O melhor café você conhece pelo cheiro

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Hoje apresentei uma cena na faculdade e o professor, entre outros comentários, disse que eu não estava entregue a uma das personagens, que era uma mulher. Disse que eu sou muito sensível e que não deixei minha sensibilidade escorrer, me boicotei. Falamos mais sobre isso e percebemos que, como o trabalho era a partir de um método do Stanislavski, de construção, a minha forma de construir estava explícita: eu não brinco com o texto ous eja lá o que for de cara, eu não me arrisco. Eu sou técnico, às vezes inconscientemente técinco, se isso for possível. Eu me corrijo o tempo inteiro e muitas vezes me prejudico, como se eu estivesse sempre me controlando, tentando acertar. Não me dou o direito de errar, e isso, para o início de uma pesquisa é péssimo.
Quis me porlongar, mas me detive. Na verdade eu sei que não me dou o direito de errar porque não tenho confiança nas pessoas. E porque me lembro que quem entra em cena tem 1 metro e 57 e pesa menos de 50 quilos. Não consigo me dar o direito de errar. Na verdade o que eu trago dentreo de mim é uma vontade de ser maravilhoso em tudo, de ver o que eu faço sendo maior do que o que sou. Me perdoem essa postagem tão megocêntrica, isso mexeu muito comigo, a forma como eu estou em cena. Disseram também que tenho uma presença muito forte fora de cena e em cena e que a presença às vezes é maior que a personagem e isso se não for bem trabalhado não é bom. É a dor que eu carrego. Eu escondo tanto tanto no camarim que não consigo disfarçar no palco.

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