O melhor café você conhece pelo cheiro

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Companhia

Rio, 15/09/2008.

Eu sinto que desprezar os meus sentimentos mais rudimentares a procura de companhia é no momento uma ida contra o caminho que devo seguir em busca de um momento, de um estado, mais puro seguindo os passos que eu devo seguir sem me preocupar com o questionamento alheio.

É difícil estar sem companhia e sempre coloco os pés pelas mãos supondo que a companhia errada um dia vai se adequar.

Nominar

Nas minhas quintas-feiras começa a solidão. Eu sei que não vou pra faculdade e que na sexta o Caio vai embora impreterivelmente. No sábado se cometem abusos que eu estava determinada a não mais participar. Cansei das companhias ótimas em estado de ebulição que na verdade são péssimas a 25º Celsius, a 1 atm.

A minha semana foi dura por falta de companhia. Uma incompreensão de mim mesma. Por não encarar desafios. Por não totalizar esforços. Por repetir atitudes. Por falta de sorte e sorte demais. Na quinta, no meu primeiro prenúncio de solidão, resolvi que iria apagar. Dormir é morrer um pouco. Então resolvi dormir. Muito. Porque as pequenas coisas de repente se tornam tão grandes? Mas, quando fui em busca de água pra mais 3 pílulas de sono descerem pessoas me apareceram. Não as de sempre. E elas pareciam me amar. E eu me entreguei a companhia. E me permiti fazer o que achava que não ia fazer por um bom tempo. E bebi bastante. Foi bom porque foi diferente. Beber em busca de um parceiro sexual é tão triste. Naquele momento tudo tava certo e bebemos somente em busca de mais risadas! A Sara me deu um bom ombro pra chorar mas eu nem lembro mais porque chorei. E nós caminhamos juntos. Eu. Ela e Tomás. É tão bom ter irmão. Ontem eu senti falta da minha irmã. Eu tinha companhia lá. Eu podia ficar do lado dela pra não fazer nada. Como as pessoas que não sabem porque ficam juntas, mas ficam. Sem propósito. Agora eu tenho o Tomás de madrugada. E a Madília nas tardes que não tem Martins, que não tem mercados, que não tem incômodos baratos. Eu quero desenhar coisas, mas acho que vou ficar sem desenhar por muito tempo. Eu liguei pro Júlio na quinta. Bêbada. E pedi companhia. Eu liguei pro Júlio sexta. E pedi companhia. Bêbada. No sábado, eu bêbada, resolvi não ligar pro Júlio. E pedi companhia pra quem tava do meu lado. De uma maneira que não se faz. E que me envergonho. Talvez esse tenha sido um dos mais tristes finais de semanas mentirosos da minha vida. A parte mais estranha, não sei se boa ou ruim, foi o ensaio. Sobre a Cegueira. Que me jurei ver. Mesmo que fosse sozinha. Mesmo que fosse pra ficar sem dinheiro pro resto do mês. Não vi sozinha. E é muito bom ter a companhia simbiótica nessas horas. Chorei a dor de ser gente e não saber como fazer nada. De dor de pensar em ter companhia acima de tanta coisa. EU PRECISO FAZER TEATRO. É assim que vou dizer. Gosto de esperar telefonemas. De ser bajulada. De sonhar coisas boas. De não ter obrigações. Por que um dia na minha vida eu não preferi ser reta? Descobri que estou seguindo no caminho errado, por isso não pretendo investir no que gostei, mas acho improvável. Nina. É triste ser sozinho. Mas é assim que somos. Tenho um álbum da Frida. Me empresta o filme alguém? Eu tenho cansaço de continuar. E tenho necessidade de ver o Sol. Eu quero a minha mãe pra me ninar. Eu quero a presença de um amor incondicional. Eu ligo pra minha mãe todo dia e não consigo dizer eu te amo. Eu ligo pra quem mais for e minha esperança é a companhia. Mas somos Beckett. Quero me dedicar a minha vida. Quero ajuda divina. Quero.

Marcadores: ,

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]



<< Página inicial