O melhor café você conhece pelo cheiro

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Reitero quase tudo

Policiais armados tomaram a Lapa.


É engraçado ver isso agora. Hoje é terça-feira, não é sexta, nem sábado, tudo bem que é antes do feriado, mas a Lapa está totalmente vazia. quase sinto o silêncio me tocar. Vejo tristemente a mesma viatura, com as luzes vermelhas piscantes se aproximarem da escadaria, garanto que se eu tivesse aqueles "cones" (que um dia eu já esbarrei e cai), certamente eles iam querer subir escadaria acima também. Um dos vermes passou do meu lado com uma arma grande na mão, olhou o que eu estava fazendo, mas eu ignorei. Sentei bem no começo da escadaria, de forma a não levantar "suspeitas", só tô pensando na vida e espero que isso esteja bem claro. Agora chegaram mais duas viaturas, nem sei se o nome disso é viatura, deve ser camburão porque é grande e assustador. Não entendo muito bem o que eles esperam, afinal é terça e nem dez horas da noite. mas duas meninas se aproximaram, sentam perto de mim, devem tentar passar a mesma impressão. Só vejo mulheres, engraçado. Tem umas turistas lá na frente e uma guia chata que vive sorrindo. A outra viatura foi embora, agora só tem camburão. Talvez se a maconha ou o pó estivesse na minha vida estaria ainda mais incomodada com isso.
Quero ter filhos, um deles vai ser uma menina, vou deixar ela fazer o cabelo dela como quiser e incentivar e ainda vou dar uma roupa amarela pra ela.
Não quero mais ouvir falar em THE. Não suporto a idéia de não passar, assim como não suporto a idéia de passar. Seria terrível. Queria mesmo dormir, aproveitar o feriado. vou dormir até quinta de noite, quando tiver que ir para o teatro.
Faz um tempão que eu não falo de verdade com a Bianca e faz mais tempo ainda que ela não tá tão perto de mim quanto antes. Tenho amigos para cada área específica da minha vida. Tem o Rubens que serve pra muita coisa mesmo. Tenho a Helaine e a Nara, sem elas tenho certeza que não seria completa. A Bianca é diferente, posso passar anos sem ver ela, mas sei que vai ser como sempre quando a vir. Criei um carinho tão grande por ela que sinto medo quando as pessoas não sentem a mesma coisa, sei que ela precisa muito de mim. Faz muito tempo que descobri isso, não sei se é a inteira verdade (da parte dela) mas é o que sinto. DEVO ESTAR DO LADO DA BIANCA. Mas os papéis se invertem, quero muito agora chorar no colo dela. Talvez porque eu saiba a reação dela e como isso vai ser confortante. Quando choro, ontem, hoje, sei que preciso dela. Queria poder chorar um pouquinho no seu colo.
Ao mesmo tempo que sou muito intensa, e sinto raiva com grande explosão também sou muito flexível.
Tô com medo que minha vida esteja relacionado com comodidade. Não quero me apoiar em símbolos porque me acostumei com eles. Não gosto de ser tratada como lixo. Não sou, sei que não sou. Mas não é muito saudável essa relação. Ela é muito de ceder da minha parte e pouco de receber. Quero receber coisas bem sutis mas não recebo. Quero ser útil. Lembro que sentada nesse mesmo lugar eu ouvi o Bruno dizer como foi que ele começou a amar. Quero ir no show do Lulu Santos. Quero voltar a a fazer minha vida sozinha. Como era antes. Vou lançar um manifesto da castidade, do celibato, da solidão: Como ser feliz sem precisar de ninguém. Como ser feliz sem esperar por ninguém. Como alcançar a plenitude no vazio. Gostaria de ser vazia. De poder parar, olhar para o nada e ver o nada. Pensar dói, principalmente quando se pensa em coisas absurdas sem nexo ou com nexo demais. A lógica tá doendo um pouco.
Quando disse ha algum tempo atrás acho que foi segunda passada, que alguma coisa que acontecer depois de um sonho que me deixou angustiada acho que estava com a razão. As coisas estão acontecendo. E a angústia veio em maior proporção.
Quero resolver meu caminho agora. Tô calma, muito calma aparentemente. Mas muito angustiada por dentro. Quero paz e só consigo isso quando durmo.


Escadaria do Selarón. Lapa, 11 de outubro de 2005 22:15



Domingo, 25 de Março de 2007

A morte do Homem e blabla, a poética e blabla, a variação e blabla, o PDCA e blabla..

Falo alto. Pra me ouvirem mesmo. Quero que todos se compadeçam de meus problemas, quero que todos se alegrem com minhas vitórias. E antes de querer que eles sintam, quero ver o que eles sentem. Sou realmente muito egocêntrica.É claro que seria mais se quisesse isso o tempo todo. Não quero. Talvez na maior parte do tempo eu me preocupe com o inverso. Sinto tanta felicidade na escolha, na decisão da solidão. Os dois estágios das relações: são duas caixas, uma ao lado da outra e eu passo de uma pra outra em saltos. Uma está cheia e a outra está vazia. A vazia nem sempre é a que está vazia agora, e vice-e-versa. A brincadeira das caixas é tão boa. Quando é voluntária. Parece as vezes que cada caixa quer me engolir mais quando eu salto pra ela. E eu queria não estar em nenhuma no fim. Ou ficar em uma e simular a outra. Quando estou só, ligo a TV, o rádio, o computador pra fingir que não. Quando estou com gente me grudo na parede mais escura da caixa cheia. E calo. Acho que fico até bem no vazio da caixa cheia, mas nem respiro pro vazio não se tornar cheio.


Tem gente que nem sei se mais gente é que habita comigo no vazio da caixa cheia. É quase um cheio de não gentes. A tranqüilidade é tão cheirosa. Alivia o tumulto do cheio da caixa vazia, o aperto de lá, o cheiro de fumaça. Essas pessoas são tão próximas de mim que fico assustada em saber que o mundo todo não é igual.





Amandinha @ 2007-03-19 23:54 disse :

Ninguém mais ta aqui. Só tenho o vazio. Não sinto o momento da partida porque não teve momento da partida. Foi um adeus cansado. Agora eu triste fico. Ou entristefico tudo que vem. É o espaço desocupado, um quadro tirado da parede, a a marca na parede.."O que tinha aí mesmo?" Queria sair correndo pra frente e pra trás ao mesmo tempo. Pra pegar o que ainda não peguei e não soltar o que já tive nas mãos. Te amo.

Terça-feira, 20 de Março de 2007

Relaxa


"(...) Medo de morrer por outra pessoa. Medo de nunca ter vitória. Medo de sofrer demais. Medo de ficar só. Medo de ter ouvido menos, agido menos. Medo da culpa. Meda da responsabilidade. Medo de sofrer mais. Medo de que sofram mais. Medo da chuva, do vento, da rua, do telefone. Medo da ausência. Medo da grande ausência. Medo de não ter porquê. Medo de sentir medo. Medo."

Sábado, 17 de Março de 2007

Cuspe de fogo

"Tenho tantas maiores preocupações e tenho que ficar aqui escrevendo por metáfora. poderia muito bem falar o que quero. Mas seria no mínimo insosso. Pão, pão. Mortadela, mortadela. Merda, merda. Foda, foda. Não preciso medir minhas palavras, exceto em algumas áreas, com algumas pessoas. Mas talvez a frase seria melhor construída assim:Tenho que medir minhas palavras, exceto em algumas áreas, com algumas pessoas.
É sempre a espectativa da decepção que me acompanha. Mas pretendo, se conseguir, colocar as asas de volta pra dentro.
É bobo dizer, mas não quero causar má impressão."


Sexta-feira, 9 de Março de 2007

Queria que a vida fosse mais leve


"(...)É tão bonito ver a interação de coisas tão lindas. E posso dissertar sobre várias coisas, e meu vocabulário se estenderia, porque não consigo mais discernir o que é vulgar e o que jargão científico. É tudo tão interligado afinal.
Ainda não confio em ninguém. (...)"

Domingo, 4 de Março de 2007

Quanto?







Quantas vidas vivemos? Quantas vezes morremos? Dizem que todos nós perdemos 21 gramas no momento exato de nossa morte. Todos. Quanto cabe em 21 gramas? Quanto é perdido?Quando perdemos 21 gramas? Quanto se vai com eles? Quanto é ganho? Quanto é ganho? 21 gramas. O peso de cinco moedas de cinco centavos, o peso de um beija-flor. Uma barra de chocolate. Quanto pesam 21 gramas?


"A brincadeira dos prefixos

O teolibertário e a pseudo-libertária.
Antes eu tinha o anel da Teo nº 1 eu lembrando Rubens de quando ele tacou-o no chão de um corredor bem azul. E eu o apanhei.
Agora olhando pro novo anel da Teo eu nego o bom dia que tive hoje e mais duas pessoas, quem sabe três. Na minha mão, comigo. Fora o ensaio o que eu lembro, as coisas rodando e o anel da Teo partido em dois.
O anel dói mas é a dor da existência por enquanto."

Quinta-feira, 31 de Janeiro de 2008

Não falei nada sobre o 1000.. Falo do 1100....


Saí da quarentena pra me lembrar porque estou na quarentena.
Não posso compor nada porque nada é fluente agora.
Tenho imagens:
Teto preto
Língua do p
Milagres
Benicio e Depp
Celular no cinema
Escrito e Dirigido por
Jaqueta jeans
Cemitério de piscinas
Blablabla

Quinta-feira, 24 de Janeiro de 2008

Orgulho nem sempre é palavra do mal
Essa postagem não tem título porque daria importância a determinada coisa em particular e não é o caso agora.

Escrito e dirigido por Jim Jarmusch
Somos incompletos e impossíveis.

Pararam de fabricar a caneta que fabricava o caderno da Eva

A Lunica comeu a última, desleixo meu, agora eu tenho um estojo. Mas não pode acontecer nada pior que perder uma coisa que se quer tanto e se produz tanto e se ama tanto.

Q-U-A-R-E-N-T-E-NA
Me livrar das pessoas.

No hay banda, no hay orquestra
Tenho tido sonhos horríveis.

Se eu não estivesse sorrindo quando digo isso você não me chamaria de exagerada
Mas não há outra forma que conheço para dizer o que estou sentindo, mesmo que isso pareça exagerado, insano. É melhor que fazer você ter pena de mim.

Não se preocupe, vou ficar bem
Da próxima vez que a gente se ver você nem vai lembrar que um dia achou que eu estivesse triste. Porque eu vou fazer piadas bobas e fazer você rir como sempre fiz. E você vai continuar a sua vida. E eu. É..

Too busy to folk
Como vi que estava parada há décadas resolvi parar de verdade. Ver quanto tempo eu vou agüentar, ver no que isso vai dar. Não posso continuar a viver assim. Mas eu sei que no fim nada vai ter mudado. Estou tão feliz em casa, você não tem idéia. De sair cantando e sorrindo. Tenho sentido dor nas costas e nos dentes. Vi mais filmes nesses quatro dias que minha irmã no ano passado. Revi alguns também. "Inferno? Inferno é aqui."Isso nunca vai sair da minha cabeça. Sou mais um personagem estrangeiro de Iñárritu, ou estranho de Jarmusch. Eles tem isso em comum, a babel.

Como é que você quer viver
No dia primeiro do ano eu vi um belo jeito de se viver. Mas que ótimo jeito de se omitir.




Domingo, 6 de Janeiro de 2008

Meu erro

Meu erro é achar que posso continuar do seu lado. Depois de tudo que eu não estou vendo, mas lendo, que está acontecendo com você, vejo que me tornei uma péssima companhia.
Juro, eu sou uma péssima companhia pra mim mesma também.

Terça-feira, 1 de Janeiro de 2008

Amanda Doria Hope




Impressionante como não podemos ser sinceros no lugar que sempre achamos que era destinado a sinceridade. Talvez isso possa ser atribuído a dignidade artística. Mas a melhor explicação é que a sinceridade é impossível. Nesse belo lugar que cultivo a um par de anos posso falar de mutas coisas, mas não posso falar com todas as letras o que realmente sinto, pois não posso falar isso nem em meus doces pensamentos. Porque tenho medo. Eu tenho medo dizer muitas coisas. E vou continuar com esse medo porque não vai ser hoje, por uma simples virada de ano que vou me libertar deles. Daí vêm as várias tentativas. Eu uma parede, muito bem pintada. Uma cartolina em branco que dia a dia vem sendo preenchida com a letra mais ilegível possível. Tenho o Caderno de Eva. Tenho, talvez antes de tudo meus sonhos. Por isso, e por outro doe motivo que não quero dizer, eu amo David Lynch. Falar da minha mente, como ele se atreve? Enquanto isso as postagens são metafóricas e quase vazias. Meu alter ego está aí pra dizer a verdade. E o que é mais importante agora do que dizer que algo muito sério está acontecendo comigo e ninguém pode me ajudar? Desculpa a todos por ser injusta ao ponto de achar que todos estão errados menos eu, mas eu me sinto muito só e acho que ninguém além de mim mesma percebe isso. Estou triste. Porque ninguém percebe esse meu silêncio. Nada está bem e eu só quero uma casa pra viver. Talvez mais. Alguém que me ame e que eu possa amar. Terrivelmente. Eu paz. Mas só consigo pensar em destruição. De mim mesma. Não sei o que realmente queria, acho que sempre estrago tudo. Mas tranqüilidade seria uma boa pedida. E esperança. Sem esperança deixarei minha mãe tão triste. O resto eu nem preciso pensar. Só ela importa agora.

Segunda-feira, 31 de Março de 2008

O amor na prática é sempre ao contrário

Quero a maior festa do mundo, com luz negra, go go boys e pastinhas. Com a presença de todos os meus núcleos e a integridade da felicidade instantânea. Quero barraquinhas de algodão doce e open bar sem sofreguidão. Quero mágico com cartola e música da Xuxa, muito salgadinho e brigadeiro. Quero um churrascão com carne, lingüiça e coração. Quero o melhor do mundo pra mim. Quero os meus amigos de todos os tempos. Quero um vento calmo. Nenhum imprevisto. É Sol de manhã, com o mar mais azul. Quero a continuação. A libertação. Quero paz. Quero multidão. Quero amor e quero solidão. Sem censura, sem vergonha e sem culpa, na paz.
As pessoas estariam sorrindo e eu seria um centro de festa esperado. Os garçons seriam simpáticos e galantes. Os copos seriam de vidro meio lilás. As roupas não manchariam. Estariam todos de branco. Com a pele mais macia possível. O amor seria latente. Todos se certificando da felicidade alheia. Seria um réveillon por mim. Mas com a felicidade instantânea mais calma e levemente mais duradoura. A cada parto. O dia seria o mais lindo de todos e demoraria uns três, quatro dias pra terminar. Quero viver ele inteiro. Completamente. Morrendo no fim. Todos morreremos no fim, com a areia de filme. Areia cristalina, céu azul, nuvens demais. Afago de brisa. E o Sol mais feliz do mundo. O Sol nos daria vontade de chorar. O fim traria mais paz. Momentos em silêncio. Carinhos gratuitos e sinceros. Sorrisos massagem. No último sinal, antes de começar, terminaríamos, com o olho fechando sem querer, ainda em esforço pra ver o último raio cortar o céu. O olho fechando, sono de uma posição só, a noite inteira. Sonho de felicidade pueril, verdade feliz.

Segunda-feira, 16 de Abril de 2007





Terça-feira, 12 de Fevereiro de 2008

Pra não dizer que não falei da morte

Estava pensando em deixar por escrito uma lista de exigências para minha pós morte. Queria um velório sem referências religiosas, uma cremação, algo como a pedra do Leme depois. Daí pensei, pensei, pensei... Não importa. O enterro não vai ser pra mim mesmo. Vai ser pra quem ficou. E quem ficou que deve pensar o que é mais confortante. Se o ideal para o conforto da assistência é ter padre, pai nosso e segura na mão de deus e vai eu não me importo agora, até porque não terei que me importar depois. E como já fiz três sacramentos na Igreja Católica e me farão um quarto (se morrer depois de doença), não vejo mal em um enterro de católico. Não tô aqui pregando política. O que realmente queria era virar pó depois, o quanto antes, por assim dizer. Mas daí podemos chamar até de capricho. Não quero ninguém na minha tumba de joelhos, só. Porque não vai ser minha. Não vou mais ser eu.
E quem disse que não tinha medo da morte só tinha medo de deixar de existir? Não importa. Eu quero uma vida viva. Não uma morte viva.
Esse pode ser uma postagem ingênua. Mas é bom deixar as coisas claras, antes que seja tarde demais.

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1 Comentários:

  • a gente perde 21 gramas quando morre, isso não significa somente que a gente perca peso. Siginifica que a gente anda por aí 21 gramas mais pesado do que deveria. Feliz é quem morre na certeza de que já perdeu 21 gramas em vida. 21 deve ser o ar preso, as costas tensas que nem encostam no banco, gases, impactos, depressão, desejo, tudo isso.
    Mas uma diz a gente aprende a ser mais vazio e feliz no vazio. Asim eu parava de inventar, você parava de obcecar, e todo mundo rodava da mão dada rindo rindo até... chorar.

    Às 12:43 AM  

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