Eu sou uma

Ontem não conseguia pensar em outra cosia senão morrer para evitar ter que fazer o que sei que vou fazer mal. Eu sou muito covarde! Devia me envergonhar cruelmente de mim. Desperdiçar um momento tão importante. E tanta gente que tá conseguindo coisas boa, não posso culpar ninguém. Vantagens não são dadas. Só desperdiçadas e por mim, cegamente. Hoje me omite a fazer o que sei que devo fazer por certa obrigação. Não gosto de ser obrigada a nada, mas sou constantemente, por mim mesma. Não faço o que seria a minha salvação fazer e faço o que sou obrigada. Eu sou extremamente covarde. E não sei o que fazer, sinto tantos medos. Queria o melhor texto saindo da minha boca. Mas não tenho. Queria a cena. Mas não tenho. Queria ser muito boa nisso, mas nem sei se sou, sei que não maior parte do tempo eu não sou. Mas sei que sou muito boa em Química, e aí?
Devia não lutar contra corrente, estou parecendo a Joey, eu devia deixar de querer ser a Renata, porque nunca vou ser, apesar dessa minha angústia interior. Sinto tanta vontade de pular essa parte da minha vida. Viver só de uma coisa. Tudo seria tão simples se eu só fizesse teatro. Mas eu sou obrigada a fazer tanta coisa que eu nem sei se me deixam feliz. Ou pulo essa parte da vida ou pulo da vida. Morrendo eu descanso. Eu deitei hoje e disse: "Mamãe, eu vou descansar."
Me deixa triste ter que carregar tanto peso pra ir aos lugares, que eu tenha que carregar tanta bolsa. Que eu não possa me vestir como gostaria de me vestir. Que eu não possa voltar com tranquilidade pra casa porque vou chegar atrasada nos milhões de lugares que ainda tenho que ir. Fico muito triste de não desenhar bem, também. Acho que sou essencialmente calada por não saber como dizer, mas acho que tenho tanta coisa pra dizer. na minha gaveta então tem mais do que silêncio, mas falar de silencio é mais agradável do que falar de angústias.