer

E esse é o ritmo da loucura

- - - - -

- Eu asfixiei os judeus, matei os curdos, bombardeei os árabes, fodi criancinhas enquanto imploravam por misericórdia, os campos de extermínio são meus, todos deixaram a festa por minha causa, vou sugar esses seus olhos de merda e mandá-los numa caixa para sua mãe e quando eu morrer vou reencarnar como uma criança só cinqüenta vezes pior e tão louca quanto toda sua vida de merda que vou fazer ser uma porra de um inferno EU ME RECUSO EU ME RECUSO EU ME RECUSO NÃO ME OLHE

- Está Tudo bem.

- NÃO ME OLHE

- Está tudo bem. Eu estou aqui.

- Não me olhe

- - - - -

Somos condenados

a párias da razão

Por que é que estou ferido?

tive visões de Deus

e isso deve passar

Preparem-se:

vocês serão partidos em pedaços

isso deve passar

Contemplem a luz do desespero

o fulgor da angústia

e serão levados à escuridão

Se há destruição

(deve haver destruição)

os nomes daqueles que ofendem devem ser gritados do topo dos edifícios

Temam Deus

e sua convocação perversa

uma caspa sobre minha pele, um fervilhar no meu coração

um cobertor de baratas onde dançamos

esse infernal estado de sítio

Tudo isso deve passar

todas essas palavras do meu respirar nocivo

Lembre da luz e acredite na luz

Cristo está morto

e os monges estão em êxtase

Somos os miseráveis

que destituímos nossos líderes

e queimamos incenso para Baal

Venham agora, vamos pensar juntos

A sanidade é encontrada na montanha da casa do Senhor no horizonte da alma que recua eternamente

A cabeça está doente, o coração dilacerado

Pisem o chão onde caminha a sabedoria

Abrace mentiras lindas –

a insanidade crônica do são

as violentas torções têm início

- - - - -

- Às 4h48

quando a sanidade vem me visitar

por uma hora e doze minutos fico em sã consciência.

Depois disso me vou outra vez,

uma boneca fragmentada, uma imbecil grotesca.

Aqui estou agora eu consigo me ver

mas quando estou encantada pela torpe ilusão da felicidade,

desse mágico repugnante e de sua máquina de feitiçaria,

não consigo tocar na essência do meu eu.

Por que é que você acreditou em mim naquela hora e agora não?

Lembre da luz e acredite na luz.

Nada importa agora.

Pare de julgar pelas aparências e faça um julgamento correto.

- Está tudo bem. Você vai ficar melhor.

- A tua falta de fé não cura nada.

Não me olhe.

- - - - -

Escotilha se abre

Luz opaca

Uma mesa duas cadeiras sem janelas

Aqui estou

E lá está meu corpo

dançando sobre o vidro

Numa época de acidentes onde não há acidentes

Você não tem escolha

a escolha vem depois

Cortem minha língua

arranquem meus cabelos

cortem minhas pernas

mas me deixem meu amor

preferia ter perdido minhas pernas

ter meus dentes arrancados

meus olhos sugados

do que ter perdido meu amor

brilha pisca corta queima torce aperta afaga corta

brilha pisca soca queima flutua pisca afaga pisca

soca pisca brilha queima afaga aperta torce aperta

soca pisca flutua queima brilha pisca queima

isso nunca vai passar

afaga pisca soca corta torce corta soca corta

flutua pisca brilha soca torce aperta brilha aperta

afaga pisca torce queima pisca afaga brilha afaga flutua

aperta corta flutua corta pisca queima afaga

Nada é para sempre

(só o Nada)

corta torce soca queima brilha afaga flutua afaga

pisca queima soca queima brilha afaga aperta afaga

torce pisca flutua corta queima corta soca corta

aperta corta flutua corta pisca queima afaga

Vítima. Perpetrador. Circunstante.

soca queima flutua pisca brilha pisca queima corta

torce aperta afaga corta brilha pisca afaga pisca

soca pisca brilha queima afaga aperta pisca torce

aperta soca brilha pisca queima pisca brilha

a manhã traz a derrota

torce corta soca corta flutua pisca brilha soca

torce afaga pisca soca corta aperta brilha aperta

afaga pisca torce queima pisca afaga brilha afaga flutua

queima aperta queima brilha pisca corta

dor maravilhosa

que diz que existo

pisca soca corta afaga torce aperta queima corta

aperta corta soca pisca brilha aperta queima corta

afaga pisca flutua brilha pisca afaga aperta queima corta

aperta corta soca brilha pisca queima

e uma vida mais sã amanhã

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100

93

86

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72

65

58

51

44

37

30

23

16

9

2

- - - - -

A sanidade é encontrada no centro da convulsão, onde a loucura é chamuscada pela alma dividida.

eu me conheço.

me vejo.

Minha vida é pega pela teia da razão

Tecida por um médico para aumentar a sanidade.

Às 4h48

vou dormir.

Vim te ver esperando ser curada.

Você é meu médico, meu salvador, meu juiz onipotente, meu padre, meu deus, o cirurgião da minha alma.

E sou sua seguidora na sanidade.

- - - - -

atingir objetivos e ambições

superar obstáculos e atingir alto padrão

aumentar auto-estima pelo sucesso do exercício do talento

superar a oposição

ter controle e influência sobre os outros

me defender

defender meu espaço psicológico

justificar o ego

receber atenção

ser vista e ouvida

excitar, surpreender, fascinar, chocar, intrigar, divertir, entreter ou atrair os outros

estar livre de restrições sociais

resistir à coação e à constrição

ser independente e agir conforme o desejo

desafiar a convenção

evitar a dor

evitar a vergonha

eliminar humilhações passadas recapitulando ações

manter o auto-respeito

reprimir o medo

superar a fraqueza

pertencer

ser aceita

se aproximar e se relacionar reciprocamente com o próximo

conversar de maneira amigável, contar histórias, trocar sentimentos, idéias, segredos

comunicar, conversar

rir e contar piadas

conquistar a afeição do Outro desejado

aderir e manter-se fiel ao Outro

gozar experiências sensuais com o Outro imaginado

ser alimentada, ajudada, protegida, confortada, consolada, apoiada, cuidada ou curada

construir uma relação agradável, durável, cooperativa e recíproca com o outro, com um semelhante

ser perdoada

ser amada

ser livre

- - - - -

- Você viu o pior de mim.

- É.

- Não sei nada de você.

- Não.

- Mas gosto de você.

- Gosto de você.

(Silêncio.)

Você é minha última esperança.

(Um longo silêncio.)

- Você não precisa de um amigo, você precisa de um médico.

(Um longo silêncio.)

- Você está muito errado.

(Um silêncio muito longo.)

- Mas você tem amigos.

(Um longo silêncio.)

Você tem muitos amigos.

O que você dá ao seus amigos para que eles te apóiem tanto?

(Um longo silêncio.)

O que você dá aos seus amigos para que eles te apóiem tanto?

(Um longo silêncio.)

O que você dá?

(Silêncio.)

Temos um relacionamento profissional. Acho que temos um bom relacionamento. Mas é profissional.

(Silêncio.)

Sinto sua dor mas não posso manter sua vida em minhas mãos.

(Silêncio.)

Você ficará bem. Você é forte. Sei que você ficará bem porque gosto de você e não consigo gostar de pessoas que não gostem delas mesmas. Temo pelas pessoas que eu não gosto porque elas se odeiam tanto que não deixam ninguém gostar delas. Mas gosto mesmo de você. Vou sentir sua falta. E sei que você ficará bem.

(Silêncio.)

A maioria dos meus clientes querem me matar. Quando saio daqui no fim do dia preciso ir para casa para o meu amor e relaxar. Preciso ficar com meus amigos e relaxar. Preciso mesmo estar junto de meus amigos.

(Silêncio.)

Odeio essa porra desse trabalho e preciso do meus amigos para me manter são.

(Silêncio.)

Desculpe.

- A culpa não é minha.

- Desculpe, isso foi um erro.

- A culpa não é minha.

- Não. A culpa não é sua. Desculpe.

(Silêncio.)

Eu estava tentando explicar –

- Eu sei. Estou com raiva porque eu entendo, não porque eu não entendo.

- - - - -

Engordada

Dividida

Expulsa

meu corpo descompensado

meu corpo voa para longe

não há como alcançar

além de onde já alcancei

você sempre vai ter um pouco de mim

porque você teve minha vida em suas mãos

essas mãos brutas

isso vai acabar comigo

Achei que era silêncio

até se fazer silêncio

como você inspirou essa dor?

nunca entendi

o que eu devia sentir

como um pássaro voando em um céu inchado

minha mente é rasgada por um relâmpago

quando voa por trás de um trovão

Escotilha se abre

Luz opaca

e Nada

Nada

não se vê Nada

Com o que me pareço?

com a filha da negação

de uma câmara de tortura para outra

uma sucessão de erros terríveis sem perdão

cada passo do caminho onde cai

Desespero me leva ao suicídio

Angústia que os médicos não encontram cura

Não tentam entender

Espero que você nunca entenda

Porque gosto de você

gosto de você

gosto de você

calma água preta

tão funda como o infinito

tão fria como o céu

tão calma quanto meu coração quando sua voz se foi

devo congelar no inferno

claro que te amo

você salvou minha vida

queria que você não tivesse

queria que você não tivesse

queria que você tivesse me deixado em paz

um filme preto e branco de sim ou não sim ou não sim ou não sim ou não sim ou não sim ou não

Sempre te amei

mesmo quando te odiei

Com que me pareço?

com meu pai

ah não ah não ah não

Escotilha se abre

Luz opaca

a ruptura começa

não sei mais para onde olhar

Cansada de procurar na multidão

Telepatia

E esperança

Veja a estrela

preveja o passado

e mude o mundo com um eclipse de prata

a única coisa permanente é a destruição

vamos todos desaparecer

tentando deixar uma marca mais permanente do que eu mesma

Não me matei antes então não procure por precedentes

O que veio antes foi só o começo

um medo cíclico

isso não é a lua é a terra

Uma revolução

Querido Deus, querido Deus, o que devo fazer?

Tudo que sei

é neve

e negro desespero

Nenhum lugar para me virar

um espasmo moral sem efeito

a única alternativa para assassinar

Por favor não me cortem para descobrir como morri

Eu lhe digo como morri

Cem de Lofepramine, quarenta e cinco de Zopiclone, vinte e cinco de Temazepam, e vinte de Melleril

Tudo que eu tinha

Engolido

Rasgado

Pendurado

Está feito

cuidado com o Eunuco

de pensamento castrado

crânio

sem ferimento

a captura

o êxtase

a ruptura

de uma alma

um solo sinfônico

às 4h48

a hora feliz

quando a claridade visita

escuridão quente

que alaga meus olhos

não conheço pecado

essa é a doença por se tornar grande

essa necessidade vital pela qual eu morreria

ser amada

estou morrendo por aquele que não se importa

estou morrendo por aquele que não sabe

você está me destruindo

Fala

Fala

Fala

um círculo de fracasso de dez metros

fique longe de mim

Minha última declaração

Ninguém fala

Me torne legítima

Me torne presente

Me veja

Me ame

minha última submissão

minha derrota final

o covarde ainda dança

o covarde não vai parar

acho que você pensa em mim

do jeito que eu acho que você pensa em mim

o parágrafo final

o ponto final

cuide de sua mãe agora

cuide de sua mãe

cai neve negra

você me abraça na morte

nunca livre

não desejo a morte

nenhum suicídio deseja

me veja desaparecer

me veja

desaparecer

me veja

me veja

veja

Fui eu mesma que eu nunca conheci, aquela que tem a face colada na parte inferior da minha mente

por favor abram as cortinas

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