Eu me sinto aleijada há um tempo
Qualquer pode entrar por aquela porta. Ou por essa. Elas ficam abertas. Sempre. Dá pra abrir por fora com facilidade.
Eu gosto de ter alguém. E gosto quando gosto de ficar sozinha. Eu fico sozinha. Eu gosto de coisas que me tornem estúpida. Eu não me torno estúpida por muito tempo. Eu gosto de correr sem motivo. Eu me canso fácil e volto. Eu volto pelo caminho mais longo. Eu canto baixinho. Eu canto alto. Eu danço. Eu fico estática. Eu sofro. Eu fico antipática. Eu tenho surtos de fazer amizade, e faço, grandes. Eu sou generosa. Eu sou aberta. Eu sou sexo. Eu sou reclusão. Eu sou prisão. Eu sou uma porta com três chaves grossas. Eu sou um martelo. Eu bato tão forte que ninguém aguenta. Eu bato de novo, até esmagar. Eu me finjo de santa. Eu me finjo de livre. Eu me sinto livre. Eu me sinto deus. Eu me sinto ralo. Eu me sinto prego. Eu sou prego enferrujado em cada parede que qualquer um encosta. Eu sou costa rasgada. Eu pé desmontado. Eu pé quebrado. Eu sou pé necrosado. Eu sou pé que corre com bolha e torção. Eu sou ressucitada. Eu sou. Eu não sou. Ela é ventre inchado de ar. Ela é alguém mais perto de nada do que de tudo. Ela é esmagada por ondas. Ela sabe nada. Ela sabe cantar. Ela sabe gritar. Ela sabe ferir. Ela saber sorrir, fingir. Ela sabe que fala grosso. Ela sabe que se afina. Ela tem gente mais fina dentro de si. Ela fala a verdade sorrindo. Ela chora quando fala de outro. Ela fala de outro pra não falar de si. Ela tem carinho por qualquer um que encosta as costas no prego. Ela é pregada na parede mais fina pra ser retirada. Ela é poesia. Ela é existencialista. Ela é Eurídice. Ela é fogo. Ela é rio. Ela é mais mar. Ela é só Sol. Ela não é. Ela corre de ser. Ela deixa de ser. Ela finge não ser. Ela não sabe onde o corpo dela está. Ela suponhe que não é. Ela suponhe que não está. Ela suponhe que não é ela. Ela suponhe que pode deixar de existir. Ela se suponhe em exercício. Ela tem marcas por todo o corpo. Ela se marca pra ver se pode voltar a se sentir. Ela não se reage porque não quer. Ela espera que esteja de volta em breve. Ela se cansa de monólogos. Ela não é um monólogo. Ela quer diálogo. Ela é um monólogo. Ela finge que passa. Ela não passa. Ela finge que passa. Ela fica. Ela finge que passa. Ela repete. Ela ritualiza. Ela está lá. Ela não está lá.
Eu gosto de ter alguém. E gosto quando gosto de ficar sozinha. Eu fico sozinha. Eu gosto de coisas que me tornem estúpida. Eu não me torno estúpida por muito tempo. Eu gosto de correr sem motivo. Eu me canso fácil e volto. Eu volto pelo caminho mais longo. Eu canto baixinho. Eu canto alto. Eu danço. Eu fico estática. Eu sofro. Eu fico antipática. Eu tenho surtos de fazer amizade, e faço, grandes. Eu sou generosa. Eu sou aberta. Eu sou sexo. Eu sou reclusão. Eu sou prisão. Eu sou uma porta com três chaves grossas. Eu sou um martelo. Eu bato tão forte que ninguém aguenta. Eu bato de novo, até esmagar. Eu me finjo de santa. Eu me finjo de livre. Eu me sinto livre. Eu me sinto deus. Eu me sinto ralo. Eu me sinto prego. Eu sou prego enferrujado em cada parede que qualquer um encosta. Eu sou costa rasgada. Eu pé desmontado. Eu pé quebrado. Eu sou pé necrosado. Eu sou pé que corre com bolha e torção. Eu sou ressucitada. Eu sou. Eu não sou. Ela é ventre inchado de ar. Ela é alguém mais perto de nada do que de tudo. Ela é esmagada por ondas. Ela sabe nada. Ela sabe cantar. Ela sabe gritar. Ela sabe ferir. Ela saber sorrir, fingir. Ela sabe que fala grosso. Ela sabe que se afina. Ela tem gente mais fina dentro de si. Ela fala a verdade sorrindo. Ela chora quando fala de outro. Ela fala de outro pra não falar de si. Ela tem carinho por qualquer um que encosta as costas no prego. Ela é pregada na parede mais fina pra ser retirada. Ela é poesia. Ela é existencialista. Ela é Eurídice. Ela é fogo. Ela é rio. Ela é mais mar. Ela é só Sol. Ela não é. Ela corre de ser. Ela deixa de ser. Ela finge não ser. Ela não sabe onde o corpo dela está. Ela suponhe que não é. Ela suponhe que não está. Ela suponhe que não é ela. Ela suponhe que pode deixar de existir. Ela se suponhe em exercício. Ela tem marcas por todo o corpo. Ela se marca pra ver se pode voltar a se sentir. Ela não se reage porque não quer. Ela espera que esteja de volta em breve. Ela se cansa de monólogos. Ela não é um monólogo. Ela quer diálogo. Ela é um monólogo. Ela finge que passa. Ela não passa. Ela finge que passa. Ela fica. Ela finge que passa. Ela repete. Ela ritualiza. Ela está lá. Ela não está lá.
Marcadores: eu mesma.
1 Comentários:
Ela sente. Ela percebe. Ela É. Eu a amo.
Às 12:41 AM
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