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quinta-feira, 31 de julho de 2008

Wrong Turn

Sinto que é minha vez. Estava na sala lendo Angel Sanctuary enquanto meu irmão tava no video game. Estava jogando Zelda enquanto minha vó mexia no PC. 04:30. Entrei no PC. E onde isso me levou? A lugar algum. Eu não me importo mais ir a algum lugar, ou tento não me importar. Meu pai deixou bem claro que posso ir pra onde eu quiser enquanto ele estiver vivo. O problema é que eu não acredito que ele vá morrer até acontecer de verdaden então vou fazer o que quiser. Quando ele morrer, daí vou me desesperar. Tenho uma angústia enorme no meu peito de não saber o que fazer, de não querer fazer e de não fazer.
Então segui o caminho que eu quis, pra sumir, enlouquecer. Eu não lembro direito. Mas vou contar tudo que posso. E essa é minha vida no momento. Queria que lessem e comentassem.

Sexta: Fui assistir Bent com Lélia e Milena. Eu sempre seguro vela pra elas, mas porque elas pedem e porque eu gosto. A pipoca tava mole, o refrigerante ruim e as duas tavam menstruadas. Falamos mal dos outros, rimos da peça que nada tinha de engraçado. Depois fui no Odeon. Encontrei Juh, Fabio, o peguete do Fabio e depois chegou o Led e o Doug. Assistimos só ao Longa do Caio Fernando. As bichas até se comportaram. O filme me fez pensar sobre mim. Sobre ser eu e estar com quem eu quiser sem dar satisfação a ninguém, nem mesmo a quem trabalha junto comigo. Depois teve festa. O Juh ficou mal porque tem ciumes do Led e do Fabio. O Juh me irrita com ciumes, mas eu tentei levantar o astral dele e consegui.

Sabado: Não lembro. Mesmo. De nada. E tudo o que eu disse foi verdade. Sim, Eu não suporto mais sair com Amanda e Caio. Não suporto mais o curso. Não suporto mais pensar em viver de teatro. Não posso me prender a vocês. Não quero. Ou é o curso ou são vocês. Preciso de um tempo da faculdade. E pra isso preciso de um tempo de vocês. Mesmo que pra vocês isso não tenha lógica. Mas gosto muito de vocês. Na verdade eu amo vocês. Mas eu amo outros. E preciso amar a mim, coisa que ainda não aprendi. Eu sou apaixonado pelo Johnn e não quero mais vê-lo. Ele me faz mal. Me dá tesão. Me chama. Ele não é bonito. Mas isso não é importante. Não pra vocês. Ele é uma piranha. E eu também sou. Eu amo o Led e o Pedro. O Pedro ficou do meu lado. Jogou meu Rivotril fora. O Led só pode ser meu anjo. E eu choro agora. Choro mesmo. Eu preciso do Led nesse momento. Ele foi até a Lapa e me buscou. E me levou pra casa dele. E me trocou. E me pôs na cama dele pra dormir. E eu não lembro de nada.

Domingo: Led me acordou pra ir pro pic nic. Levantei, fui em casa, me troquei. Minha vó já tinha feito os sanduiches. Encontrei o Led. Ele me contou algumas coisas. Mas não lembro. No pic nic encotrei meus amigos. Alguns nem tanto, outros demais. Foi legal, mas me lembro pouco, eu gosto desse meio, me sinto bem. Encontrei o André, um outro, vocês não conhecem. Eu tinha um frissonzinho por ele. Queria pegar ele lá. Mas ele ficou com outro. Eu fiquei um pouco mal, mas nada que eu não superasse. Ele disse que tava confuso. Que gostava dos dois, de mim e do outro. Eu disse que era ele quem tinha que escolher e fui embora com o Led. Me arrumei pra Fosfo. Tomei Rivotril. Não lembro de muita coisa. O Led foi embora. Eu fiquei. Quis ir embora. Sai da Fosfo. Não tinha grana. Não tinha ninguém. O Led me ligou. Perguntou como eu tava. Eu disse que não tava bem. Ele mandou eu pegar um taxi até a casa dele e ele pagava. Eu relutei, ele insistiu e eu aceitei. Chorei com ele porque me sentia perdido. Ele não disse nada. Eu dormi.

Segunda e terça: Voltei pra casa. Passei o dia na net. Conversei com o André. Eu não tava bem. Não quis sair de casa. O André tava confuso ainda. Chamei ele pra sair. Na terça a gente saiu. fomos no Tijuca. "Assistimos" Kung Fu Panda. Viemos pra minha casa. Começamos a nos pegar. Perguntei se a gente devia continuar quando a coisa esquentou e ele disse que não sabia. E começou o chorar. Ficamos um pouco em silêncio. Foi bom. Me senti bem. Tava escuro e silenciso. Ele foi embora porque tava tarde. Minha vó chegou. Eu ouvi Legião. Meu irmão chegou. Eu não me senti bem. Me senti muito mal. Muito mesmo. E comecei a chorar. E contei tudo pro dois. Eles me entendem. André me ligou e disse que ninguém nunca tinha se preocupado com ele como eu me preocupei e ficou feliz por isso.

Não sei porque disse isso tudo. Mas precisei desabafar. Meu fim-de-semana foi estranho. Não me lembro da maioria das coisas, Rivotril faz efeito a longo prazo, e eu tomei muito e muito forte, mas foi quase tudo verdade. Eu me sinto amadurecendo um pouco. Não quero mais sair do meu controle. Vou largar Direção Teatral. Vou tentar vestibular pra UERJ, talvez Informática. Vou Tentar vestibular pra Comunicação Social na UFF e na UFRJ. Vou fazer matérias em Direção e talvez eu tranque depois se achar que não dá pra continuar. Não vou dar ouvidos a várias pessoas. Vou cortar algumas do meu convívio. Vou me infantilizar um pouco. Vou amadurecer um pouco. Vou seguir caminhos errados. Vou continuar fazendo teatro, mas não como prioridade nem como hobbie. Vou cuidar da minha saúde. Vou pensar no Porrada se ainda quiserem pensar. Vou pensar nas pessoas. Minha vida é assim. Não quero que opinem. Não quero que precisem de mim. Não quero ser eu mesmo pra sempre. Eu amo vocês. De verdade. Espero que vocês entendam.

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