O melhor café você conhece pelo cheiro

domingo, 19 de dezembro de 2010

Eu te entendo porque sou igual a você. Sempre disse isso. Agora eu tentei e não consegui e fico na expectativa de quando conseguir.

o.bli.te.rar

(lat obliterare) vtd 1 Fazer desaparecer pouco a pouco, mas deixando alguns vestígios; destruir com o uso; expungir, suprimir: O tempo obliterou os caracteres da inscrição. vtd 2 Fazer esquecer: Nada lhe obliterará os feitos. vpr 3 Apagar-se o que estava escrito: Obliterou-se a legenda do quadro. vtd 4 Obscurecer: O vício oblitera a razão. vtd 5 Macular de caso pensado: "Obliterar um selo" (Laudelino Freire). vtd 6 Med Fechar, tapar (canal ou cavidade), obstruir: Obliterar um orifício. vpr 7 Med Fechar-se progressivamente (canal ou cavidade): O canal obliterou-se. vpr 8 Extinguir-se, ficar esquecido: Estranho ritualismo, que se vai obliterando.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Será que você vai saber o quanto penso em você com o meu coração?

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Três meses ontem, preta.

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domingo, 27 de setembro de 2009

Lembra?

Amarrado num mastro

Tapando as orelhas

Eu resisti

Ao encanto das sereias

Eu não ouvi

O canto das sereias

Eu resisti

Mas chegando à praia

Não fiz nada disso

Então caí

Nos braços de Calipso

Eu sucumbi

Ao encanto de Calipso

Não resisti

Depois disso eu não tive

Nenhum outro vício

Senão dançar

Ao ritmo de Calipso

Pois eu caí

Nas graças de Calipso

Não resisti

Ao encanto de Calipso

Só sei dançar

Ao ritmo de Calipso

Calipso


[Porto alegre, Péricles Cavalcanti]

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segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Vamos?

As pessoas vivem e revivem naquilo que nos deixam.

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Minha Hortinha

Início de tudo: 18 de setembro de 2009. Chico também nasceu em setembro. De 2007.



A HORTINHA


Vista frontal da hortinha pegando sol na janela.



Pedacinho do orégano, salsinha crespa, boldo e pedacinho da melissa.


Majericão gigante e orégano.


Melissa



Boldo


Salsa crespa


Orégano


Manjericão gigante


Vista lateral da hortinha pegando sol na janela.

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sábado, 29 de agosto de 2009

Dois meses, Preta.

domingo, 23 de agosto de 2009

Da Gio


É visível que o sofrimento está latente em todos. Falar sobre isso faria despertar o sentimento que estamos tentando esconder para poder seguir a vida com mais leveza. Senti que isso era inconscientemente exacerbado na presença da Nara, que grávida de 9 meses, tentávamos preservar ao máximo. Era para ser um dos dias mais felizes das nossas vidas. O dia em que daríamos presentes para comemorar a chegada de mais um integrante ao nosso seleto – e persistente – grupo. Mas foi o dia em que você resolver abandonar o barco, pular fora e deixar todos entre comemorar uma vinda ou chorar uma perda. Houve quem foi comemorar, forjando um sorriso amarelo no rosto, fingindo que estava tudo bem. Houve quem foi chorar, e dar de cara com a realidade, que era você mesmo ali, de carne e osso, sem vida.

É inevitável pensar o que poderia ter sido feito para que essa atitude não fosse tomada. Lembra que te convidei para vir morar comigo e minha família, fazer faculdade aqui, começar do zero, quando você disse que estava cansada da vida que levava? Você se animou, disse que era uma idéia que estava considerando para este ano ainda, mas depois disse que era melhor deixar tudo como está.

Lembra que te liguei quando vi que pela quarta vez você estava tentando. Chorei, implorei, pedi milhões de vezes para você não fazer isso, não tanto por você, mas pelo sofrimento que as pessoas à sua volta passavam por tabela. Você me disse que as coisas haviam melhorado, que estava tomando os remédios certos para o seu distúrbio de personalidade, o que estava deixando seu humor estável. Eu acreditei, pior que acreditei.

Nesta vez que estive no Rio não fazia nem 3 semanas, tentei me encontrar com sua mãe, mas não tive coragem. Sabe como é, sentimento latente. Mas guardo na carteira um cartão que a mãe da Helaine carinhosamente guardou para mim, tem uma foto sua linda nele, sorrindo o sorriso mais gostoso.

Sabe, vai ser difícil sem você. Quando as pessoas me viam chorando me diziam para parar, pois só assim você poderia seguir sei lá pra onde. Você sabe que não acredito nisso. Eu chorei o tanto que precisei, espero que isso não tenha te causado problemas, vai saber…

Perdi minha amiga brilhante, para sabe-se lá o quê. O problema é que quando você decidiu pôr fim à sua vida, levou com você toda alegria de fazer programas simples. Não é raro ouvir alguém dizer que tal praia lembra a Amanda, o CCBB lembra a Amanda, teatro lembra Amanda, beber lembra Amanda, hippies lembram Amanda, e por consequência evita-se qualquer contato dessa lembrança dolorosa.

Mesmo sabendo que todos ficaremos com a angústia de não saber o que a levou a se suicidar, quero acreditar do fundo do meu coração que você finalmente descobriu o sentido da vida, sentido este que não existe, e por isso não vale a pena viver.

Você vai ser sempre uma lembrança boa.

Te amo.

quinta-feira, 30 de julho de 2009





Botafogo, 29 de julho de 2009

Um mês que ela tentou. É uma presença forte e impalpável. Ontem a mãe dela veio aqui e me trouxe sapatos dela, para eu usar. Quer que eu vá à casa dela e pegue livros também. Hoje já mudei de idéia, acho que vou usá-los.

O choro chega até o nariz e quase transborda nos olhos, mas é sugado para dentro.

E hoje, justo hoje, ligaram da PR5, falando sobre a bolsa dela. R$ 400 para a mãe receber. Cairá na minha conta e vou entregar à Dona Renaide. A mulher lá disse certo: "não é merda nenhuma, mas é uma ajuda financeira". Ana Cecília o nome dela. Ligou para o meu celular e ficamos conversando por mais de meia hora. Ela me contando sobre outros casos de bolsistas suicidas e eu desabafando sobre o que está sendo para mim lidar com tudo isso.

Eu queria me afastar de tudo, até de mim, sei lá. Viajar e sumir. Esquecer de algumas coisas, mas não dá. Mas eu só queria um tempo para mim.

Vem tudo à cabeça. O corpo, o caixão, a terra suja e revirada, a gente junto, Direção III, Lagoa, macarrão com os mendigos, Estamira, os DVDs que ela gravou para mim, o DVD que eu não gravei para ela, as aulas que vão começar sem ela, a Direção V sem Beckett e sem Amanda. Aulas sem Amanda, Leme sem Amanda, caminho da faculdade sem Amanda, Bob's sem Amanda, Uno sem Amanda, madrugada sem Amanda, cigarreiras sem Amanda.

Ela escreveu que me amava e que eu era muito importante para ela e escrevo aqui que eu a amava e que ela É muito importante para mim. É, sem dúvida, uma amiga de 12 anos (Conta Comigo). Os melhores amigos são aqueles de quando a gente tem 12 anos.

Foi com ela que me sentei na Lagoa e vi o Sol nascer e depois andei até Botafogo. Foi com ela que descobri a Pedra do Leme. Foi com ela que voltei a escrever. Foi com ela que comprei Coca-Cola de R$ i e pizza da Domino's de R$ 40.

Fiz planos de pescar e ir à praia que não aconteceram e jamais acontecerão. Tirei fotos que se perderam e jamais serão tiradas novamente.

Fomos vestidas com a mesma roupa na última festa de formatura da faculdade, tínhamos o mesmo sapato com bolinhas brancas. O dela vermelho e o meu azul. Celulares da Claro com bônus para falar sempre uma com a outra. Pouco dinheiro no bolso, vivência de subúrbio, alma de artista, cinismo e ironias diante dos problemas. Levávamos a vida tão a sério que éramos caricaturas de nós mesmas.

Tenho o que ficou e tenho sorte até demais. Nada mais vai me ferir.

m.f.