O melhor café você conhece pelo cheiro

domingo, 18 de janeiro de 2009

Levado por canções

Onde está o fluxo?

Um dia vou ser algo gigante, de modo que se justifiquem as atitudes mais relapsas, as muitas palavras, os muitos silêncios. Ainda não tenho as provas, os sinais do possível efeito, da recepção.Ontem fui para mim um adolescente acusador, que talvez busque o susto dos outros ou apenas a própria satisfação redimida. Provar e mostrar.

Agora meu corpo é um caminho longo e é difícil sair dele. Uma cidade inteira. Eu não sei, eu não sei. Será que até o fim do dia vocês param de me percorrer? Eu não varreria este lugar.

E o medo de me enjoar se antecipa à concretude e repele o desejo. Não enjoar de, mas enjoar de mim em. Nada vai mudar meu mundo.

Bye-bye, bye-bye ele diz. Bye bye Dalva, Drexler, Beatles, Elis, Maysa. Bye bye você que gosto tanto mas que agora – peco: seu nome é Medo fora de mim. Se alguma cabeça se balançar em sinal de leve reprovação e pena, se o silêncio se constranger e se ondular.

O que digo é só meu e queira Deus que se aproxime de alguém – sob qualquer forma, que injete sorrisos. Como a música triste que me alegra. E que o vento me livre de ser incômodo. Não. Não! A quem possa interessar, sim.

Minha dormência. Minha descompostura. Minha distância. Minha inveja. Meu rompante. Minhas folhas. Minha voz.

Estou com vergonha de gostar, vergonha de dizer. Vergonha por antecipar, vergonha por sonhar. Quem eu sou quando som não se apossa de mim?

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