O melhor café você conhece pelo cheiro

sábado, 25 de outubro de 2008


Morrer foi interessante. Morrer me fez ter o último banho, a última refeição. A última roupa. A última canção. Despedidas. Sorrir de coisas pequenas. E chorar de saudade das coisas que ainda tinha. Acho que devia morrer todo dia. Pra sentir falta e apego por tudo. Pra sentir carinho dos momentos que só lembrava ódio. Pra sentir presente quem sempre está e não está. Pra sentir, me sentir. Não perceber que estão de longe. Pra dar o último beijo. Pra querer e não conseguir dar o último abraço. Pra saber que lá vem o Sol, tururu. Se eu morri nessa segunda e ainda estou de pé significa que vivo, por mais óbvio que isso possa parecer. Vivo e sorrio pra quem me faltou. E talvez eu lembre que domingo nem sempre é dia de despedidas. Eu não escrevi a última carta, por exemplo. Quem escreveu foi Manuel, Maneco. Ele já disse. Domingo é dia de intensidade, mesmo que doa. Viver realmente e clichemente achando que é o último dia de vida é bem valioso. Passei muito tempo no limbo e não foi nada bom. Queria pedir desculpa por quem se preocupou. Queria dizer a verdade pra quem sabe meia história. Queria manter segredo pra quem sabe da história toda. Foi assim. Passou. E agora eu tô aqui, esperando, esperando, esperando.

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