Iniciação.

é realmente uma boa tática reconhecer o bom café pelo seu cheiro. Queria mesmo que esta prática se se alargasse e pudéssemos então reconhecer a tudo e a todos pelo exalar de suas fragâncias. Mas acho que não. Acho que esta não é uma boa idéia nem muito menos um bom começo. Em primeiro lugar deveria vir o agradecimento pelo convite feito e, por isso, o faço agora: obrigado. Em segundo o desabafo de estar vivendo um momento imensamente vivo, se me permite o pleonasmo, sem tempo para respirar. Ou melhor, com tempo para respirar, mas sem pensar que respirou... Eu não sei. Pode parecer confuso, mas para mim não o é. "Sobre cafés e Cigarros" venho tratando meus dias, sempre a espera. Espera, ato de esperar. Tema recorrente em escritos juvenis e também presentes em idosas folhas secas. Só que essas, as últimas, esperam pelo reajuste na aposentadoria e nada mais. Tenho pensado muito nisso e já sinto o próprio medo de envelhecer dentro de mim, do meu espelho. No momento, a minha espera é outra. Chama-se convite que precisa sim ser feito com todas as l-e-t-r-a-s e ditas, se possível, bem devagar. É que é tão gostoso o saborear de cada palavra... Sabe? São perguntas que faço, mas que não pedem respostas. Pois se isso, ainda não descobriu, é melhor que viva sozinho e não pelas minhas experiências. Alerta! Alerta marinheiros. É tempo de corpo, de rosto de troca. É tempo de novos ares e mares. De caminhar descalço, sentindo o queimar leve do asfalto quente. É tempo de se apaixonar Medéia, empobrecer o orgulho e encarar seus filhos. Não só os seus como também os dos outros. É que é tempo de um montão de coisa que eu nem sei mesmo por onde começar, tendo a nítida de que já comecei faz tempo, algum tempo. Eu não sei quanto aos outros, mas os meus anjos de cara suja assim se chamam por terem como característica demasiada teimosia. Fazem, probre de mim, o que querem... Arrastam-me rua de tijolos amarelos, tiram-me a roupa e entregam-me nu, da silva, assim de olhos bem abertos como vim ao mundo. O outro que me recebe, coitado, nada tens com a culpa no cartório. Não sei se por dó, piedade, esses sentimentos chatos, cuida de mim... Me coloca para dormir e no ato de soltar a coberta sobre meu corpo, percebe que não é por mim que faz de mim e sim por ele, pelo outro, ou seja, por quem recebe. Então esses meus anjos me infiltram o tapete cheios de inquietações. Liga ou não liga? Terças e quintas? Quantas vezes na semana? Todos os dias. é um tal de amar que cresce a cada aventura pelas curvas de minha cafonice.

oi?
tudo bem?
oi?


tudo passa e eu ainda.
ando.
em nós.


brasil amado.