O melhor café você conhece pelo cheiro

sexta-feira, 3 de março de 2006

Ácido periódico ou tetraacetato de chumbo

Minha irmã tem um amigo que gosta muito de carnaval. Tem um grande conhecimento. Coleciona coisas, assiste aos desfiles.
Eu gosto de teatro. Assisto à peças. Faço cursos intermináveis. Quando tem provas eu faço e não passo.
Não somos muito diferentes. Certamente seríamos mais felizes se trocássemos todo nosso conhecimento teórico pela prática. O menino trocaria seu dia de rotina comum burguesa por um dia de carnavalesco, ou menos, muito menos, por um dia em um barracão pintando carros alegóricos. Eu trocaria meus atozinhos por encenação maciça. É duro achar que minha vida de atriz está baseada em provas que eu não vou passar. Não preciso disso! Quer dizer, preciso, mas vou fazer de tudo pra não precisar mais. Todo mundo tava falando isso, mas eu não ouvia, achava que ra papo de quem queria me manter calma. É foda. Queria sair pela rua agarrando oportunidades. Já achei tanta desculpa na minha vida, agora a desculpa da vez é o dinheiro, mas ta começando a mudar de novo, acho que vai ser timidez. Tímida como vou me enturmar para ser atriz sem curso e sem dinheiro? Puta merda. Ninguém deve ter o desprazer de ler isso, é deprimente.
Queria sair na rua hoje e me deparar com oportunidade. Tem que me dar porque eu não corro atrás. Eu sou fracassada, digamos assim. Se eu fosse genial tudo seria mais simples. Ou se eu fosse levemente mais cara de pau. Ninguém agüenta tanta acomodação. Isso causa revolta! Eu não sou aleijada, mas pareço. Pra que será que servem minhas pernas e minha boca. Eu sou tão podre, mereço a morte. Mas já to na morte, que porra! O meu futuro é duvidoso, eu vejo grana eu vejo dor num paraíso duvidoso que a palma da minha mão mostrou.

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