O melhor café você conhece pelo cheiro

terça-feira, 23 de maio de 2006

É uma pergunta retórica!!

Hoje uma menina, que foi da minha turma até ano passado, se matou. Eu nunca falei muito com ela, mas acho que havia nela o desejo de conversa, ela me adicionou no msn, mesmo que isso seja banal, era um meio de comunicação importante pra ela, sempre tava lá. M. has opened conversation with you. Mas nunca nenhuma palavra. Acho que ninguém achou que fosse tão grave. Normalmente não é prático se preocupar com os outros nesse sentido. Porque se preocupar com alguém numeral passando fome e se mobilizar em CONAT, ENE da vida é muito mais fácil! Seguir uma corrente, mesmo que você não concorde é muito mais fácil do que ir contra ela. Se o rádio não toca a música que você quer ouvir, não procure dançar ao sonho daquela antiga valsa, não. Eu tenho dançado tanta valsa, talvez mais do que nunca. Ta uma merda. Danço a valsa da Maré, danço a valsa num tal comitê revolucionário Ultra Jovem,(ops!) Não, Comitê de Luta (que gafe!, ato falho...). A fraqueza chega a doer os hepatócitos, ou minha e a deles. Mas eles tão juntos, acho que não doe neles, GREMIO de CU é ROLA.
Só um momento da minha vida os meus parceiros políticos coincidiram com meus amigos. Mas acho que eu só percebi isso tarde, quando eles não eram mais parceiros, quando as reuniões já eram só conversa, bebemerações. Amo a Lapa, amo demais. Nem sei tanto porque, mas nem tem muito a ver com as pessoas de lá. Mas sim o estado. Etsar na Lapa, no Centro em geral, é tão bom! Tão aconchegante, nada é como lá. A política já é toda desconcertante. Não consigo ser amiga dos meus parceiros políticos. O MEL, com certeza, foi o lugar que mais me senti a vontade, mas nem sempre: “mas é só 20 reais, como você não tem?” é eu não tenho, desculpa. Ter ou não ter? Eis a questão! É foda achar que todos problemas do mundo estão ligados ao dinheiro. O que sobra pra ver o problema da menina que morreu? Clarice passou dos 14, morreu aos 17. Três anos de negligencia. Sei que me negligenciam também, mas também sei que preciso, por ter consciência disso(mas que palavra útil, não quer dizer, essencialmente, nada!). Quero duas calças, um cabelo novo, o.b. pequeno, um kit de pintura completo e sem fim, um gravador de CD, um scaner, uma calculadora com mais de um nº na memória. Um carinho, uma noite de mais de cinco horas, uma pica, um relógio com pulseira laranja. O meu piercing da língua de volta. A felicidade coletiva. Um lápis 5B que nunca termine. A liberdade coletiva. Um professor de bolso, comunicação direta com o Rubs, ver a Nara. Catar coquinhos. Passear na praia. Ir a Lapa sozinha. Talento. O Brad Pitt. Uns dez filhotes, entre cães e gatos. Filhos. Paz, apesar do mal uso da palavra. Geléia de mocotó.

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