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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

A pseudo-neo-contra-pró-pós-pré-tudo

Eu tenho manias feias, dignas de pessoas disturbadas.
Ponto primeiro:
Tenho a mania de tratar as pessoas mal sem motivo aparente. Ou só por achar que talvez a pessoa estivesse fazendo algo contra mim. Acabo, no lugar de resolver a situação, me afastando do ser e tornando a nossa convivência insuportável. Eu sou insuportável, mas quando falo isso ninguém crê. Só pelo simples fato de na maior parte das vezes eu me fingir de ser pessoas de convivência gentil e pacata. Eu não ou isso. Mas é claro que tem pessoas que ainda não sentiram esse meu ladinho insuportável, gente que eu convivo e gosto há muito tempo. Por que será? Eu não sei. Pensei que quanto mais eu gostasse das pessoas eu mais me sentiria ameaçada e mostraria invariavelmente essa minha face. Nada disso. Talvez esteja relacionado ao fato que as pessoas pra quem me mostro insuportáveis são pessoas muito diferentes de mim, que têm um comportamento que eu abomino. Mas acabo percebendo que esse comportamento eu tenho sim, mas só no escuro do quarto. Talvez seja inveja das pessoas que tem carão de mostrar esses atos que eu sempre quis mostrar, ou sempre senti vontade de agir. Possivelmente eu sou uma fraca que quer afastar as pessoas que mais amo por ter inveja da coragem delas. Ou tudo pode se resumir assim: sou excêntrica. Nossa quantas pessoas lutam pra ser excêntricas. Eu não sou excêntrica, porque até onde eu saiba a excentricidade esconde algum desvio mental. Eu sou disturbada. Só.
Ponto segundo:
Ter pena de si mesmo. De si entenda-se mim. Tenho. E faço tudo pra ter mais. Que sentimento bom, ele me retira toda a culpa da minha situação. E retirando a merda da minha culpa, fico eu a espera do milagre que me salvará. Já que, como não sou culpada, não tenho como resolver os meus doces dilemas. Certos que os presentes dilemas são muito mais práticos que muitos outros que já passaram por aqui. Mas não deixa de ser dilema, e é claro que tá na minha mão resolver tudo que me diz respeito. Mas a indolência me domina. E como boa morta eu durmo, mas de 12 horas por dia. Porque quanto mais eu dormir mais o tempo vai passar, e dormindo eu não vejo que a solução não chegou ainda, nem muito menos uma atitude. O tempo passa e não dói tanto.


Só estou fazendo coisa errada atrás de coisa errada. Podia muito bem terminar os meus dias sem ter que me corrigir sempre. Mas é inevitável que alguma coisa seja feita. Não tenho direito de incomodar a vida dos outros também, além da minha desesperançosa. Desculpa eu digo sim, só a quem merece. Ou não digo. Não digo! Mas sei quem merece. E essa eu trato bem. Ou tento. Ou nem tento, mas finjo pra mim mesma.
Deve ter alguma coisa boa em sofrer, estudos devem ser feitos, ou já foram. Porque isso?

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