O melhor café você conhece pelo cheiro

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Não importa. A verdade é que ninguém nunca existiu. Eu nunca existi. Que bom seria que nada existesse. Talvez nada exista mesmo. E por que se preocupar? Ráaaaaaaa! Esperei dois segundos e o tempo não passou e ninguém me ouviu, quando olhei pra trás já tinha passado muito coisa, mas ninguém continuou me ouvindo. Conversei com ninguém. A melhor companhia. Ninguém e solidão. Pra que preciso? Eu não preciso. Nunca precisei. Eu sou a prova viva. Vou sumir sem ser feliz, ou sendo. Não gosto dos outros, eles querem que eu seja feliz da maneira deles. Um dia quero ir para um lugar onde as pessoas são sem se preocuparem com as outras. Sem amor, ódio, sexo, dor, chor e essas coisas que fazem um homem (ou uma mulher). Eu sou essencialmente cristão e escolho isso como minha liberdade. O mundo não vai me compreender pois sou um dos maiores mentirosos que existe. Eu não sinto mas finjo que sinto. Finjo bem até. Da a noção de: Ah, já conheço ele. Um dia. Um dia a mais. Não sou artista, longe de mim. Eu entrego a arte com facilidade. Nem preciso tanto de dinheiro. Eu preciso fazer aquela trilha de novo. Escalar aquele penhasco. Dar um grito. Tirar fotos. Pegar um sol. Me cortar. Descer de rafting. Pegar uma onda. Que saudade de ser hétero que eu sinto. Não que eu precise ser hétero pra qualquer dessas coisas, mas era mais fácil fazer amigos. Meu pai. Um dia acordei e odiei o sol, a praia, o mato e a altura. Como se dá uma coisa dessas? Fiquei fresco. É estranho como tudo aconteceu. Preciso de aventura de novo. Tomar banho de mar no inverno de 10ºC, beber e pegar um monte de mulher. Eu mudei tanto desde o Rafael. Será que é por isso que detesto tanto ele? Um dia tive medo do fim do mundo e disse que iria mudar. Comecei a brigar com meus colegas, me vestir de preto, ouvir rock. Um dia eu mudei drasticamente. Outro dia mudei de novo. Preciso mudar agora. Vou largar tudo. Estudar. Recomeçar. Quem sou eu agora?

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