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terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Pra não dizer que não falei da morte

Estava pensando em deixar por escrito uma lista de exigências para minha pós morte. Queria um velório sem referências reliogiosas, uma cremação, algo como a pedra do Leme depois. Daí pensei, pensei, pensei... Não importa. O enterro não vai ser pra mim mesmo. Vai ser pra quem ficou. E quem ficou que deve pensar o que é mais confortante. Se o ideal para o conforto da assistência é ter padre, pai nosso e segura na mão de deus e vai eu não me importo agora, até porque não terei que me importar depois. E como já fiz três sacramentos na Igreja Católica e me farão um quarto (se morrer depois de doença), não vejo mal em um enterro de católico. Não tô aqui pregando política. O que realmente queria era virar pó depois, o quanto antes, por assim dizer. Mas daí podemos chamar até de capricho. Não quero ninguém na minha tumba de joelhos, só. Porque não vai ser minha. Não vou mais ser eu.
E quem disse que não tinha medo da morte só tinha medo de deixar de existir? Não importa. Eu quero uma vida viva. Não uma morte viva.
Esse pode ser uma postagem ingênua. Mas é bom deixar as coisas claras, antes que seja tarde demais.

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