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terça-feira, 20 de maio de 2008

A necessidade de criar em grupo

Um pintor, artista plástico projeta a sua idéia e executa. Dependendo da grandeza da obra ou do seu ego, ele pode ter ajudantes. Mas todos estão guiados pelo projeto do artista. Há apenas um criador. Os ajudantes são executadores, a essencial arte deles não está sendo mostrada, talvez somente uma sutileza especial de execução. Esses ajudantes do artista plástico podem ser comparados com atores que ensaioam uma peça de diretor por dois meses para fazer uma temporada de três. Em dois meses o artesão só deseja que os atores cumpram seus papéis. A construção de algo mais sólido para interpretação dos personagens, criação de um corparal específico, experimentação mais profunda de idéias fica de lado devido ao pouco tempo. Ou, até mesmo, a estrutura de produção: quem precisa pesquisar se um teatro do natural ou da comédia é suficiente, rentável?
Muito difícil raciocinar com sentimentos, mas a minha opção pela arte é baseada no meu sentimento de angústia. O que leva a crer que chamar de opção é praticamente uma contradição. Não pinto textos, escrevo cenas e desenho personagens por aspirações ao estrelismo, flerte com a eternidade, busca de status social. É necessidade. Apresentados todos esses pontos, como a minha angústia me permitiria fazer teatro suficiente? Teatro em busca de renda? Teatro suficiente não satisfaz minha angústia, logo, não é o pronto que vai me agradar. Assim, como o artesão tem esboços, rascunhos, tempo, construção de linguagem, eu os preciso também. Na minha busca egoísta de satisfazer minha angústia de dizer (algo que pouco tem de exato e fixo) eu preciso de investigação, espaço, diálogo, invasão, perversão.

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