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terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Dezessete

A certeza mais clara nessa viagem é a minha falta de coragem. Atitudes baseadas no meu meio. Quanto mais próxima de A, mas sou A. Mas isso não significa que me sinta A. Muito pelo contrário. Me sinto cada vez mais uma mentira. Um produto mal acabado de mim mesma. Ou do que eu poderia ter sido. Talvez o menor problema seja chegar no ponto que me sinto totalmente sincera. Pensando de um modo geral eu me realizo ao fazer as pessoas rirem. Isso é bem triste. Mas é a verdade de agora. Ou de antes. Ou de sempre. Desde o início, acho, esse foi meu meio de aproximação. Realmente me sinto próxima. Talvez, além de próxima, eu me sinta dona. Mas não é só isso. Me sinto bem quando estou só. Estar só é momento de ansiedade, talvez. Por isso essa espera pela madrugada, os banhos demorados, os momento de escrever, de ler, de observar o céu, o mar. De lembrar. Quando estou só, nada é mais completo. Nada pode interferir em mim de maneira a me angustiar. Me tornar menos dona. Ter controle é, realmente, muito importante, mas esquecer que se precisa ter controle me tranquiliza. E são só pequenos momentos do dias, que vêm como imagens congeladas na memória. Imagens claras, sorridentes. É raro, mas é extremamente precioso. E eu quero mais. Por isso questiono a minha falta de coragem de ser, o meu estado de vigilância eterna, o meu medo de não ser amada caso coisas venham à tona. A minha necessidade de sumir assim que possível pra onde ninguém me conheça. A minha necessidade de ficar e, no final das contas, ser sozinha. Só pra sempre.

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