O melhor café você conhece pelo cheiro

sábado, 30 de agosto de 2008

Manifesto-Me.

Escrevo este manifesto
Para manifestar a mim mesmo
Para expor-me em defeitos
E procurar nisso
Um conserto
Um concerto

Uma harmonia das partes
Que não o todo
A sintonia que cabe
Não só no bolso
Mas em todo o corpo.

Cansado, extenuado, destruído.
Adjetivos são poucos para o meu crime
E meu castigo.

Manifesto-me
O desejo de ser outrem
O desejo de reparação
A vontade
Dotada de alma e galochas
de reconstrução.

Estou pronto para acabar
E nisso, confesso
Pronto também para se refundir

Buscando na fossa a embarcação
Achando por entre migalhas
Um todo um pão

Eu estou manifestando-me
E espelhando-me em putrefação
Minhas cores e dores são agudas
E são ajustes da minha condição
Não posso mais
Nem me enganar
Nem te ferir
Nem magoar o pêssego
Que seja!

Eu me manifesto hoje agora dessa maneira
Como desejo maior
Como caralho, desejo, de mudança!

Como germinar
A semente e nutrir seu ventre de glória
Assim
Fazer crescer é antes do que o acaso
É, sobretudo,
Sobretudo,
O meu querer.

O rumo de minhas confidências
O tremor de minha indecisão
Hoje para mim crescer é até mesmo
Saber-se salvo em solidão.

Alguém me escuta?

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