O passarinho não viu a própria morte
Hoje minha prima Aline, de 5 anos, veio aqui. Estava ouvindo músicas, ela quis ouvir também. Eu estava ouvindo Simone cantando "Qui nem jiló", Aline gostou (!?!?!), mas fez uma cara estranha, comos e estivesse prestando muito atenção, como se estivesse sentindo demais cada detalhe da música. Eu perguntava: tá gostando? Ela fazia que sim com a cabeça mas com uma cara bem estranha. Depois ouviu Beatles e adorou, até cantarolou "She loves you": yeah yeah yeah... Depois ouviu Nara Leão e não gostou nada nada, a não ser de um samba, quando tocou disse feliz: samba! Brincamos com o ritmo do samba. Ela bateu no fone e disse que parecia um ovo quebrando. Então quebramos ovos e fizemos um bolo invisível. Botei farinha, leite, manteiga imaginária. Depois decidi que era de chocolate e pus Nescau. Ela disse que tinha que botar no forno. Então abri o forno e pus. Ela decidiu que já estava pronto. Fui pegar mas estava muito quente, usei panos de prato. Aline foi logo cortando. Resolvemos que não íamos comer tudo sozinhos. Emtão guardei uns pedaço num pote e pus pra geladeira. Aline tirou um pedaço e foi levar pra mãe dela. Não vi a mãe dela comendo. Mas a ouvi dizer: aqui, mãe, quer bolo?
Aline é sempre muito séria. No Natal ela estava brincando com as crianças e as crianças começaram a brincar de empurrar e bater e enforacr de mentirinha. Ela se afastou triste. Depois comentou bem baixinho e contendo o choro pra minha mãe: Tia, meu pai empurrou meu tio e meu tio tentou enforcar ele. Eu fiquei com medo do papai morrer.
Um dia, já até pus isso no meu blog, ela me disse:
- Você é pequeno, né Lucas? Quando você crescer você vai continuar pequeno. Quando você crescer você não vai poder neeeem namorar.
Quando ela era menorzinha, colocava uma música bem alto e a gente dançava. Ela perguntava como dançar e eu falava pra ela fazer do jeio que ela quisesse. Às vezes elas me imitava. Também a segurava no colo e balançava, rodava. Um dia ela dançou de olhos fechados. Foi muito bonito, me deu vontade de chorar e está me dando vontade de chorar agora também. Outro dia eu cantei e caminhei pela rua à noite, de olhos fechados, mas precisei beber pra isso. Não que Aline tenha que sair pela noite de olhos fechados. Mas tomara que ela ache belo o que sua alma disser, e não o que querem dizer pra ela. Um dia ela brincou de matar uma rolinha e, de fato, matou. Mas antes do ato, enrolou a rolinha num pano.
Aline é sempre muito séria. No Natal ela estava brincando com as crianças e as crianças começaram a brincar de empurrar e bater e enforacr de mentirinha. Ela se afastou triste. Depois comentou bem baixinho e contendo o choro pra minha mãe: Tia, meu pai empurrou meu tio e meu tio tentou enforcar ele. Eu fiquei com medo do papai morrer.
Um dia, já até pus isso no meu blog, ela me disse:
- Você é pequeno, né Lucas? Quando você crescer você vai continuar pequeno. Quando você crescer você não vai poder neeeem namorar.
Quando ela era menorzinha, colocava uma música bem alto e a gente dançava. Ela perguntava como dançar e eu falava pra ela fazer do jeio que ela quisesse. Às vezes elas me imitava. Também a segurava no colo e balançava, rodava. Um dia ela dançou de olhos fechados. Foi muito bonito, me deu vontade de chorar e está me dando vontade de chorar agora também. Outro dia eu cantei e caminhei pela rua à noite, de olhos fechados, mas precisei beber pra isso. Não que Aline tenha que sair pela noite de olhos fechados. Mas tomara que ela ache belo o que sua alma disser, e não o que querem dizer pra ela. Um dia ela brincou de matar uma rolinha e, de fato, matou. Mas antes do ato, enrolou a rolinha num pano.
Marcadores: cais
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