...amandadidioscaiodidiosjúliodidioslucasdidios...
Estou ouvindo ESTÁTUA, a música da Xuxa.
Isso me faz pensar sobre o que a Amanda escreveu. Sobre o que estou sentindo. Ouvir estátua faz todo o sentido. Porque ou eu me mexo ou eu me calo e fico parado e quando perceber já caí num precipício (não por nele me jogar, mas por abrir sob meus pés, por tanto chorar, um buraco, minha cova).
FAZ UM SHAKE SHAKE. A GENTE VAI TER QUE RODAR, ela cantou agora há pouco e isso ainda continua vivo em mim. Tenho que fazer muitos shakes, eu confesso. Mas não seria vida se não existissem os shakes, nem haveria vida sem a necessidade de shakoalhá-la.
Por isso quanto te leio, Dória, só consigo pensar em shake. É culpa deste momento, mas é fomento. Entende? Sai do quarto lilás e vai para o mundo preto. Encontra no seu preto o brilho que ofusca o outro. A inveja que se dá no outro porque em você é a felicidade (que não existe) mas que você criou.
Erga-se. Não é panfleto que estou distribuindo. Mas é preciso. Tens 21 anos, eu tenho 20. Sabe que cismei, faz tempo, que vou morrer cedo? Acho que por isso estou correndo. E não é para evitar a morte. Mas para encontrá-la. Mas correr pelo tempo torna tudo mais denso. Acompanhe:
Está chovendo. Se eu vou caminhando, as gotas incidem sobre a minha cabeça, sobre meus ombros, alternando sobre os pés que avançam sobre o chão. Mas se vou correndo, as gotas todas atingem-me em profusão, porque meu corpo deita no ar e faz-se como nuvem no ar. Correr no tempo é voar. É abrir o peito e deixar se densificar.
Nada é ruim à toa. Meu signo é balança. O mundo é uma libra. Agora escuto TORCE, RETORCE, PROCURO MAS NÃO VEJO... E não é essa a razão do caminho? Não é esse o sentido nele implícito, encarnado, feito amor entre dentes que em ódio se converte?
É sim esse caminho odioso, por vezes, Júlio, um amor. É esse caminho do encontro, Caio, dos segundos que valem vidas completas. É o caminho no qual rios se descobrem em mares e esse ineditismo é seu e sempre será, Lucas. É esse caminho da cumplicidade, da dor delicada, Dória, da música da Xuxa que agora é VAMOS BRINCAR DE ÍNDIO. Mas sem mocinho para nos pegar. Ou que eles venham aos montes, porque mocinhos são bons de se comer, são descartáveis e a vida é também esse horror.
Hoje eu e você andamos um ou mais ou menos quilômetro(s) olhando para os cús da cidade. Perguntando-se se cheiraríamos ou não cada cu que passava. Isso é bárbaro. Foram poucos cus que eu encontrei para cheirar. Isso importa?
Tudo vale à pena. Se a alma e a conta bancária não forem pequenas.
E se a conta bancária for. Tudo bem, a alma de tanto se debater acaba por crescer.
E, nisso, descobrimos amar.
Marcadores: filhos
3 Comentários:
Estranho como você capta as coisas.
Já caí no precipício, não sei fazer shake. às vezes gaço um shakezão e assuato os outros, machuco.
Sim, posso ser tão inteligente quanto Maria Bethânia, obrigado!
É, nós vamos tentando o equilíbrio, seguir a nós mesmos.
Amar?
Às 1:53 AM
Desculpe-me a indiscrição, mas o que deu em vc pra ouvir Xuxa? E por outro lado parabéns por ter extraído algo dela... acho difícil... mesmo que seu lindo texto tenha terminado em anus. Não que não seja algo importante... De repente não te entendi... mas de repente acho que estas "músicas" te deram um barato diferente. Com todo respeito, sugiro que tente cantores infantis que trabalham com cultura popular. Vc entrará em extase! Juro! Sugiro Carroça de Mamulengos...
Boa sorte!
Às 12:02 AM
Venho de novo com desculpas. Como não tinha te lido com precisão, não sabia muito de sua história. Mas pisei sem dó nas suas referencias. Vc tem 20 anos, né? Foi embalada por Xuxa, sei bem. Eu tenho só 13 anos a mais, já curti seu programa, mas tive a chance de ter outras referencias como Xanadu, Trapalhões, etc... E ainda sou professora, e pesquiso música boa pra crianças!
Mas que bom que cada um teve sua fase. Imagine tudo sempre igual?
Às 12:17 AM
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